Sobre Ana Lua Bacelar

Redatora do lorena.r7

Julgamento de Diddy entra em fase final com dúvidas do júri sobre substâncias controladas

O julgamento do rapper Sean “Diddy” Combs avançou para a etapa final nesta segunda-feira (30), quando o júri iniciou as deliberações sobre as acusações que incluem conspiração para  extorsão, tráfico sexual e transporte para prostituição. Após cinco horas de debates, os jurados encaminharam questionamentos ao juiz, indicando dúvidas sobre a caracterização da distribuição de substâncias controladas e sobre a conduta de um dos integrantes do grupo.

Júri questiona definição de distribuição de drogas

Durante o primeiro dia de deliberação, os jurados enviaram ao juiz federal Arun Subramanian duas comunicações escritas. A primeira tratava da interpretação legal sobre substâncias controladas. Os jurados buscaram esclarecimento sobre uma situação específica: se, no caso de uma pessoa solicitar uma substância controlada e outra entregá-la, esta segunda pessoa pode ser legalmente considerada distribuidora, mesmo sem estar formalmente associada à cadeia de fornecimento.

Em resposta, o juiz solicitou que as equipes de acusação e defesa se reunissem para decidir conjuntamente como responder ao questionamento. O júri foi dispensado ao final da tarde, com previsão de retomar as deliberações às 10h desta terça-feira (1º), pelo horário de Brasília.


Trailer do documentário sobre trajetória e acusaões de P.Diddy (Vídeo: reprodução/YouTube/Peacock)

O painel de jurados atua sob instruções detalhadas emitidas pelo juiz, que incluem orientações sobre as acusações e os critérios para avaliação das provas. Cada membro do júri recebeu uma cópia impressa das instruções, que deverão ser consultadas ao longo do processo decisório.

Preocupação com a conduta de um dos jurados

Além da dúvida jurídica, outra nota foi enviada ao tribunal durante a tarde, levantando preocupações quanto à conduta de um dos jurados, identificado apenas como número 25. A mensagem, escrita à mão e entregue inicialmente à promotoria e posteriormente à defesa, informava que esse jurado poderia não estar seguindo as instruções do juiz de maneira adequada.

O próprio acusado, Sean Combs, retornou ao tribunal e leu o conteúdo do bilhete, que ocupava cerca de um terço de uma folha pautada. A denúncia sobre possível irregularidade na atuação de um dos jurados ainda deverá ser analisada antes da retomada dos trabalhos.

O caso de Combs ganhou atenção internacional não apenas pelas acusações formais, mas também pela complexidade jurídica envolvida e pelo debate público sobre sua conduta. A decisão final do júri poderá influenciar futuras interpretações judiciais envolvendo distribuição de substâncias controladas e crimes sexuais associados.

Elon Musk volta a criticar proposta orçamentária de Trump e alerta sobre dívida pública

O empresário Elon Musk voltou a manifestar oposição ao projeto orçamentário do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que propõe elevar o teto da dívida pública em US$ 5 trilhões. Segundo Musk, a medida pode prejudicar a economia do país e resultar na perda de milhões de empregos. A proposta fiscal está prevista para ser submetida à votação até o dia 4 de julho no Congresso norte-americano.

Disputa entre Musk e governo

Elon Musk, fundador da Tesla e da SpaceX, voltou a criticar a política fiscal da atual gestão republicana. Nos últimos dias, ele classificou o pacote orçamentário proposto pelo governo Trump como excessivo em gastos e alertou para os riscos de um aumento significativo na dívida federal. A proposta em análise prevê a ampliação do teto da dívida em US$ 5 trilhões, valor considerado histórico.

A crítica de Musk ocorreu por meio de mensagens publicadas na rede social X, direcionadas a um congressista republicano. O empresário já havia se posicionado anteriormente contra a proposta, com alegações de que o projeto demonstra desinteresse bipartidário em relação à sustentabilidade fiscal dos Estados Unidos. Ele também sugeriu a necessidade de uma nova força política que represente os interesses da população, em oposição ao que considera um sistema partidário ineficiente.


Um dos tweets publicados por Musk ao criticar a proposta orçamentária (Foto: Reprodução/X/@elonmusk)

A tensão entre Musk e o governo já havia se intensificado no início de junho, quando o bilionário se envolveu em um desentendimento com Trump sobre o mesmo tema. Apesar de uma breve tentativa de reconciliação, o embate foi retomado após novas declarações sobre os impactos econômicos da proposta.

Tesla tem queda no valor de mercado

As declarações de Musk tiveram repercussões no mercado financeiro. As ações da Tesla, empresa da qual ele é CEO, apresentaram quedas bruscas, resultando em uma perda de cerca de US$ 150 bilhões em valor de mercado. Apesar das oscilações, os papéis da companhia mostraram sinais de recuperação nos dias seguintes.

Além da questão econômica, o episódio evidencia o atrito entre lideranças empresariais e o governo em torno das prioridades fiscais do país. A proposta de orçamento, considerada por críticos como expansiva, deve enfrentar resistência dentro do próprio Partido Republicano e gerar debates acalorados até sua votação.

Trump, por sua vez, minimizou o embate com Musk, afirmando que o empresário estava apenas “irritado” com a situação. Mesmo assim, as divergências entre o setor empresarial e a Casa Branca permanecem em evidência.

Charli XCX responde críticas sobre uso de autotune após apresentação em Glastonbury

A cantora Charli XCX usou suas redes sociais neste domingo (29) para responder a críticas relacionadas ao uso de autotune em suas apresentações ao vivo. As reações ocorreram após o show realizado no sábado (28), no festival Glastonbury, no Reino Unido.

A artista britânica defendeu sua escolha estética, que marca a fase atual de sua carreira desde o lançamento do álbum “Brat”, em 2024.

Proposta artística do álbum “Brat”

Charli XCX, de 32 anos, fez referência direta aos comentários sobre sua performance no festival Glastonbury, em especial à utilização de efeitos vocais processados ao vivo. A artista explicou que a manipulação da voz com autotune não representa uma limitação técnica, mas sim uma decisão criativa que dialoga com a sonoridade estabelecida em seu álbum mais recente.

O projeto “Brat“, lançado em junho de 2024, tem como característica principal a combinação de elementos do pop eletrônico com influências do disco club. O uso intensivo de sintetizadores e de autotune está presente tanto nas gravações de estúdio quanto nas apresentações da cantora, o que reforça a coesão estética proposta nessa nova fase de sua discografia.

Artista defende liberdade estética e impacto cultural

Por meio de postagens na rede social X (antigo Twitter), Charli XCX argumentou que o uso do autotune e a ausência de uma banda tradicional no palco não desvalorizam sua produção artística. Segundo a cantora, propostas que dividem opiniões e provocam debates muitas vezes estão ligadas a transformações culturais mais significativas.


Cantora rebate críticas em seu perfil no X (Foto: Reprodução/X/@charli_xcx)

A apresentação de Charli XCX em Glastonbury ocorreu na noite de sábado e integrou a turnê de divulgação de “Brat”. O disco foi amplamente comentado por sua abordagem sonora específica, marcada por efeitos vocais e batidas eletrônicas. Mesmo diante de críticas, a cantora mantém a defesa de que suas decisões criativas fazem parte de um conceito deliberado que visa impactar e provocar reações no público.

James Gunn comenta entrega do roteiro de “Batman 2”

O diretor criativo da DC Films, James Gunn, comentou nesta semana sobre o status do roteiro de “Batman: Parte 2”, continuação do filme de 2022 estrelado por Robert Pattinson. Segundo Gunn, o texto escrito por Matt Reeves em parceria com Mattson Tomlin foi entregue recentemente, embora ele ainda não tenha lido o material.

O lançamento do novo longa está previsto para o dia 1º de outubro de 2027 e dará continuidade à narrativa da nova versão do Cavaleiro das Trevas, que não integra o universo cinematográfico principal da DC (DCU).

O roteiro está finalizado, mas ainda não foi lido por Gunn

Durante entrevista ao site norte-americano ComicBook, James Gunn afirmou que o roteiro de “Batman: Parte 2” foi concluído, mas que ainda não teve tempo de analisar o conteúdo. A declaração foi feita em meio a uma agenda de viagens do diretor, que atualmente se divide entre compromissos relacionados ao DCU e o desenvolvimento de novas produções.


Página no X divulga que roteiro foi finalizado (Foto: Reprodução/X/@CultureCrave)

O roteiro foi escrito por Matt Reeves, que também dirige o projeto, e por Mattson Tomlin, com quem já havia colaborado no primeiro filme. A foto do roteiro finalizado foi compartilhada pelo próprio Reeves em suas redes sociais, confirmando que a pré-produção da sequência segue em andamento. Apesar da entrega do argumento, detalhes sobre a trama ainda não foram divulgados oficialmente.

Nova franquia segue independente do DCU de Gunn

“Batman: Parte 2” é continuação direta de “Batman” (2022), longa que apresentou Robert Pattinson como uma versão jovem de Bruce Wayne. O filme original foi ambientado nos primeiros anos de atuação do herói em Gotham City, estabelecendo uma linha narrativa própria, separada do universo compartilhado que Gunn está desenvolvendo no DCU.

O elenco do primeiro longa incluiu nomes como Zoë Kravitz, no papel de Mulher-Gato; Colin Farrell, como o Pinguim; Paul Dano, como o vilão Charada; John Turturro, interpretando Carmine Falcone; Jeffrey Wright, como o Comissário Gordon; e Andy Serkis no papel de Alfred. Todos esses personagens ajudaram a consolidar a ambientação distinta da franquia.

Com a estreia programada para 1º de outubro de 2027, a expectativa é de que a produção avance nas próximas etapas ainda em 2025, com filmagens previstas para 2026. Até o momento, não há confirmação oficial sobre retorno do elenco ou novos nomes no projeto.

Ariana Grande é convidada a integrar Academia do Oscar após atuação em “Wicked”

Conforme anunciado nesta quinta-feira (26), a cantora e atriz Ariana Grande foi convidada a integrar a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, organização responsável pela realização do Oscar. 

O convite veio após a artista ter sido indicada ao prêmio na categoria de melhor atriz coadjuvante por sua atuação no filme Wicked (2024). Grande passa a compor o grupo de votantes que escolhem os vencedores da maior premiação do cinema mundial.

Participação em “Wicked” e nova fase na carreira

A indicação de Ariana Grande ao Oscar se deu por sua interpretação em “Wicked’, adaptação cinematográfica do musical homônimo. O longa alcançou uma expressiva bilheteria em 2024, somando US$ 756 milhões, e recebeu dez indicações ao prêmio da Academia, entre elas, melhor atriz (Cynthia Erivo) e melhor atriz coadjuvante (Ariana Grande). O filme venceu em duas categorias técnicas: Melhor Figurino e Melhor Design de Produção.


Academia divulga novos nomes nas redes sociais (Foto: reprodução/Instagram/@theacademy)

A produção do longa está atualmente envolvida com a sequência, intitulada “Wicked: For Good”, com estreia marcada para novembro de 2025. Em entrevista ao New York Post, o compositor Stephen Schwartz afirmou que há preocupações entre os realizadores em manter o padrão alcançado pelo primeiro filme, dada a recepção positiva da crítica e do público. Segundo ele, o impacto cultural do longa elevou as expectativas para a continuação.

Próximos projetos de Ariana

A Academia divulgou a lista de novos integrantes nesta semana. Ao todo, 534 pessoas foram convidadas, das quais 41% são mulheres e 55% residem fora dos Estados Unidos. Ainda de acordo com o comunicado, 45% das mulheres convidadas pertencem a comunidades sub-representadas na indústria cinematográfica. A seleção também incluiu 91 indicados e 26 vencedores da edição mais recente do Oscar.

Com a entrada na Academia, Ariana Grande amplia sua participação no setor audiovisual. Além da continuação de “Wicked”, ela foi confirmada no elenco de “Entrando Numa Fria 4”, longa previsto para estrear em novembro de 2026. Em entrevistas recentes, a artista indicou o desejo de se dedicar com mais regularidade à atuação, demonstrando especial interesse por projetos de comédia.

“Virgin”: Lorde retoma carreira após hiato com novo álbum de estúdio

A cantora neozelandesa Lorde lançou nesta sexta-feira (27) “Virgin”, seu quarto álbum de estúdio. O disco, que reúne 11 faixas, marca o retorno da artista à cena musical após um período de hiato iniciado em 2021, com o fim da divulgação do álbum anterior, “Solar Power”. A nova obra traz canções como “What Was That”, “Hammer” e “Man of the Year”, e aborda temas relacionados à sexualidade e ao gênero.

Álbum aborda questões de identidade e amadurecimento

Em “Virgin”, Lorde explora elementos ligados à construção da identidade e aos efeitos do amadurecimento. O álbum apresenta letras que tratam de sexualidade, gênero e das complexidades das relações interpessoais ao longo da vida adulta jovem. A faixa “What Was That”, por exemplo, remete a vivências da adolescência e à reflexão sobre a passagem do tempo: “Desde os 17 eu te dei tudo, agora acordamos de um sonho e bem, querido, o que foi isso?”, canta a artista em um dos versos.


Albúm "Virgin" (Áudio: Reprodução/Spotify/Lorde)

O disco também apresenta batidas e arranjos que, segundo fãs nas redes sociais, remetem ao estilo sonoro de “Melodrama” (2017), considerado um dos trabalhos mais marcantes da artista. A canção “Hammer”, outra faixa do novo projeto, reforça essa conexão ao unir camadas eletrônicas com uma construção lírica que enfatiza vulnerabilidade e transformação pessoal.

O lançamento marca um retorno simbólico para Lorde, que esteve praticamente ausente desde 2021, exceto por colaborações pontuais, como a participação no remix de “Girl, So Confusing”, com Charli XCX. A ausência prolongada acentuou a expectativa dos fãs, que vinham manifestando nas redes sociais o desejo de uma nova era na carreira da cantora.

Hiato desde 2021 e semelhanças com projetos anteriores

“Virgin” é o quarto álbum de estúdio da cantora, sucedendo “Pure Heroine” (2013), “Melodrama” (2017) e “Solar Power (2021). Desde o fim da divulgação de seu último disco, Lorde reduziu consideravelmente sua presença pública. A retomada veio acompanhada de ações nas redes sociais, incluindo a publicação de um vídeo no TikTok em que a artista corre por uma cidade ao som de “What Was That”. Posteriormente, a imagem da possível capa do single foi divulgada em seu perfil oficial.

Prefeitura de Niterói assume traslado do corpo de brasileira morta em vulcão na Indonésia

A Prefeitura de Niterói, no Rio de Janeiro, assumiu o custeio e a responsabilidade logística pelo traslado do corpo da brasileira Juliana Marins, morta após um acidente durante uma trilha no monte Rinjani, na Indonésia. A confirmação ocorreu na noite de quarta-feira (25), após quatro dias de buscas que mobilizaram familiares, autoridades locais e apoio de brasileiros nas redes sociais. Juliana, de 37 anos, escorregou e caiu de uma encosta de aproximadamente 300 metros no último dia 20 e foi encontrada morta no dia 24.

Prefeitura assume custos após impasse com governo federal

O translado do corpo de Juliana Marins será viabilizado com recursos da administração municipal de Niterói. O prefeito Rodrigo Neves informou que conversou com familiares e formalizou o compromisso. A prefeitura também será responsável pelos processos de sepultamento.

O Ministério das Relações Exteriores informou que, segundo o artigo 257 do Decreto 9.199/2017, não está autorizado a custear despesas com traslado ou sepultamento de brasileiros no exterior, exceto em casos de natureza humanitária, condição que, segundo o órgão, não se aplicava à situação de Juliana. O Itamaraty, entretanto, prestou suporte à família com orientações consulares, emissão de documentos e contatos com autoridades indonésias.


Prefeito de Niteroi divulga custeamento em suas redes sociais (Foto: Reprodução/Instagram/@rodrigoneves_rj)

Diante da ausência de suporte financeiro do governo federal, o ex-jogador Alexandre Pato chegou a se oferecer para arcar com as despesas da repatriação. A prefeitura confirmou que, com a decisão de assumir o processo, a iniciativa do atleta não será necessária.

O corpo de Juliana foi encaminhado ao Hospital Bayangkara após ser içado do local do acidente. A necropsia será realizada nesta quinta-feira (26), antes do início do processo de repatriação para o Brasil.

Condições da trilha e falhas em segurança

Juliana Marins caiu na manhã de sexta-feira (20) enquanto fazia trilha no vulcão Rinjani, na ilha de Lombok. Segundo relatos, ela tropeçou e despencou cerca de 300 metros. Apesar de estar consciente após a queda, conseguia apenas mover os braços e olhar para cima. Um grupo de turistas que passava pelo local localizou a brasileira cerca de três horas depois e comunicou a família, utilizando fotos, vídeos e a localização geográfica.

As buscas enfrentaram condições adversas, como neblina intensa, terreno escorregadio e declives acentuados. A estrutura da operação de resgate foi criticada por familiares e por visitantes do parque, que relataram demora no socorro e ausência de sinalização adequada. Desde 2020, o local já registrou oito mortes e mais de 180 acidentes, segundo dados de autoridades locais e guias turísticos.

Juliana foi localizada morta na terça-feira (24). O resgate ocorreu na manhã seguinte, quando seu corpo foi retirado do local com auxílio de cordas e levado ao posto de Sembalun.

Protestos contra governo queniano deixam mortos e centenas de feridos

Pelo menos 16 pessoas morreram e centenas ficaram feridas durante protestos realizados nesta quarta-feira (25) em diversas cidades do Quênia. As manifestações foram convocadas para marcar o primeiro aniversário dos protestos de junho de 2024, quando dezenas de pessoas morreram após confrontos com a polícia durante a rejeição popular a um projeto de lei fiscal. 

Relatos apontam uso de munição real, balas de borracha e jatos de água para dispersar os participantes. As ações das forças de segurança voltaram a ser alvo de críticas de organizações de direitos humanos e provocaram reações internacionais.

Ações policiais resultam em mortes durante manifestação

De acordo com dados reunidos pela Anistia Internacional do Quênia, em conjunto com a Comissão Nacional de Direitos Humanos do país (KNCHR), ao menos 16 pessoas morreram, sendo a maioria em decorrência da ação direta da polícia. Pelo menos cinco vítimas foram atingidas por armas de fogo. A KNCHR informou ainda que cerca de 400 pessoas ficaram feridas, incluindo manifestantes, policiais e profissionais da imprensa.

O hospital nacional Kenyatta, em Nairóbi, confirmou a entrada de dezenas de feridos, 107 deles admitidos com ferimentos provocados por disparos, sejam de borracha ou munição real. Nenhuma morte foi oficialmente registrada na unidade até o fechamento do último boletim.

As forças de segurança foram acusadas por diversas organizações civis de agir com força excessiva. Relatos apontam o uso de gás lacrimogêneo, jatos de água, balas de borracha e munição letal. A Autoridade de Comunicações do Quênia havia determinado que emissoras suspendessem a cobertura ao vivo dos protestos, o que gerou reações judiciais e levou à suspensão da ordem por um tribunal local.

Acusações contra policiais e repressão à imprensa

As manifestações se espalharam por diferentes cidades, como Mombasa, Kitengela, Kisii, Matuu e Nyeri. Em Nairóbi, grupos de manifestantes chegaram a se dirigir à residência oficial do presidente William Ruto. A emissora NTV registrou o momento antes de ser retirada do ar por desrespeitar a ordem do governo de interromper transmissões ao vivo. A medida também afetou a KTN. Ambas voltaram ao ar após decisão da Justiça.

As críticas à atuação do governo não se limitam aos atos desta semana. No início de junho, novos protestos eclodiram após a morte do blogueiro e professor universitário Albert Ojwang, de 31 anos, enquanto estava sob custódia policial. Seis pessoas, entre elas, três agentes de segurança, foram acusadas de envolvimento no caso e responderão por homicídio. Todos negam participação.


Manifestações após a morte do blogueiro e professor universitário Albert Ojwang (Vídeo: Reprodução/YouTube/Times News)

No ano passado, o ápice da tensão ocorreu em 25 de junho, quando manifestantes romperam barreiras e invadiram o Parlamento queniano. A resposta violenta da polícia naquele episódio gerou forte repercussão internacional e marcou o início de uma crise no governo de William Ruto.

Resgate de turista brasileira no Monte Rinjani expõe histórico de mortes em trilhas

Juliana Marins, de 26 anos, está isolada em um penhasco no Monte Rinjani, na Indonésia, desde sábado (21), após cair durante uma trilha. As operações de resgate enfrentam dificuldades causadas pelo terreno acidentado e pelas condições climáticas adversas. O caso destaca um histórico de acidentes graves na região, que registrou ao menos três mortes entre 2022 e 2025.

Resgate enfrenta limitações técnicas e climáticas

Juliana fazia a trilha com um grupo de turistas e um guia local. Durante o segundo dia da caminhada, pediu para descansar e se separou do grupo. Momentos depois, caiu de um penhasco e permaneceu desaparecida até ser localizada por drones de equipes de resgate. Ela está a aproximadamente 500 metros abaixo da trilha principal, imóvel entre rochas e vegetação densa.

As condições climáticas dificultam o uso de helicópteros e reduzem a visibilidade no terreno. Tentativas anteriores de resgate foram interrompidas por neblina e falhas no uso de cordas, que não atingiram a profundidade necessária. A trilha principal foi interditada para facilitar o acesso das equipes, mas outras rotas da região permanecem abertas.

A família da brasileira afirma que ela está sem alimentos, água ou roupas adequadas. Críticas foram direcionadas ao ritmo do resgate e à falta de estrutura. O governo brasileiro enviou representantes à região além de solicitar reforços ao governo indonésio. Dois alpinistas experientes foram integrados à operação, mas até a noite de segunda-feira (23) não havia confirmação de sucesso nas ações.


Reportagem sobre o caso da turista brasileira (Vídeo: reprodução/YouTube/Domingo Espetacular)

O caso ganhou repercussão internacional, com mobilizações nas redes sociais em apoio à brasileira. O embaixador do Brasil na Indonésia reconheceu falhas iniciais de comunicação com autoridades locais, e o Itamaraty segue acompanhando as operações.

Histórico de acidentes na região do Rinjani

O Monte Rinjani, segundo vulcão mais alto da Indonésia, possui trilhas que exigem preparo físico e orientação adequada. Desde 2022, ao menos três mortes foram registradas em rotas da região. Em 2022, um turista português de 37 anos caiu de uma altura de 150 metros ao tentar tirar uma foto próximo ao cume. Seu corpo foi resgatado após quatro dias de buscas.

Em 2024, uma turista suíça percorreu uma trilha não oficial no Monte Anak Dara e foi encontrada morta após cair em um barranco. Em 2025, um cidadão da Malásia caiu de uma ravina de 80 metros na trilha de Torean. Nos três casos, foram identificadas condições como clima instável, trilhas inseguras e ausência de equipamentos adequados.

Além desses episódios, o Monte Rinjani é conhecido por sua instabilidade climática, presença de desníveis acentuados e histórico de atividades vulcânicas. Em 2016, cerca de 400 turistas precisaram ser evacuados por conta de sinais de erupção. Mesmo com os riscos, a região continua atraindo milhares de visitantes todos os anos.

Cessar-fogo entra em vigor entre Israel e Irã após 10 dias de confrontos

O cessar-fogo entre Israel e Irã teve início na madrugada desta terça-feira (24), após quase duas semanas de confrontos envolvendo ataques aéreos, mísseis e bombardeios em áreas civis e militares. A trégua foi mediada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou o acordo na noite anterior, após negociações conduzidas com representantes dos dois países. 

O entendimento prevê a suspensão imediata das ofensivas, com a condição de que nenhuma das partes retome as hostilidades. Mesmo com o anúncio da trégua, autoridades israelenses mantiveram o estado de alerta e ressaltaram que eventuais violações por parte do Irã resultarão em respostas militares.

Última rodada de ataques antecede trégua

Horas antes do início oficial do cessar-fogo, o Irã lançou uma série de mísseis contra o território israelense. As ofensivas atingiram, entre outros locais, a cidade de Beer Sheva, onde quatro pessoas morreram e outras ficaram feridas. Em paralelo, ao menos nove pessoas foram mortas no Irã em bombardeios atribuídos a Israel, pouco antes da entrada em vigor da trégua.

O Irã também disparou mísseis contra uma base militar dos Estados Unidos no Catar. Os projéteis foram interceptados e não causaram vítimas. Já os Estados Unidos, antes do cessar-fogo, haviam conduzido uma operação contra instalações nucleares iranianas, tendo como principal alvo a usina subterrânea de Fordow.

A suspensão dos ataques ocorreu após ataques mútuos que se inciaram em 13 de junho, quando Israel iniciou uma operação com o objetivo de impedir o avanço do programa nuclear iraniano. Ao longo dos dias, ambos os lados realizaram ofensivas que deixaram dezenas de mortos e milhares de feridos, segundo estimativas oficiais.

Mediação de Trump e reações ao cessar-fogo

Na noite de segunda-feira (23), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou o cessar-fogo. Segundo ele, o conflito seria encerrado por completo nas seis horas seguintes. Trump afirmou que entrou em contato direto com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e que o acordo também envolveu conversas com representantes do governo iraniano por meio de canais diplomáticos. A informação é da agência de notícias Reuters, baseada no que declarou um alto funcionário da Casa Branca.


 

Donald Trump anuncia acordo em suas redes sociais| Foto: Reprodução/X/@WhiteHouse


Netanyahu confirmou a aceitação da trégua e declarou que Israel havia atingido seus objetivos militares, entre eles neutralizar ameaças nucleares e de mísseis balísticos. O primeiro-ministro, no entanto, advertiu que qualquer violação do cessar-fogo resultaria em resposta imediata. O exército israelense declarou que permanece em estado de alerta, embora tenha confirmado o início do acordo.

Por outro lado, o governo do Irã adotou uma postura cautelosa. O páis, por meio de seu Ministério das Relações Exteriores, afirmou que só aceitaria o cessar-fogo caso Israel interrompesse todos os ataques até o horário estipulado em Teerã.  Segundo a agência de notícias Reuters, os veículos iranianos SNN e Press TV, após o fim das ofensivas, confirmaram a suspensão das operações militares: “Cessar-fogo tem início após quatro ondas de ataques em territórios ocupados por Israel”, afirmou a Press TV.

Escalada anterior e repercussão internacional

O conflito teve início com ataques israelenses a estruturas militares e nucleares do Irã, sob a justificativa de conter avanços no programa atômico iraniano. Em contra-ataque, o Irã lançou mísseis nas cidades de Tel Aviv, Haifa e Jerusalém além de alvos norte-americanos na região. As ações elevaram a tensão regional e provocaram mobilizações internacionais para tentar conter uma possível escalada.

Durante os combates, civis foram atingidos em ambos os lados. A trégua surge como uma tentativa de interromper o ciclo de ataques. Governos como os do Reino Unido, França, China e Catar pressionaram por um acordo, temendo desdobramentos mais amplos no Oriente Médio.