Polícia desdobra novos capítulos do “Golpe do Tigrinho”

Foi descoberto pela polícia, um novo método de casas de apostas, intermediários e influenciadores, para tirar cada vez mais dinheiro dos seguidores. A estratégia revelada em conversas de WhatsApp que uma conta programada para lucro, daria mais credibilidade para tal divulgação. Esse link obviamente não era o mesmo que recebiam as pessoas influenciadas.

Um esquema sujo

Ao fechar contrato com o “Tigrinho”, os criadores de conteúdo recebiam através de intermediários das casas de azar dois links e as informações necessárias. No primeiro a conta DEMO, uma plataforma que era programada por criadores para sempre vencer e obter lucros extremamente altos, já o segundo era o link a ser divulgado pelo influenciador, neste era o site verdadeiro, onde perdas eram inclusive recorrentes.

Outro macete utilizado era o “Super Prêmio”, onde se obtém um retorno ainda maior de dinheiro. Influenciadores digitais sabiam que a primeira rodada de jogos ocasionava no ganho extra, por isso eram indicados e gravavam a publicidade sobre esta primeira rodada de azar. O objetivo era fazer com que cada vez mais pessoas acreditassem que sim era possível ganhar dinheiro com estes jogos de azar.

_{Print de conversa entre intermediário e influenciador (Foto: reprodução/Uol)}

Era de ciência da polícia que os intermediários, que faziam a ligação entre a casa e os influenciadores, trabalhava para mais de uma plataforma ao mesmo tempo, e eram eles que também ofereciam bônus por quantidade de clicks no link divulgado. O delegado de Estelionato de Maceió, Lucimério Campos, deu entrevista e também dissertou acerca destes ganhos extras. “Você não pode ganhar dinheiro em cima de quem está apostando porque você está lucrando em cima de quem está perdendo. Quando você estimula e fecha contrato com comissão, você está estimulando e ganhando em cima daquele dinheiro que está sendo deixado na plataforma”, disse o delegado.

Fim de Jogo

A Operação Game Over, articulada pela polícia civil para exarticular quadrilhas montadas para ganhos sobre jogos de azar é quem tem desmascarado ações ilegais. Inclusive os prints que releram os esquemas das contas viciadas é decorrente desta investigação.

Já foram apreendidos cerca de 38 milhões, valor médio da movimentação desde o segundo semestre do ano de 2023, quando começaram as investigações. Entre os bairros de busca e apreensão estão, Poço, Jatiúca, Ouro Preto, Pajuçara e a cidade de Marechal.

Estelionato, contravenção de jogo de azar, lavagem de dinheiro e organização criminosa, são alguns dos crimes pelos quais os envolvidos estão sendo acusados. Os nomes dos influenciadores, entretanto, não foram citados. 

Foto Destaque: pessoa jogando em casa de apostas (Reprodução/Mercado & Consumo)