Ataques israelenses deixam três mortos em sul do Líbano, apesar de cessar-fogo
O Ministério da Saúde local criticou os bombardeios por violarem o acordo; o Exército de Israel justificou os ataques afirmando que ambos os alvos eram membros do Hezbollah

Neste sábado (28), três pessoas perderam a vida em consequência de ataques realizados por drones e aviões das Forças de Defesa de Israel (IDF) no sul do Líbano. O episódio ocorreu em diferentes localidades, mesmo com um cessar-fogo vigente desde novembro de 2024, evidenciando a fragilidade do acordo de trégua na região.
As vítimas fatais incluem um homem atingido por um drone israelense em Kunin, que morreu no local, segundo o Ministério da Saúde do Líbano. Em Mahrouna, um segundo ataque vitimou duas pessoas que estavam em uma motocicleta, uma delas faleceu e outra ficou ferida. As autoridades de Beirute confirmaram também a participação de drones no ocorrido.
Israel afirma ter atingido alvo do Hezbollah
O Exército de Israel justificou os ataques afirmando que ambos os alvos eram membros do Hezbollah. Em Kunin, declararam ter “eliminado o terrorista Hasan Muhammad Hamoudi”, suspeito de participar de operações com tanques anti-mísseis. Já em Mahrouna, afirmaram ter neutralizado Abas Al Hasan Wahbi, classificado como oficial de inteligência do mesmo grupo.
A IDF ressaltou que identificou tentativas de reconstrução da capacidade militar do Hezbollah na área, violando os termos do cessar-fogo de novembro. Segundo o comunicado, essas ações incluíam armazenamento de armamentos e reestruturação de bases permissíveis apenas sob supervisão do governo libanês.
Impactos e tensão regional
Embora o número exato de vítimas civis ainda não esteja completamente definido, o Ministério da Saúde local enfatizou a gravidade da violação e criticou os bombardeios por violarem o acordo que estava em vigor. Lideranças políticas libanesas consideraram o ataque uma afronta à soberania nacional e exigiram medidas imediatas da comunidade internacional.
A população do sul do Líbano continua vivendo sob impacto diário desses sobrevoos e ataques esporádicos, que provocam medo e deslocamento, sobretudo entre aqueles que se ocuparam em reconstruir suas casas e meios de vida após conflitos anteriores. Históricos de confrontos frequentes desde 2006 aumentam o sentimento de insegurança.
Israel ataca o Líbano: bombardeios israelenses deixam mortos e feridos e rompem cessar-fogo (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)
O Hezbollah, por sua vez, respondeu afirmando que tais ações não passarão sem resposta. O grupo, apoiado pelo Irã, não divulgou ainda novas retaliações, mas reforçou seu compromisso em defender o território e criticou os ataques como parte de uma estratégia de Israel para limitar sua influência no sul libanês.
Cessar-fogo, uma utopia instável
O acordo de trégua, iniciado em 27 de novembro de 2024, previa restrições mútuas e monitoramento internacional, mas os recentes episódios, com cerca de 83 supostas violações relatadas, mostram que a implantação de um cessar-fogo duradouro ainda é incerta.
Enquanto os ataques continuam a ocorrer de forma intermitente, civis permanecem sob risco constante. Especialistas alertam que as ofensivas podem ser uma estratégia israelense para forçar deslocamentos de disputas territoriais e limitar o poder do Hezbollah.