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EXCLUSIVO: Dalton Vigh fala sobre atuação e relembra personagens marcantes da carreira

Em entrevista exclusiva ao Lorena R7, o ator Dalton Vigh falou sobre personagens na Globo e SBT, além de revelar se possui o desejo de encarar a direção de algum projeto um dia.

05 Set 2023 - 19h05 | Atualizado em 05 Set 2023 - 19h05
EXCLUSIVO: Dalton Vigh fala sobre atuação e relembra personagens marcantes da carreira Lorena Bueri

Interpretando Otto Monteiro (Sr. Pendleton) nas novelas "As Aventuras de Poliana" e "Poliana Moça" por cinco anos, Dalton Vigh contabiliza mais de 30 produções para a TV, contando dentre elas com novelas, séries e também minisséries. Por este motivo, quando trata-se de Dalton Vigh conseguimos logo relacionar a uma grande bagagem de atuação.

A trajetória de Dalton Vigh

Nascido no Rio de Janeiro, Dalton Vigh ganhou destaque após interpretar Venturinha em "Tocaia Grande", sua primeira novela na TV, que foi transmitida pela TV Manchete naquela época.

Dalton teve sua estreia na Globo marcada pelas novelas "Andando Pelas Nuvens" e "Terra Nostra". Durante sua passagem pela emissora, deu vida a muitos personagens marcantes, como Marconi Ferraço na novela "Duas Caras",  Carlos em "Salve Jorge",  Said em "O Clone" e René em "Fina Estampa".

Já no SBT, seu primeiro protagonismo aconteceu na novela "Pérola Negra", como Tomás Alvares Toledo. Não parando por aí, também coleciona papéis na Record TV, como Fernão Gomes em "Estrela de Fogo" e Lucas Teixeira em "Vidas Cruzadas".

Seu último papel foi o do tecnológico dono da empresa Onze, Otto Monteiro (Sr. Pendleton), nas novelas "As Aventuras de Poliana" e "Poliana Moça", como o pai da protagonista (interpretada por Sophia Valverde). 

Vasto currículo e próximos projetos

Outra parte de seu extenso currículo carrega mais de 12 filmes e 14 peças, como "Uma Peça Por Outra" e "Caros Ouvintes".  Multifacetado, Dalton também já comandou o programa Top TV e foi apresentador do canal People & Arts.

Os próximos trabalhos do ator são o longa-metragem: "As Aventuras de Poliana- O Filme",  "Sem pai nem mãe", no qual contracena com Alexandre Nero, e também a terceira e última temporada da série "Dom", do streaming Prime Video, que estreia ano que vem. 

Confira a entrevista abaixo

1- Quando te deu o grande estalo e percebeu que a atuação era de fato uma paixão? Qual foi sua primeira decisão após ter notado isso?

"Não sei se teve esse estalo. Eu sempre gostei de atuação, desde criança. Sempre fui fascinado por cinema, assistia aos filmes várias vezes, decorava as falas, interagia com os personagens e tudo mais. Eu só levei a sério como uma opção depois que me formei em Publicidade, as coisas não estavam dando muito certo, e tive uma perda na família que acabou sendo também fator determinante para mudar todo o rumo. Neste momento, decidi apostar na atuação, assumir o risco de seguir por um caminho totalmente diferente, mas que de certa forma sempre me instigou, guiado também pelo pensamento de que, se desse certo, poderia ser uma forma de ajudar os meus familiares. Então, se houve algum estalo, foi essa perda, que me fez buscar algo novo."


Dalton Vigh. (Foto: Michael Willian)

Dalton Vigh. (Foto: Michael Willian)


2- Em "Duas Caras", o personagem Adalberto por meio de um golpe abandona sua esposa Maria Paula e passa por transformações plásticas para viver como o empresário Marconi Ferraço. Foi complicado imprimir diferentes personalidades para esses personagens?

"Não, pelo contrário. É muito legal poder trabalhar com a evolução do personagem. Isso é muito interessante para o ator, pois dá a oportunidade de explorar várias facetas daquele personagem, o que o torna mais humano. O personagem que não muda é o que costumo dizer que é bidimensional, sem muita profundidade, e acaba se tornando clichê. Portanto, os personagens que passam por transformações e mudanças, especialmente em arcos de redenção como o dele, são muito bacanas de interpretar. Não acho difícil, acho prazeroso."

3- Ao longo da carreira coleciona alguns anti-heróis, como o Clovis de "O Profeta", o próprio Marconi Ferraço e também Said na novela "O Clone". O que considera mais interessante e também desafiador de interpretar um vilão?

"O mais interessante é ter uma liberdade bem maior para criar e sugerir coisas novas quando se interpreta um vilão, em comparação com o papel de mocinho. O mocinho, seguindo a base da dramaturgia, apesar de isso estar mudando, geralmente representa o bem, enquanto o vilão representa o mal, certo? O mocinho não pode sair dos trilhos, o que às vezes pode ser desafiador para o ator, para não tornar o personagem tedioso (risos).

Algumas vezes, as pessoas até pegam bronca dos mocinhos porque eles não agem, não reagem... Enquanto o vilão está sempre propondo novas situações. É o vilão que gera o conflito, e a trama surge a partir do conflito. Sem conflito não há história, ainda que seja um conflito interno. Apesar da dinâmica individual do protagonista e do antagonista, é o vilão que constantemente coloca o protagonista em risco. Isso permite que o ator explore bastante, já que o vilão tem mais liberdade.

Como ator, você utiliza mais a sua capacidade de interpretação com um vilão do que com um mocinho. O mocinho é mais desafiador de representar do que o vilão. Dar vida a um mocinho, sem transformá-lo apenas em uma vítima, é sempre complicado."



4- O grande questionamento é: tem preferência pelo vilão ou pelo papel de mocinho?

"Minha preferência é por personagens legais e histórias boas. Interpretar tanto mocinho quanto vilão apresenta desafios diferentes. Como desafio, o mocinho sempre será mais complicado do que o vilão, mas tudo depende da obra em si. Então, vou ficar em cima do muro, tanto faz para mim, não tenho preferência, não! (risos)".

5- Em "Fina Estampa", produção da Rede Globo, protagonizou René, par romântico da personagem Vanessa, interpretada por Milena Toscano. Como foi reencontrá-la depois de tanto tempo, em "As Aventuras de Poliana", no SBT?

"Ah, foi muito legal, né? É sempre bom reencontrar os colegas, reencontrar gente com quem você já trabalhou, com quem já tem uma certa intimidade. Não há aquele estranhamento dos primeiros dias, ao conhecer a pessoa e tudo mais. Então, é claro que ter trabalhado com ela antes ajudou bastante."

6- Falando sobre "As Aventuras de Poliana" e "Poliana Moça", o Otto, pai da protagonista, é completamente inteligente, reservado e também antenado no âmbito tecnológico. Contando com este arquétipo, dentre todos que já interpretou, qual se assemelha mais ao Pendleton? Em contrapartida, qual dos seus personagens se distancia mais da proposta dele?

"Eu não sei se há algum personagem que se assemelhe, levando em consideração essa questão da tecnologia, mas ele é um personagem que também passou por redenção, no sentido de ser visto como vilão, amargo e mau humorado, e depois virar um pai zeloso. Portanto, se houver alguma semelhança com algum personagem, eu teria que citar o Marconi Ferraço, nesse sentido.

Quanto à essência do personagem, e não ao arco, eu não consigo lembrar de nenhum personagem que se assemelhe ao Pendleton. E o personagem que mais se distancia, eu diria que é o René, que era chefe. Ele tinha isso de cozinhar para os outros, para a família, e cozinhar é sempre um gesto de amor, algo que você faz para outras pessoas, estando em família ou com os amigos, e o Pendleton não tinha nada disso."

7- O que você pôde levar de ensinamento com o Otto Pendleton? Alguma novidade que possa nos contar sobre ele no filme "As Aventuras de Poliana", que estreia em novembro?

"Não tenho nenhum spoiler para dar sobre o filme (risos). O Otto não está no filme inteiro, ele aparece no início, meio e fim, mas a obra é mais focada na garotada. Quanto aos ensinamentos, acho que comecei a usar mais tablet e celular depois de interpretar o Pendleton (risos), pois ainda sou um dinossauro em questão de tecnologia. Aprendi algo, mas não muito!"


Dalton como Otto Pendleton em ''Poliana Moça'', ao lado de Sophia Valverde (Poliana). (Foto: Lourival Ribeiro/SBT)

Dalton como Otto Pendleton em "Poliana Moça", ao lado de Sophia Valverde (Poliana). (Foto: Lourival Ribeiro/SBT)


8- No longa-metragem "Meu Amigo Hindu", protagonizado pelo ator hollywoodiano Willem Dafoe, você interpretou Dr. Morris. Sabendo da sua fluência em inglês, como foi a experiência ao atuar neste idioma?

"Não tinha sido a primeira vez; eu já havia feito outro filme que também foi em inglês, com um ator norte-americano. No entanto, é claro que estar lado a lado com Willem Dafoe fez as pernas tremerem (risos), porque é alguém que admiro não apenas pelo seu trabalho como ator, mas também pelo que ele fez e faz pelo teatro.

Ele é alguém que sempre está envolvido com o ramo, possui uma companhia teatral e tudo mais. Foi uma experiência muito legal e marcante. Uma pena que tenha sido breve, mas mesmo assim foi incrível. Lembro que disse a ele: "Me desculpa se eu começar errado, estou nervoso por sua causa", então conversamos um pouco e acabei não errando! (Risos) Não fiquei nervoso e conseguimos realizar a cena em questão rapidamente, logo de primeira."

9- Você também já foi apresentador no programa Top TV e também no canal People & Arts. Existe possibilidade de voltar para essa área algum dia? Ou pretende focar mais na teledramaturgia?

"Olha, a possibilidade sempre existe. Não é algo que eu esteja procurando porque eu continuo priorizando trabalhos como ator, mas é claro que se surgir uma nova oportunidade interessante, eu a encararei de frente porque não será uma novidade para mim. Na Record, eu era apresentador de um gameshow, em um programa que tinha um formato ao vivo, acho que fizemos duas transmissões ao vivo.

Já no caso de "People & Arts", eu atuava como um tipo de host. Tinha teleprompter e era um estilo diferente de apresentação. Então foram duas abordagens distintas: uma para programas de auditório e outra como apresentador de um programa sobre artes, cinema, história... algo mais contido. Foram áreas bastante contrastantes dentro da área de apresentação, então se pintar uma nova oportunidade bacana, é claro que irei avaliar, sim, com carinho."

10- Já teve vontade de trabalhar na direção de algum projeto ou seu interesse de fato sempre foi a atuação?

"A princípio, sempre foi atuação. Eu não tinha muito interesse em direção, mas agora estou com umas ideias de roteiros. Por enquanto, só pensei no roteiro (risos), mas estou começando a sentir vontade de dirigir porque, ao escrever a história, já a visualizo à minha frente, o que já é meio caminho para a direção. Você já está pensando no posicionamento da câmera, não é pensar "ah, onde vão colocar a câmera?", mas quando a imagem vem à sua mente, ela já vem em um determinado ponto de vista. Enfim, é uma ideia. Não sei se será concretizada, mas penso em dirigir, sim."


Dalton Vigh. (Foto: Michael Willian)

Dalton Vigh. (Foto: Michael Willian)


11- Você viverá um apresentador de telejornal na terceira e última temporada da série "Dom", da Prime Video, que está prevista para o ano que vem. O que podemos esperar desse novo projeto?

"Eu não vou dizer o que vocês podem esperar porque não posso dar spoilers (risos), mas posso garantir que a série será fechada com chave de ouro."

12- Nos seus mais de 25 anos de carreira, quais nomes da teledramaturgia te inspiraram e continuam inspirando? Por qual razão?

"Olha, eu sempre falo do Walter Avancini. Eu tive a oportunidade de trabalhar com ele logo no meu primeiro trabalho, que começou sendo dirigido pelo Regis Cardoso e depois foi assumido pelo Avancini. Então, para mim, desde o início da minha carreira poder colaborar com os dois, que eu já conhecia por ter acompanhado novelas produzidas por eles, já foi muito significativo por várias razões. O Avancini, em especial, foi alguém que me ensinou muita coisa. 

Ele me passou as regras básicas da interpretação, que servem tanto para cinema e televisão quanto para o teatro. Ele enfatizava que, se o ator não transmite a emoção através do olhar, então não está transmitindo nada, está apenas passando o texto. E é difícil entender exatamente o que isso significa em nossas mentes e emoções, e como você consegue fazer isso. Para mim, ele foi um professor, um mestre que abriu um novo horizonte em relação ao que eu tinha aprendido na escola de atuação.

Ele acrescentou muito e ajudou a consolidar tudo o que eu vinha aprendendo. Então, quando se fala em teledramaturgia, eu sempre lembro do Avancini. Claro, também tem o Reynaldo Boury, com quem eu trabalhei em "As Aventuras de Poliana". Durante todos os anos de trabalho, alguém sempre vinha me perguntar: "Você já trabalhou com o Boury?" E eu respondia: "Não, ainda não, ainda não o conheci". Poder tê-lo conhecido com "As Aventuras de Poliana" foi importante porque também era um nome que eu ouvia muito por ter assistido a vários dos trabalhos dele. Foi como acrescentar uma figurinha ao meu álbum."

Agradecemos ao ator Dalton Vigh pela entrevista, parabenizamos pela longa jornada e dedicação e, desejamos muito sucesso nos projetos que virão!

Foto destaque: Dalton Vigh. Foto: Michael Willian

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