Sobre Karine Sousa

Redatora do lorena.r7

Boss aposta em dois opostos na coleção verão 2026 em Milão

A Boss apresenta nesta quinta-feira (25), em Milão, sua coleção de verão 2026, que explora o encontro de opostos como alfaiataria rígida e tecidos fluidos, ombros marcados e cinturas baixas, além de acessórios que transitam entre o balé e a Fórmula 1. Sob a direção criativa de Marco Falcioni, a marca uniu referências do design industrial de Dieter Rams e da dança inovadora de Pina Bausch para construir uma proposta que mistura precisão, emoção e ousadia.

Inspirações e contrastes

O ponto de partida da coleção foi a oposição entre ordem e caos. De um lado, a influência de Rams trouxe clareza, linhas rígidas e a estética atemporal do design. Do outro, Bausch acrescentou a leveza da dança, a liberdade criativa e a força da emoção. Esse encontro resultou em peças que mesclam alfaiataria estruturada com tecidos fluidos, além de contrastes como esporte e arte, dois universos que a Boss valoriza em sua trajetória.

As referências também aparecem em materiais inusitados, como couro de enguia, couro tratado com efeito metálico e misturas de napa, camurça e seda. As silhuetas resgatam ombros marcados dos anos 1980 e cinturas mais baixas inspiradas nos anos 1970. Alguns vestidos foram moldados diretamente no manequim, transmitindo a sensação de improviso e movimento. Os acessórios reforçam a dualidade: gravatas de couro sem nó, joias revestidas em couro e sapatos que misturam referências do balé e da Fórmula 1.


Desfile Boss (Vídeo: reprodução/Instagram/@boss)

O paradoxo como identidade

Batizada de The Paradox of Boss, a coleção evidencia que a moda alemã não se limita à disciplina. Ao contrário, a marca buscou mostrar que também carrega rebeldia, emoção e liberdade criativa. Para Falcioni, o segredo esteve em manipular materiais e alterar suas propriedades, revelando novas possibilidades estéticas.

O resultado é uma proposta que desafia rótulos: rigor e sensibilidade convivem lado a lado, reforçando a ideia de que é exatamente nesse encontro de opostos que a Boss encontra sua força no cenário internacional da moda.

Senado finaliza PEC da Blindagem após rejeição unânime da CCJ

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado rejeitou por unanimidade, nesta quarta-feira (24), a chamada PEC da Blindagem, proposta que buscava ampliar a imunidade parlamentar e restringir o alcance de decisões judiciais contra deputados e senadores. Apesar de ter sido aprovada na Câmara dos Deputados com 353 votos favoráveis, a medida enfrentou forte oposição no Senado e acabou arquivada após intensa pressão social e institucional.

Pressão popular e críticas contundentes

A análise da PEC foi acompanhada por protestos em 27 capitais e por manifestações de entidades ligadas à transparência, que consideraram a proposta um risco à democracia. O relator na CCJ, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), afirmou que a aprovação significaria um “golpe fatal” na legitimidade do Congresso.

Durante a sessão, emendas apresentadas por alguns parlamentares foram rejeitadas, mantendo o texto em sua forma original até o arquivamento. O debate se concentrou principalmente nos limites da imunidade parlamentar, diferenciando a proteção necessária ao exercício do mandato de uma possível tentativa de blindagem diante de investigações criminais. Muitos senadores ressaltaram que o avanço da proposta na Câmara ocorreu em um momento de forte desconfiança pública em relação à política, o que intensificou a rejeição popular.


Manifestação contra a PEC da Blindagem (Vídeo: reprodução/YouTube/Poder360)

Senado contra retrocessos democráticos

Ao contrário da Câmara, onde o texto obteve apoio expressivo, no Senado a resistência foi imediata. Parlamentares de diferentes partidos, como Eliziane Gama (PSD-MA), Eduardo Braga (MDB-AM) e outros membros da base e da oposição, classificaram a PEC como um retrocesso democrático. Para eles, a medida criaria privilégios inaceitáveis e afastaria a responsabilização de representantes eleitos, ferindo o princípio de igualdade perante a lei.

A rejeição unânime foi resultado de uma articulação conduzida pelo presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União-AP), em conjunto com o senador Otto Alencar (PSD-BA). O acordo garantiu que não houvesse divergências internas e que a proposta fosse arquivada de forma definitiva. Com isso, uma das matérias mais polêmicas do Legislativo nos últimos anos foi sepultada, reforçando a mensagem de que o Senado não aceitará iniciativas que enfraqueçam a democracia ou comprometam a confiança da sociedade nas instituições.

Bolsonaro pede ao STF fim da prisão domiciliar e medidas restritivas

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolou nesta terça-feira (23), no Supremo Tribunal Federal (STF), um pedido para revogar a prisão domiciliar e demais medidas cautelares impostas contra ele. Os advogados argumentam que não há mais justificativa para manter as restrições, já que a Procuradoria-Geral da República (PGR) não incluiu Bolsonaro na denúncia apresentada nesta semana por coação em processo judicial. A acusação recaiu apenas sobre o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, e o blogueiro Paulo Figueiredo.

Segundo a defesa, como Bolsonaro não é alvo dessa denúncia, perde o sentido manter medidas como tornozeleira eletrônica, proibição de uso de redes sociais, restrição de contato com autoridades estrangeiras e impedimento de aproximação de embaixadas e consulados. Para os advogados, essas cautelares limitam injustamente a liberdade de expressão e de locomoção do ex-presidente.

Prisão decretada após descumprimentos

As restrições contra Bolsonaro começaram em julho, quando o STF identificou indícios de que ele estaria interferindo nas ações de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos e tentando obstruir o andamento de processos ligados à tentativa de golpe de Estado. Mesmo proibido de usar redes sociais e de manter contato político, o ex-presidente apareceu em vídeos, falou com apoiadores e participou, por telefone, de manifestações.

Diante das violações e do risco de fuga, o ministro Alexandre de Moraes determinou, em 4 de agosto, a prisão domiciliar de Bolsonaro. Desde então, o ex-presidente cumpre a medida em sua residência, sob monitoramento eletrônico.


Alexandre de Moraes (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Bloomberg)

Defesa busca aliviar cenário jurídico

Apesar de já ter sido condenado pelo STF a 27 anos e três meses de prisão por envolvimento na trama golpista, Bolsonaro ainda não pode ser preso por essa sentença, pois restam recursos pendentes. A prisão domiciliar, portanto, não está ligada diretamente à condenação, mas ao inquérito que apura pressões ilegais contra o Supremo.

A defesa sustenta que, como a denúncia atual não o inclui, o ex-presidente deveria ser liberado das cautelares. O pedido aguarda decisão do STF.

Talibã censura livros de mulheres e restringe educação no Afeganistão

O governo do Afeganistão, controlado pelo Talibã, proibiu universidades de utilizarem livros escritos por mulheres e bloqueou o ensino de direitos humanos, assédio sexual e outras 18 disciplinas consideradas “contrárias à Sharia”. A decisão afeta cerca de 680 obras, incluindo 140 de autoria feminina, e atinge diretamente a formação acadêmica de estudantes, sobretudo mulheres e meninas, que já enfrentam severas restrições educacionais.

Proibição de livros e disciplinas

Entre os livros banidos estão obras técnicas, como Segurança no Laboratório Químico, e títulos de autores iranianos, num total de 679 livros. Segundo autoridades do Talibã, a medida visa impedir a influência de ideias contrárias à lei islâmica e “conteúdo iraniano” no currículo afegão. A decisão foi comunicada às universidades no final de agosto e respaldada por um painel de estudiosos religiosos.

Seis das 18 disciplinas proibidas abordam diretamente questões femininas, como gênero e desenvolvimento, sociologia das mulheres e o papel da mulher na comunicação. O decreto reforça o histórico de políticas misóginas do Talibã, que já restringe o acesso de meninas à educação após a sexta série e encerrou cursos de obstetrícia no final de 2024.


Livros (Foto: reprodução/Getty Images Embed/pocketlight)

Impacto no ensino superior

Professores expressam preocupação com o vazio educacional deixado pela remoção dos livros. Um docente da Universidade de Cabul afirmou que agora precisa preparar capítulos de livros didáticos com base nas restrições do governo, questionando se o conteúdo seguirá padrões globais. Outro alerta que a proibição de obras iranianas e femininas rompe laços com a comunidade acadêmica internacional, dificultando o desenvolvimento científico e acadêmico no país.

A ex-vice-ministra da Justiça, Zakia Adeli, cuja obra foi incluída na lista de proibições, afirmou não se surpreender com a medida, considerando o histórico de quatro anos de restrições do Talibã. “Quando mulheres não podem estudar, suas ideias e escritos também são suprimidos”, destacou.

A decisão reforça o controle do Talibã sobre a educação, aprofundando as barreiras que limitam a participação feminina na sociedade e restringindo o acesso ao conhecimento em diversas áreas, incluindo direitos humanos, comunicação e ciência.

União Brasil dá 24 horas para filiados deixarem cargos no governo

O partido União Brasil decidiu nesta quinta-feira (18) que todos os filiados ocupando cargos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixem as funções em até 24 horas. A medida atinge diretamente o ministro do Turismo, Celso Sabino, e ocorre no mesmo momento em que o presidente do partido, Antônio Rueda, é citado em reportagens sobre suposto envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). O prazo imposto pela sigla se encerra nesta sexta-feira (19).

Saída imediata do governo

A resolução do União Brasil obriga a entrega de cargos em ministérios, autarquias, fundações e empresas públicas. Quem não obedecer poderá responder a processo disciplinar por infidelidade partidária e até ser expulso da legenda. O estatuto do partido autoriza qualquer filiado a denunciar casos de descumprimento.

Celso Sabino, único ministro da sigla no governo, passa a ser o principal alvo da pressão. Sua permanência no cargo depende de um acordo político que ainda não foi anunciado. A decisão também antecipa o desembarque do União Brasil do governo, já que a sigla formalizou com o Progressistas a criação da federação União Progressista, com foco nas eleições de 2026.


Presidente do Brasil (Foto: reprodução/Getty Images Embed/NurPhoto)

Rueda nega acusações

Além da disputa com o governo, o partido enfrenta repercussões das denúncias contra Antônio Rueda. Reportagens apontaram que o dirigente teria mantido contato com pessoas investigadas por ligação com o PCC. Ele nega qualquer envolvimento e afirma que as acusações têm caráter político, destinadas a desgastar sua imagem e enfraquecer a legenda.

Em nota, o União Brasil declarou apoio a Rueda e classificou as acusações como falsas. Paralelamente, a legenda tenta fortalecer sua posição para as próximas eleições presidenciais. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, é o principal nome para disputar a Presidência, mas parte dos dirigentes da nova federação defende a aproximação com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

No centro dessa movimentação está Celso Sabino, cuja saída ou permanência no governo pode definir os rumos da relação entre o União Brasil e o Palácio do Planalto.

London Fashion Week 2025: A Nova Era começa nesta quinta-feira

A London Fashion Week de setembro de 2025 tem início hoje (17) e vai até o dia 22. Este ano, o evento adota um formato híbrido, combinando desfiles presenciais com transmissões digitais, o que amplia o alcance global e permite que o público acompanhe de qualquer lugar do mundo. A programação traz uma atmosfera de renovação, com a presença confirmada de grandes nomes como Burberry, Erdem e Simone Rocha.

Marcas Estabelecidas e Novos Talentos

A LFW deste ano celebra o retorno de ícones como Burberry, Erdem, Emilia Wickstead, Simone Rocha e Roksanda, que marcam presença com coleções inovadoras. Além disso, a nova geração de designers também ganha destaque, com nomes como Conner Ives, vencedor do BFC/Vogue Designer Fashion Fund, e marcas emergentes como Dreaming Eli e Ksenia Schnaider, que estreiam suas coleções na passarela.


CEO da British fashion council (Foto: reprodução/Instagram/@britishvogue)

Inovações e Colaborações

Uma das grandes novidades é o retorno da H&M com o desfile “The London Issue”, e a colaboração especial do estilista Harry Lambert, conhecido pelo seu trabalho com Harry Styles, que lança uma coleção cápsula Disney x Zara na Selfridges. Essas iniciativas refletem a tendência de fusão entre luxo e streetwear, atraindo um público cada vez mais diversificado.


Burberry irá encerrar semana de moda em Londres (Foto: reprodução/Instagram/@burberry)

A London Fashion Week de setembro de 2025 reafirma o papel de Londres como epicentro da moda, equilibrando tradição e inovação. A cidade mantém sua essência criativa e continua a influenciar tendências globais, reafirmando sua relevância e prestígio no cenário fashion.


Dilara findikoglu marca confirmada para london fashion week (Foto: reprodução/Instagram/@dilarafindikoglu)

A moda de Londres equilibra tradição e modernidade, refletindo o contraste entre clássicos icônicos e inovações ousadas. Passarelas revelam o estilo britânico autêntico, onde história e vanguarda se encontram, influenciando designers e consumidores globalmente. Londres se mantém como referência criativa, ditando tendências e inspirando a moda em todo o mundo.

Saias de pregas são destaques da moda em 2025

As saias de pregas conquistaram de vez o guarda-roupa feminino neste ano, marcando presença em passarelas, vitrines e nas ruas. Em diferentes tecidos, cortes e comprimentos, o modelo surge como aposta forte para 2025, especialmente na cor cinza, que desponta como favorita entre fashionistas.

Celebridades como Emily Ratajkowski, Katie Holmes e Gwyneth Paltrow já foram vistas com a peça em produções que equilibram modernidade e sofisticação, reforçando sua posição como tendência global. Marcas de prestígio, como Prada e Miu Miu, abraçaram o plissado em suas coleções recentes, consolidando a volta dessa silhueta clássica.

O charme do street style

Se antes o modelo era associado a uniformes ou ao estilo esportivo, hoje ele ganha vida nova nas ruas. No street style, as saias de pregas aparecem combinadas a camisas, blazers, tricôs ou até tênis, mostrando sua versatilidade em looks que transitam do formal ao casual com naturalidade. A cor cinza, em especial, tornou-se referência nesse cenário, permitindo composições monocromáticas ou misturadas a tons neutros, como preto, branco e bege. Essa pluralidade faz da peça um curinga moderno, adaptável a diferentes estilos e ocasiões.


Look com saia de pregas (Foto: reprodução/Pinterest/Gabriela Yoyo)

Uma peça que atravessa gerações

Parte do sucesso atual vem justamente da capacidade de se reinventar. Marcas de luxo apostam em tecidos nobres e cortes sofisticados, enquanto redes de fast fashion oferecem versões acessíveis, garantindo espaço para todos os públicos. Influenciadoras digitais, celebridades e criadoras de conteúdo reforçam essa popularidade ao compartilharem combinações criativas nas redes sociais, ampliando ainda mais o alcance da tendência.


Look com saia de pregas (Foto: reprodução/Pinterest/Kelly Hotting)

As saias de pregas provam, mais uma vez, que a moda é feita de ciclos. O modelo, que já foi símbolo de décadas passadas, retorna em 2025 com força renovada, agora como expressão de estilo contemporâneo. Seja no universo do luxo ou nas ruas das grandes cidades, a peça se firma como um dos principais destaques da temporada, unindo elegância, praticidade e um toque de ousadia.

Após se sentir mal e ser internado, Bolsonaro recebe alta hospitalar

O ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, recebeu alta hospitalar nesta quarta-feira (17) em Brasília, depois de ter sido internado na terça-feira (16) em um hospital privado da cidade. Ele deu entrada com sintomas de vômitos, tontura e pressão baixa. Durante a internação, recebeu hidratação e medicamentos por via endovenosa e apresentou melhora dos sintomas e da função dos rins. Com a alta, Bolsonaro volta para a prisão domiciliar, onde continuará recebendo acompanhamento médico.

Para ir ao hospital, a defesa dele precisou informar à Justiça os motivos da saída. Segundo decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, Bolsonaro pode ir ao hospital em casos de emergência, desde que comprove o motivo em até 24 horas.

Lesões na pele e diagnóstico

No domingo (14), Bolsonaro passou por cirurgia para remover oito manchas na pele. O exame mostrou que duas delas eram câncer de pele, chamado carcinoma de células escamosas, localizado apenas na camada superficial. Esse tipo de câncer não é agressivo e não se espalhou para outras partes do corpo, por isso não será preciso fazer outra cirurgia. Mesmo assim, ele seguirá sendo acompanhado periodicamente pelos médicos para garantir que tudo esteja bem.

O médico Cláudio Birolini, que acompanha Bolsonaro, explicou que o carcinoma de células escamosas é comum e geralmente aparece por causa do sol. Ele também destacou que esse tipo de câncer tem baixo risco de se espalhar, diferente do melanoma, que é mais perigoso.


Bolsonaro saindo do hospital (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Ton Molina)

Cuidados futuros e acompanhamento

Com a melhora do quadro, Bolsonaro continuará em prisão domiciliar, com acompanhamento médico regular. Os cuidados incluem monitorar a função dos rins e verificar periodicamente as lesões de pele. A equipe médica afirmou que, apesar do diagnóstico de câncer, o ex-presidente está estável e não precisa de novos procedimentos por enquanto.

O caso mostra a importância de acompanhar a saúde da pele e de tratar rapidamente qualquer lesão, principalmente para quem já teve exposição prolongada ao sol, como Bolsonaro.

Venda de medicamentos em supermercados é aprovada por comissão do Senado

A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou nesta quarta-feira (17), em Brasília, um projeto que autoriza a instalação de farmácias dentro de supermercados. A proposta, defendida pelo setor e pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, tem como objetivo ampliar o acesso da população a medicamentos e reduzir custos.

Como vai funcionar

O texto aprovado prevê que os supermercados poderão abrir farmácias próprias ou firmar parceria com drogarias licenciadas. Esses espaços deverão ser separados das demais áreas de venda e contar com a presença de farmacêuticos em tempo integral.

Todos os tipos de medicamentos poderão ser comercializados, inclusive os de controle especial. No entanto, esses só poderão ser liberados após o pagamento e, caso a compra seja feita em outro caixa, deverão ser entregues em embalagem lacrada. Além disso, a proposta proíbe a exposição de remédios em gôndolas comuns, ao lado de alimentos ou itens de higiene.

A votação ocorreu em dois turnos: no primeiro, o placar foi de 13 votos favoráveis e nenhum contrário; no segundo, a aprovação foi simbólica. Se não houver recurso para o plenário, o projeto seguirá diretamente para a Câmara dos Deputados. Depois, precisará da sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para virar lei.


Remédios em farmácia (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Leon Neal)

Apoio e resistência

O setor supermercadista defende a medida, alegando que, assim como as farmácias passaram a vender produtos de conveniência, como alimentos, bebidas e itens de higiene, agora os supermercados poderão oferecer medicamentos em ambiente controlado. Para os defensores, isso representa maior concorrência, preços mais baixos e mais facilidade para os consumidores.

Já o setor farmacêutico teme impactos financeiros e alerta para o risco de uso inadequado de remédios. Para tentar equilibrar os interesses, o relator Humberto Costa (PT-PE) incluiu ajustes, como a obrigatoriedade de espaços exclusivos e a presença de profissionais habilitados.

Se for transformada em lei, a proposta marcará uma mudança importante no varejo brasileiro, invertendo uma lógica já consolidada: se antes as farmácias passaram a se parecer com supermercados, agora os supermercados terão a chance de se aproximar das farmácias.

Itamarati responde ao secretário americano sobre declarações em redes sociais

Nesta quinta-feira (11), em Brasília, o Itamaraty divulgou uma nota oficial respondendo às declarações do secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Rubio chamou a condenação de “caça às bruxas” e acusou o ministro Alexandre de Moraes de perseguição política. A resposta brasileira veio em defesa da independência do Judiciário e da soberania nacional, afirmando que o país não aceitará intimidações externas. O atrito acontece após a condenação de Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por envolvimento em tentativa de golpe de Estado.

“As perseguições políticas do violador de direitos humanos Alexandre de Moraes, sancionado, continuam, já que ele e outros membros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram injustamente pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os Estados Unidos responderão de forma adequada a essa caça às bruxas”, disse Marco Rubio.

A declaração foi publicada na rede social X de Rubio, pouco depois da decisão do STF. O tom da mensagem aumentou a tensão entre os dois países ao sugerir possíveis medidas de retaliação por parte do governo americano.


Jair Bolsonaro (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Sergio Lima)

A resposta do Itamaraty

“O Poder Judiciário brasileiro julgou, com independência, os primeiros acusados pela frustrada tentativa de golpe de Estado, que tiveram amplo direito de defesa. As instituições democráticas brasileiras deram sua resposta ao golpismo.”
“Continuaremos a defender a soberania do país de agressões e tentativas de interferência, venham de onde vierem. Ameaças como a feita hoje pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em manifestação que ataca autoridade brasileira e ignora os fatos e as provas dos autos, não intimidarão a nossa democracia.”

Repercussão diplomática

O episódio expôs o atrito entre Brasília e Washington em torno do processo de Bolsonaro. De um lado, Rubio faz críticas internacionais e pressiona por uma reação dos EUA. Do outro, o Itamaraty deixa claro que não aceitará ingerência estrangeira em decisões da Justiça. A troca de declarações se soma ao clima de instabilidade política, reforçando a importância do julgamento no cenário interno e externo.