Polícia localiza fábrica ligada à morte de duas pessoas intoxicadas por metanol em SP

Fábrica clandestina localizada em São Bernardo, no ABC Paulista, comprava etanol em postos de gasolina para misturar em bebidas alcoólicas; uma pessoa foi detida

10 out, 2025
Fábrica clandestina em São Bernardo do Campo | Reprodução/TV Globo
Fábrica clandestina em São Bernardo do Campo | Reprodução/TV Globo

Nesta sexta-feira (10), a Polícia Civil de São Paulo localizou a fábrica ilegal de onde saíram as bebidas alcoólicas que causaram a morte de duas pessoas intoxicadas por metanol. Na operação, uma mulher foi presa.

O etanol era comprado nos postos de gasolina e estaria com metanol em sua composição, o que causou a intoxicação e a grande comoção na mídia e na população nas últimas semanas.

As investigações dos responsáveis pelo crime da adulteração

As investigações começaram após a morte de duas pessoas que consumiram vodca no mesmo bar, que fica na Zona Leste de São Paulo. Ao localizar os fabricantes e o local que funcionava para a fabricação de bebidas falsas, a polícia entrou com mandados de busca e apreensão, desmontando também a fábrica irregular.

A polícia confirmou que a proprietária, que foi presa em flagrante pela adulteração, será autuada por falsificação, corrução, adulteração de substâncias ou produtos alimentícios, tornando-os nocivos à saúde, ou diminuindo seu valor nutritivo. A mulher pode pegar de 4 a 8 anos de prisão, além de multa.

O dono do bar onde Marcos Antônio Jorge Junior e Ricardo Lopes Mira, mortos pela intoxicação por metanol, confessou que comprou garrafas de fábrica clandestina. No estabelecimento, localizado na Mooca, Zona Leste de São Paulo, foram apreendidas nove garrafas (uma de gin e oito de vodca), sendo detectadas a presença do metanol em oito garrafas.


Fábrica clandestina é fechada pela Polícia Civil (Vídeo: Reprodução/YouTube/CNN Brasil

Ainda existem suspeitas de envolvidos

A Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), através de nota, suspeita de envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) na adulteração bebidas, alegando que o metanol encontrado nelas são utilizados também para adulterar combustíveis.

Essa possibilidade é descartada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e a Polícia Civil trabalha com duas hipóteses: que o metanol usado seria para higienizar as garrafas reaproveitadas e que a ideia era de adicionar o etanol de postos de gasolina, para aumentar o volume da produção, sem saber que o material continha o metanol na composição

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