Lucy Lawless e Renee O'Connor são mais conhecidas pelo público por seus papéis na série Xena: A Princesa Guerreira (1995-2001), as mais que amigas Xena e Gabrielle são hoje ícones LGBTQIA+ como personagens precursoras de representatividade da comunidade na TV. No início amigas, o subtexto da série foi deixando cada vez mais claro que as duas eram um casal, apesar de não ser algo dito e totalmente explícito devido às limitações da época em que a série foi lançada, com personagens que não fossem héteros sendo bem menos aceitos do que hoje.
As duas atrizes se reuniram novamente na série My Life Is Murder, protagonizada por Lawless, onde O'Connor fez aparecerá como convidade num dos episódios da segunda temporada da série, que volta para a Acorn TV, nos EUA, em 30 de agosto. Mesmo não sendo uma reunião delas como as personagens queridas dos fãs, não deixa de ser um evento ver as atrizes contracenando novamente.
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Em entrevista à EW, Lawless e O'Connor contaram sobre como foi a reunião, como seria um reboot de Xena atualmente e como se sentem sobre suas personagens serem consideradas ícones LGBTQIA+ mesmo não sendo uma relação explicitada na série.
Para participar de My Life Is Murder, Renee O'Connor, que é estadunidense, teve que ficar quinze dias em isolamento na Nova Zelândia, país de Lucy Lawless e onde a segunda temporada foi filmada, devido às medidas de segurança do país durante a atual pandemia. Como uma das produtoras executivas da série, Lawless fez um esforço para que a amiga fosse chamada. Na série, O'Connor interpreta uma guru chamada Clarissa Klein que entra no caminho da protagonista Alexa (Lawless), uma ex-detetive de homicídios que serve de consultora casos inusitados de assassinato.
Renee O'Connor e Lucy Lawless em My Life Is Murder (Reprodução/Entertainment Weekly)
Quando perguntada sobre o relacionamento amoroso das personagens Xena e Gabrielle como subtexto na série, Lawless comentou: "Quer saber? Essa parte da história estava lá desde o começo, no DNA da série. Eu e Renee éramos as únicas que não sabíamos disso, pelo menos no começo" A atriz disse também que se sente ótima com o status de ícones LGBTQIA+ das personagens no imaginário popular. "Acho muito cool. Mas acho que as pessoas já esqueceram da gente a essa altura." Ela diz isso por atualmente esses personagens serem feitos de forma mais aberta e trabalhada, o que a faz ficar impressionada com essa geração. "Eles são fantásticos".
Concordando com a amiga, O'Connor diz que estamos em outra era da representatividade na televisão. "Acho que esta nova geração está redefinindo o que é aceitável, e estamos sendo ensinados por ela e por o que ela quer. E honestamente acho que Xena e Gabrielle podem ter sido pioneiras de alguma forma, mas, cara, esta geração levou as coisas para outro nível quando se trata do que eles querem ver na televisão".
Lawless contou sobre as chances de um reboot e como pediam isso com frequência no pré-pandemia. "Eu espero que uma nova geração de profissionais chegue e encontre uma forma divertida e moderna de refazer [a série]. Até agora, ninguém conseguiu traduzir Xena para um idioma moderno". Ela acredita que uma nova versão poderia ser mais explícita sobre o relacionamento, por ter menos limitações em relação à censura a casais de pessoas do mesmo gênero. "Talvez seja um ângulo interessante, mostrar Xena e Gabrielle enfrentando um mundo que é explicitamente contra elas".
"Elas certamente não estariam escondidas, no armário", completou O'Connor. No que Lawless brincou que as duas poderiam fazer uma participação como as tias lésbicas velhas no fundo de uma cena.
A amizade das duas atrizes nunca acabou, elas sempre mantiveram contato próximo, mesmo que não conseguissem se ver pessoalmente com a frequência desejada. Isso tornou a participação em My Life Is Murder ainda mais especial.
"Não foi só sobre trabalhar com Lucy", disse O'Connor, "mas simplesmente passar um tempo com ela. Não foi tempo o bastante, mas é sempre uma experiência profunda e divertida, e marcante na minha vida, quando consigo passar um tempo com ela".
(Foto de destaque: Xena e Gabrielle na série Xena: A Princesa Guerreira. Reprodução/Twitter)