Governo manterá pressão diplomática, mas sem garantias antes de 1º de agosto

Em meio a ameaças de um conflito tarifário com o Estados Unidos, o governo brasileiro mantendo os interesses em um acordo para evitar os impostos

22 jul, 2025
Palácio do Congresso Nacional em Brasília | Reprodução/ Harvey Meston/Getty Images Embed
Palácio do Congresso Nacional em Brasília | Reprodução/ Harvey Meston/Getty Images Embed

Em entrevista à CBN nesta segunda-feira(21), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou que o governo brasileiro deve continuar insistindo em negociações com os Estados Unidos para evitar o imposto de 50% sobre produtos brasileiros. No entanto, alertou que não há garantias de resposta por parte dos americanos até o prazo estabelecido, em 1º de agosto.

Haddad revelou que o governo está preparando uma variedade de cenários de contingência, incluindo medidas de apoio para setores mais impactados.

O ministro também destacou que essas intervenções não devem comprometer as metas fiscais. As ações previstas estão sob avaliação e dependem de autorização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Impactos econômicos e retaliação

Haddad informou que ainda nesta semana a equipe econômica apresentará ao presidente uma análise dos possíveis efeitos das tarifas no PIB e na inflação, conforme diferentes cenários. Ele ressaltou que parte das exportações brasileiras podem ser direcionadas para outros mercados, embora esse processo seja lento e nem todas as empresas tenham essa viabilidade.


Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Ministro da Fazenda Fernando Haddad  (Foto: reprodução/SERGIO LIMA/Getty Images Embed)

O governo brasileiro reafirmou que não vai retaliar impondo medidas punitivas a empresas ou cidadãos americanos. Em vez disso, pretende aplicar a Lei da Reciprocidade, recentemente aprovada pelo Congresso, para chamar atenção para o que considera uma atitude “chantagista” por parte dos EUA.

Fernando Haddad afirmou que o objetivo não uma retaliação aos Estados Unidos, mas sim chamar a atenção para o fato de que as ações adotadas são prejudiciais para ambos os lados. Segundo ele, esse tipo de medida não colabora nem com os interesses dos estadunidense, nem com o dos brasileiros, e por isso o governo se coloca em uma postura mais diplomática, embora mantenha-se firme com a situação imposta.

Metas fiscais mantidas

Mesmo diante da pressão, Haddad afirmou que o governo não pretende rever suas metas fiscais. Segundo ele, os objetivos para as contas públicas serão perseguidos até o fim do mandato de Lula.

Visando o acordo, o cenário permanece incerto, com prazo curto até o início de agosto. O mercado e os setores exportadores aguardam medidas concretas ou um avanço nas negociações.

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