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EXCLUSIVO: Pocah sobre primeiro álbum da carreira: "não preciso mais provar que sou cantora"

Com 14 anos de carreira, Pocah lança "Cria de Caxias", álbum que celebra todas as fases de sua carreira e traz uma versão profunda da artista

02 Set 2024 - 17h56 | Atualizado em 02 Set 2024 - 17h56
EXCLUSIVO: Pocah sobre primeiro álbum da carreira: 'não preciso mais provar que sou cantora' Lorena Bueri

Pocah lança nesta terça-feira (03), às 21 horas, o primeiro álbum de sua carreira, intitulado "Cria de Caxias". Com ele, os ouvintes serão convidados a viajar pela trajetória musical da artista com um projeto dividido em três atos, que conta a história de MC Pocahontas, Pocah e Viviane.

Ato 1: MC Pocahontas

Com MC Pocahontas conhecendo ainda a malícia do mundo, como descrito pela mesma, a artista revisita o começo da carreira, quando começou a ascender no funk em Duque de Caxias. Neste primeiro momento, ela traz faixas que nos remetem fielmente à energia da Pocahontas, como nas faixas de empoderamento feminino “Só de Raiva”, ao lado de Rebecca e Tati Quebra Barraco e "Gostosas no Topo", além de "Assanhadinha", ao lado de MC Durrony, e "Di Marola", junto de Kevin O Chris.


Clipe de "Assanhadinha" , que está na nova era de Pocah (Reprodução/Youtube: Pocah)


Ato 2: Pocah

No segundo ato, trazendo a Pocah, ela apresenta uma transição na qual consegue aterrissar em mais gêneros musicais, porém sem abandonar sua “casa”, que é o funk. Nesta fase está presente a faixa-título “Cria de Caxias”, feat com a rapper Slipmami, “Venenosa”, com Triz e MC GW, "Conteúdo Sensível", que mostra a skin de Pocah dentro do R&B e “Brilho no Olho”, feat com L7NNON, que celebra toda a sua trajetória de conquistas ao longo dos 14 anos de carreira.


Clipe de Venenosa (Reprodução/Youtube: Pocah)


Ato 3: Viviane

Na terceira e última fase, a cantora apresenta seu lado ainda mais intimista e se expressa livremente acerca de como se sente, trazendo a tona seus traumas e batalhas. Em "Nunca Tá Bom", Pocah reflete sobre as críticas negativas, julgamentos e pressão da sociedade, "Vitória" celebra a importância de sua filha Vitória, assim como o laço afetivo de maternidade, com uma participação especial da pequena na canção.

Além destas, também traz a faixa "Livramento", abordando a importância da sua fé ao livrá-la de relacionamentos abusivos. Levando a faixa como essencial, Pocah afirmou durante o papo com a imprensa que a canção representa uma forma de dizer que as mulheres não estão sozinhas.

Produzido por DJ TH4I, vale a pena ressaltar que para o álbum "Cria de Caxias" acontecer, além da co-composição de Pocah, ela contou com apoio de figuras femininas para ajudá-la na composição, como Lary, King e Bruninha.



Capa do álbum "Cria de Caxias" (Foto: Divulgação/Ernna Cost/Edson Bailey)


Pocah conversa com o Lorena R7

Com todo o empoderamento feminino do álbum, como você acha que no Cria de Caxias consegue impactar ouvintes mulheres, pretas e periféricas que também se inspiram em você?

Então, eu acho que eu quero continuar né? Essa história, que iniciou lá em 2010 com a MC Pocahontas. Eu tenho noção da bagagem que eu carrego e que eu represento no funk. Principalmente quando eu comecei lá, não existia o tanto de mulheres que existem hoje, né? Quando comecei era um universo bem mais seleto, e é óbvio que eu tenho gratidão a todas as mulheres que vieram antes de mim, nunca deixei essa minha gratidão escondida, sempre expressei isso muito bem, porque é de coração.

Mas, eu acredito sim que sou uma inspiração, né? Para quem veio depois de mim. Acredito que venha muito mais mulheres que venham fazer a diferença no funk, porque eu costumo dizer que quanto mais de nós, as mulheres como eu, como eu sou, de onde eu vim, para preencherem esse espaço, não é: “ai, caramba! Mais uma!”, não, é “graças a Deus, mais uma!”, porque só nós sabemos o que é a dor.

Não vou falar que foi fácil chegar até aqui, também não é: “ai, é vitimismo pra poder…”, não! É porque realmente foi muito duro, eu fui muito desqualificada, muito descredibilizada até mesmo pelo meu físico. Quando comecei era bem magrinha, no auge das mulheres frutas. Assim, que incrível, marcaram uma geração também. Todas elas cavalonas, bundudas e tudo mais e eu acho o máximo, mas na época que eu comecei eu já era bem magrinha e tal e era um problema na época [começo da carreira]. Mas não me paralisou, né? Hoje, com todos esses debates que a gente aborda mesmo, eu e várias, sei que eu não sou a primeira e nem a segunda, mas que é necessário a gente falar sobre diversos desses assuntos, assim como os que eu abordo dentro do meu álbum."

Só de Raiva é uma música que traz de volta a MC Pocahontas, de “Mulher do Poder” em 2012, com tudo. Como é pra você poder ter se consolidado como uma das grandes referências na história do funk?

"Quando eu canto “Só de Raiva” é um grito de liberdade né? Que eu nunca vou deixar de fazer. Muita gente pede para que eu cante outros estilos, eu vou cantar outros estilos, outros segmentos, porque não preciso provar que sou cantora, não preciso mais provar que eu canto. Porque tem essa questão de “ah, porque é funkeiro não canta”, sabe? Eu não preciso mais provar que sou cantora, quando eu canto as pessoas ficam: “Meu Deus, ela canta! Eu sou uma cantora [risos] e não preciso mais provar isso.

Mas tenho muito orgulho do que eu faço, “Só de Raiva” é uma música que eu tenho certeza que vai dividir opiniões, porque eu estou gritando claramente que “eu odeio homem, sento nele só de raiva”. A mensagem está muito clara. Óbvio que eu não odeio todos os homens da face da Terra, mas todos nós concordamos, até mesmo alguns homens quando ouvem essa música, que é uma raça muito difícil de lidar, entendeu? Sou casada com um, meu marido divo! Amo muito ele, mas a raça realmente é bem complicada.

Então é um grito de liberdade assim como “Mulher do Poder”, assim como diversas outras músicas que a gente fala que faz e acontece. A gente cresce ouvindo homens dizendo que fazem e acontecem com as mulheres, e por que é que a gente não pode né? Então eu estou aqui para poder representar essas mulheres, que têm suas liberdades.

Expressem suas liberdades, da forma que você se sentir confortável, porque é o que eu faço desde que eu me entendo como artista e que eu pretendo continuar fazendo e representando a massa funkeira, mulheres que vêm de onde eu vim e como sempre com muito orgulho."



Pocah (Foto: divulgação/ Caio Viegas)


Pocah no Rock In Rio

Pocah fará sua grande estreia no Rock In Rio no Espaço Favela no dia 20 de setembro, levando oficialmente seu primeiro álbum Cria de Caxias para os palcos. O álbum de Pocah contará com visualizers especiais de todas as faixas, que promete contar todas as histórias do projeto para o público. A artista contou durante a coletiva como está se sentindo com esse grande passo que está dando em sua carreira: “Estou muito feliz e realizada. É um sonho que carrego comigo. Não vou dizer que eu sonhei com isso a carreira inteira, não vou ser hipócrita…”, comentou a voz de "Venenosa".

Pocah refletiu sobre um gênero musical como o funk poder fazer história em um festival como o Rock In Rio: “Até uma parte da minha carreira, eu achava que nem era possível uma funkeira estar nesse festival, de verdade [risos]", explica. Porém, a artista contou que ao poder ver que muitos artistas estavam também alçando voos e conquistando lugares ela  passou a enxergar tudo como um caminho possível de ser trilhado: “[...] com tanta representatividade, com tantas pessoas do movimento funk tendo essas oportunidades, abrindo portas, é como se dissessem: 'é possível, é possível sonhar', que é só trabalhar, lutar por isso e também sonhar com isso que seria possível. Passei a sonhar com isso vendo isso, vendo as pessoas estarem lá”, contou.



Pocah (Foto: divulgação/ Caio Viegas)


Celebração de artistas nacionais do funk

Expressando sua admiração por artistas que levam o funk ao longo da carreira, Pocah celebra a evolução do gênero musical e a consolidação na cena: "Vendo Anitta, Ludmilla, Kevin O Chris, que são pessoas que eu admiro muito, que quero que vençam muito na vida. Quanto mais essa galera vencer, nosso movimento funk também está subindo cada vez mais, conquistando seus espaços, e eu estou lá conquistando o meu também", disse.

Orgulhosa, Pocah afirmou que quando sobe no palco do Rock In Rio, sobe para representar não só a massa funkeira, como também jovens que vieram da favela como ela: “Eu vim do meio do nada, perspectiva zero, mas o funk me abraçou, abriu as portas para mim”. A artista completou dizendo que o funk assumiu um papel crucial em sua vida: "[...] salvou a minha vida em um momento muito difícil onde meus pais estavam desempregados, os dois, e eu pude dar um giro na minha vida”, disse, afirmando ser muito grata a esse movimento.

Emocionada durante a coletiva, Pocah celebrou: “Eu vou estar no Espaço Favela representando Duque de Caxias, representando Campos Elíseos, meu Rio de Janeiro… Até choro, me emociono, porque já cantei em diversas boates, já cantei em choppadas, que nem tinha palco pra mim”, refletiu.

Gratidão pela história na música

Pocah contou sobre como funcionavam seus shows no início da carreira e celebrou o momento em que se encontra hoje, no qual chegou através de uma estrada de muita resiliência: “Muitas das vezes já cantei em cima de cadeira, cantei em cima daquelas mesinhas de escola, de colégio. Então hoje estar em um festival desse porte, dessa magnitude, foi com muita luta, com muito esforço", desabafouAlém disso, a voz de “Mulher de Poder”, canção lançada em 2012 quando MC Pocahontas, agradeceu aos seus fãs, que seguem com ela até hoje: “Estou lá graças aos meus fãs, que acreditam em mim, que compram essa ideia, essa ideia doida de ser artista, de ser cantora. [...] vou entregar tudo de mim e abrir essa nova era com o pé na porta.”, afirmou, dizendo que se sente honrada por poder ter a oportunidade de se apresentar no Espaço Favela e que dará seu melhor no show.

Com letras para se emocionar, para comemorar e também para abraçar a autoestima e sentir orgulho de suas raízes, "Cria de Caxias" promete uma imersão ao mundo da artista Pocah, uma das pioneiras do funk, nascida em Queimados e criada em Duque de Caxias. Relembrando o que foi dito anteriormente, Cria de Caixas estará disponível amanhã (03) em todas as plataformas digitais.

Foto destaque: Pocah (Reprodução/Caio Viegas)

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