Pesquisadores brasileiros identificam alterações moleculares em indivíduos que cometeram suicídio

A partir de estudos foi possível identificar ferramentas utilizadas que podem estar associadas as alterações moleculares que se relacionem com a questão do suícidio

30 jan, 2024

Pesquisadores brasileiros explicam alterações moleculares em pessoas que cometeram suicídio através de um estudo para identificar potenciais alvos terapêuticos. O artigo foi publicado na revista Psychiatry Research. 

O estudo 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas morrem de suicídio por ano no mundo. Na faixa etária entre 15 e 29 anos, o suicídio é a quarta principal causa das mortes. São diversos os fatores estão associados ao suicídio, condições econômica, problemas familiares, depressão.


 Anualmente 700 mil pessoas cometem suicídio (Foto: reprodução/Portal Gov.br)


O grupo revisou os dados que sobre alterações moleculares no cérebro e no sangue e o uso de ferramentas como transcriptômica, proteômica e metabolômica apresentam um grande potencial, além de fornecer base para análise de fatores de suscetibilidade e potenciais alvos terapêuticos.   

Um doutorando da UFSC recolheu 17 estudos que falavam sobre alterações cerebrais em pessoas que cometeram suicídios. Em uma entrevista para a CNN Brasil, Kaster afirmou: “essa região do cérebro apresenta uma grande conexão com os centros de controle emocional e de controle de impulsos. É fundamental em processos de flexibilidade comportamental e de tomada de decisão”. 

A alteração no córtex pré-frontal 

A informação é importante para o caso dos jovens, pois o córtex pré-frontal é uma das últimas regiões do cérebro a ficar maturada. Qualquer alteração causada nessa região pode impactar no controle emocional e comportamental. Nos estudos de Guilherme Reis de Oliveira, doutorando da Unicamp, orientado por Martins-de-Souza, foi possível perceber as alterações nos sistemas neurotransmissores.”As alterações moleculares foram principalmente associadas com células gliais, como astrócitos e micróglia, que apresentam interação próxima e dinâmica com os neurônios e são fundamentais no controle da comunicação celular, metabolismo e plasticidade”, conta Martins-de-Souza também a CNN. 

Segundo Kaster, o suicídio pode ser evitado a partir de situações oportunas e por isso os estudos estão sendo desenvolvidos. É importante entender as questões econômicas, sociais e culturais de cada pessoa para poder ajudá-la. 

Foto Destaque: pesquisadores encontram alterações moleculares em pessoas que cometeram suicído (Reprodução/Senado Federal)

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