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Baile de Favela é pódio das Olimpíadas de Tóquio 2020: Rebeca Andrade é medalha de prata

Rebeca Andrade é medalha de prata na ginastica artística nas Olimpíadas de Tóquio 2020. Após lesões sérias e incertezas tanto sobre sua carreira quanto de sua ida para os Jogos Olímpicos.

30 Jul 2021 - 10h27 | Atualizado em 30 Jul 2021 - 10h27
Baile de Favela é pódio das Olimpíadas de Tóquio 2020: Rebeca Andrade é medalha de prata Lorena Bueri

Rebeca Andrade conquistou nesta quinta-feira (29) a primeira medalha olímpica da ginástica artística feminina. A jovem ginasta de apenas 22 anos, que fez o Baile de Favela tomar conta de Tóquio, conquistou a medalha de prata da ginástica artística das Olimpíadas de Tóquio 2020.

 

Com 57,298 pontos, a brasileira só ficou atrás da americana Sunisa Lee, que ficou com 57,433 pontos e manteve a hegemonia do país na prova. O bronze foi para a russa Angelina Melnikova, que teve 57,199 pontos.

 


Angelina Melnikova, Sunisa Lee e Rebeca Andrade — Foto: Ricardo Bufolin / Panamerica Press / CBG

Angelina Melnikova, Sunisa Lee e Rebeca Andrade (Foto: Reprodução/Ricardo Bufolin/ Panamerica PressCBG)


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O ouro não veio por pouco, por um passo para fora do tablado no solo de Baile de Favela. Porém, nada que diminua ou apague a grande conquista de Rebeca, que ainda vai ter mais duas finais em Tóquio: domingo (1) no salto, e segunda-feira (2) no solo. Mais duas oportunidades de continuar escrevendo seu nome na história da modalidade e do esporte brasileiro.

 

Rebeca Andrade cresceu na periferia de Guarulhos, deixou a casa da mãe aos 9 anos para se dedicar à ginástica e teve que superar três lesões graves no joelho antes de conquistar a prata nas Olimpíadas de Tóquio 2020 nesta quinta-feira (29). A ginasta pensou em desistir por conta das dificuldades da recuperação das cirurgias. Sorte a nossa que dona Rosa Santos, mãe de Rebeca, não deixou, foi crucial para a filha não perder as esperanças e agora encantar o mundo inteiro com suas apresentações, que lhe renderam o pódio olímpico.

 


Rebeca Andrade e a mãe Rosa Santos — Foto: Reprodução/Instagram

Rebeca Andrade e a mãe Rosa Santos (Foto: Reprodução/Instagram)


"Acho que mesmo se eu não tivesse ganhado a medalha, eu teria feito história, justamente pelo meu processo para chegar até aqui. Não desistam, acreditem no sonho de vocês e sigam firmes. Dificuldade sempre teremos, mas temos que ser fortes suficientes para passar por dia. Tive pessoas maravilhosas que me ajudaram a passar por esse processo, espero que vocês tenham pessoas incríveis para ajudar a chegar no topo assim como cheguei. Eu sou muito grata. Mando todo meu amor para todas as ginastas que passaram por aqui, que estão feliz com meu sucesso, estou muito grata mesmo.", disse Rebeca após a conquista da medalha de prata.

 


Rebeca Andrade conquista prata nas Olimpíadas — Foto: Ricardo Bufolin / Panamerica Press / CBG

Rebeca Andrade conquista prata nas Olimpíadas (Foto: Reprodução m/Ricardo Bufolin / Panamerica Press / CBG)


A medalha de Rebeca Andrade é ainda mais impressionante por causa da sua trajetória não só de vida, mas como a superação de lesões. Foram três cirurgias no joelho direito entre 2015 e 2019. Muito tempo afastada do ginásio. Mas a brasileira superou toda adversidade.

 

Em 2015, a primeira lesão no joelho a deixou fora do Pan e do Mundial daquele ano. Em 2016,  chegou à Olimpíada do Rio cotada para o pódio olímpico. Foi terceira da fase classificatória no individual, começou a final em terceiro, saltando muito bem, mas se desequilibrou emocionalmente após falhar nas barras assimétricas. Com erros na trave e no solo, acabou caindo para a 11ª colocação.

 

A ginasta brasileira sofreu novas lesões em 2017, já no local onde aconteceria o Mundial, e em 2019, no Campeonato Brasileiro. Por causa dessa última lesão, em junho de 2019, Rebeca correu sério risco de não disputar a Olimpíada de Tóquio. Não esteve presente com o Time Brasil no Mundial, quando o Brasil não conseguiu se classificar como equipe, e começou a correr contra o tempo para disputar a etapa da Copa do Mundo em Doha. Porém o torneio não foi até a final, pois o mundo começava a enfrentar a pandemia da Covid-19. 

 

Para Rebeca Andrade, o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio foi benéfico, pois a ginasta teve um ano a mais para se preparar e recuperar para o Pan-Americano classificatório. E foi ali que ela mostrou que em Tóquio ela viria como uma das favoritas. E Rebeca mostrou mesmo para o que veio, dando show com o solo de Baile de Favela.

 

"Essa medalha não é só minha, é de todo mundo. Todos sabem da minha trajetória, o que eu passei. Se eu não tivesse cada pessoa dessa na minha vida, isso aqui não teria acontecido. Tenho certeza disso. Sou muito grata a todo mundo mesmo. Acho que mesmo se eu não tivesse ganhado a medalha, eu teria feito história, justamente pelo meu processo para chegar até aqui. Não desistam, acreditem no sonho de vocês e sigam firmes. Dificuldade sempre teremos, mas temos que ser fortes suficientes para passar por dia. Tive pessoas maravilhosas que me ajudaram a passar por esse processo, espero que vocês tenham pessoas incríveis para ajudar a chegar no topo assim como cheguei. Eu sou muito grata. Mando todo meu amor para todas as ginastas que passaram por aqui, que estão feliz com meu sucesso, estou muito grata mesmo.", disse a brasileira.

 

No salto, a final é domingo (1), às 5h45 (horário do Brasil). Rebeca Andrade avançou com a terceira melhor nota e tem chances reais de conquistar a medalha de ouro. Na segunda-feira (2), é dia da final do solo que a ginasta também tem chances de trazer mais medalhas para o Brasil e cada vez mais fazer história.

 

 

(Foto destaque: Baile de Favela é pódio das Olimpíadas de Tóquio 2020: Rebeca Andrade é medalha de prata. Reprodução/ Martin Bureau / AFP)  

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