Bolsonaro acompanha julgamento do STF de casa por motivos de saúde

Ex-presidente não comparecerá presencialmente ao STF nesta semana; em vez disso equipe jurídica pede liberação para realizar exames médicos no domingo

09 set, 2025
Jair Bolsonaro e danos à estátua do Supremo Tribunal Federal (STF) | Reprodução/ Pedro H. Tesch/ Andressa Anholete/ Getty Images Embed
Jair Bolsonaro e danos à estátua do Supremo Tribunal Federal (STF) | Reprodução/ Pedro H. Tesch/ Andressa Anholete/ Getty Images Embed

O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta terça-feira (9/9) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sete aliados, todos réus na ação da trama golpista de 8 de janeiro. No entanto, o ex-mandatário decidiu acompanhar o processo diretamente de sua residência. A decisão, baseada em seu quadro clínico, foi comunicada à sua equipe jurídica e refletiu a preocupação com o impacto do julgamento em sua saúde.

Decisão baseada em recomendações médicas

A defesa de Bolsonaro não solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso na Primeira Turma, que o ex-presidente pudesse comparecer presencialmente às sessões, o que seria um direito seu. Nos dias que antecederam a retomada do julgamento, o quadro de saúde de Bolsonaro se agravou, com crises intensas de soluço, vômitos e falta de ar, sintomas que os médicos atribuem a uma esofagite, uma inflamação no esôfago. Esta condição é resultado de um procedimento cirúrgico abdominal ao qual ele foi submetido em abril.


Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução: Mateus Bononi/Getty Images Embed)

Aliados e familiares próximos também relatam que o ex-presidente enfrenta momentos de instabilidade emocional e choro, indicando que o estresse do julgamento poderia piorar seu estado. O advogado Paulo Amador Bueno enfatizou a fragilidade de Bolsonaro, afirmando que a orientação médica é para que ele permaneça em casa. “É uma situação bastante delicada, são muitas horas de julgamento, e o estresse do ambiente poderia ser prejudicial”, disse Bueno.

Pedido de exames

Em vez de focar na presença de Bolsonaro no tribunal, a defesa concentrou seus esforços em garantir a realização de exames médicos essenciais. O corpo clínico que o acompanha solicitou a permissão para que ele possa se dirigir a um hospital no próximo domingo. O objetivo é a retirada de lesões na pele para análise anatomopatológica, um procedimento necessário para monitorar a saúde do ex-mandatário.

Esta é a segunda vez em pouco mais de um mês que Bolsonaro solicita para deixar a prisão domiciliar por motivos de saúde. Em uma ocasião anterior, ele foi autorizado a fazer exames que detectaram a persistência de esofagite e gastrite, além de “imagem residual” de infecções pulmonares.

 

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