Rabanne traz frescor tropical a Paris

A Rabanne apresentou nesta quinta-feira (2), em Paris, sua coleção de verão 2026 em um cenário marcante: o prédio da UNESCO. A escolha do local já mostrava o desejo de falar com o mundo, unindo tradição, inovação e ousadia. O desfile foi como uma viagem no tempo, juntando lembranças do passado, o olhar para o presente e um toque de futuro.

Do mar para a passarela

Inspirada pelo clima da praia, a marca criou uma atmosfera que lembrava o surfe e o frescor do litoral. Muitos modelos pareciam ter acabado de sair do mar, com roupas que faziam referência às peças de mergulho, mas em versões mais elegantes. Essa mistura entre esporte e moda resultou em produções leves, alegres e cheias de energia, sem deixar de lado um ar de sofisticação. Referências retrô também apareceram, trazendo um ar de nostalgia ao desfile.


Modelos desfilando para Rabanne em Paris. (foto: reprodução/Instagram/@ffw)

Modelos desfilando para Rabanne em Paris. (foto: reprodução/Instagram/@ffw)

Modelo desfilando para Rabanne em Paris. (foto: reprodução/Instagram/@ffw)

Futurismo com cara tropical

Mesmo mais discreta, a identidade da Rabanne estava ali. O futurismo, sempre presente na história da grife, apareceu em detalhes metálicos e em cortes geométricos que ganharam novas formas. Não eram chamativos, mas sim delicados, aplicados em tecidos fluidos, saias leves e calçados brilhantes. Para deixar tudo ainda mais interessante, elementos tropicais foram usados em peças inesperadas: folhas metálicas aplicadas em roupas criaram um contraste curioso, juntando natureza e tecnologia.

A Rabanne ainda brincou com referências que remetem ao universo pin-up, trazendo um charme remoto cheio de atitude. Essa inspiração adicionou um ar divertido e sedutor, equilibrando a nostalgia com a modernidade que guiou toda a coleção.

Mais do que mostrar roupas, o desfile contou uma história. Ao unir o frescor da praia, o charme retrô e o estilo futurista que marca sua trajetória, a Rabanne mostrou que a moda pode ser movimento e liberdade. Em um tempo em que o vestuário serve também para misturar estilos e contextos, a marca reafirmou seu lugar como criadora de novas ideias. Desta vez, trouxe um toque tropical que deixou Paris mais leve e ensolarada no calendário da temporada.

Lanvin revela elegância moderna no verão 2026 em Paris

Durante a Paris Fashion Week, a Lanvin apresenta sua coleção Verão 2026, guiada pela direção criativa de Peter Copping, que reconecta o presente ao arquivo da maison. Com influência forte do Art Déco e formas inspiradas nas décadas de 1920–1930, a coleção aposta em silhuetas fluídas, laços delicados e grafismos geométricos. O desfile propõe um diálogo entre passado e futuro, sugerindo um verão elegante, leve e repleto de sofisticação.

Paris torna-se palco de renovação para a Lanvin em sua temporada Verão 2026. Sob a batuta de Copping, a maison revisita suas raízes com reverência ao legado de Jeanne Lanvin, reinterpretando volumes clássicos e detalhes ornamentados para o contexto contemporâneo. A coleção se caracteriza por um equilíbrio sutil entre o romantismo histórico e a leveza desejável para a estação mais quente.

Inspiração histórica e reinterpretação contemporânea

A coleção Verão 2026 da Lanvin mergulha no universo Art Déco, revisitando padrões geométricos, painéis contrastantes e motivos que remetem ao jazz e à década de 1920. A estética dos ornamentos arquitetônicos é reinterpretada em bordados, recortes e aplicações de fita, transformando referências de época em propostas fresh e usáveis. Essa recuperação do acervo da maison funciona como alicerce para uma nova expressão visual, onde o passado é reinventado, não reproduzido.


Estética do desfile representado em bordados, recortes e aplicações de fita (Foto: reprodução/Instagram/@lanvin)

No entanto, a reinvenção não permanece presa ao revivalismo: Copping introduz elementos de fluidez e leveza que conversam com o vestuário contemporâneo. Tecidos coloridos, sobreposições sutis e movimentos destacam a vontade de tornar a elegância acessível ao gesto moderno. As silhuetas perdem rigidez e ganham suavidade, como se fossem atravessadas pelo vento parisiense do verão.


Nova coleção traz tecidos coloridos, sobreposições sutis e movimento (Foto: reprodução/Instagram/@lanvin)

Destaques da coleção e pontos emocionantes

Entre os destaques da coleção, aparecem vestidos estruturados com cintura baixa, saias em godê, e peças tensionadas por fitas que se entrelaçam ou deslizam pelas formas. Esses detalhes criam uma sensação de feminilidade com discrição — uma assinatura visual que evoca tanto a herança quanto a liberdade criativa. Outro ponto alto é a paleta cromática: tons de azul “dusty”, brancos puros e contrastes de preto reforçam a atmosfera serena e refinada da coleção.


 Desfile da Lanvin durante Paris Fashion Week (Vídeo: reprodução/Instagram/@lanvin)

Além disso, a Lanvin aposta em uma junção entre alfaiataria leve e peças de vanguarda: sobretudos com cortes dramáticos, casacos fluídos e detalhes arquitetônicos nas mangas marcam presença. Essa união entre funcionalidade e estética dramática sugere que o verão 2026 vai buscar não apenas beleza, mas também utilidade, contemplando peças que transitem do dia à noite com leveza e presença.

Lanvin, em Paris para o Verão 2026, reafirma sua força ao conciliar tradição e ousadia. Peter Copping demonstra sensibilidade ao revisitar o acervo da maison e infundir relevância contemporânea às peças, sugerindo que o verão pode ser elegante sem perder frescor. A coleção propõe que o passado inspire o presente, e que a moda se renove ao revisitar suas origens.

Saint Laurent apresenta modelos “verão 2026” em desfile em frente à Torre Eiffel

Em um dos cenários mais emblemáticos de Paris, a Saint Laurent apresentou seu verão 2026, unindo moda e espetáculo. O desfile reforçou a identidade da Maison, ao mesmo tempo, em que trouxe novas leituras para o estilo clássico da marca.

O desfile da YSL para o verão 2026 não foi apenas uma mostra de moda, mas um espetáculo arquitetado para marcar presença na temporada. Realizado em frente à Torre Eiffel, o evento combinou sofisticação, modernidade e teatralidade, reforçando a identidade da marca e projetando Paris como a capital indiscutível da alta moda.

Cenário que exalta a grandiosidade parisiense

A escolha da Torre Eiffel como pano de fundo não foi apenas simbólica, mas estratégica. A imagem da coleção diante de um dos monumentos mais reconhecidos do mundo reforça o status global da Saint Laurent e o posicionamento da Maison no imaginário coletivo da moda. A cenografia trouxe uma atmosfera cinematográfica, potencializando a força das peças apresentadas.


O desfile contou com um cenário memorável (Vídeo: reprodução/Instagram/@ysl)

A grandiosidade do cenário também traduz a essência da marca, que constantemente equilibra tradição e ousadia. O contraste entre a monumentalidade da Torre e as linhas precisas dos looks ecoa o espírito da coleção: clássico, porém inovador; imponente, mas intimamente sofisticado.

Estética poderosa no verão 2026

A coleção apostou em silhuetas estruturadas, ombros marcados e cortes minimalistas, características que se tornaram assinatura da maison. Tecidos de caimento impecável, em tons predominantemente sóbrios, foram responsáveis por criar uma atmosfera de força e elegância, em perfeita harmonia com o cenário escolhido.


O desfile apresentou um refinamento que conecta passado e presente (Vídeo: reprodução/Instagram/@voguefrance)

O jogo entre masculinidade e feminilidade apareceu de forma evidente nas propostas, reafirmando a estética genderless que a Saint Laurent vem explorando nas últimas temporadas. Cada look traduzia não apenas estilo, mas também uma mensagem de poder e liberdade na maneira de se vestir.

Impacto na moda e na cultura

Além da força visual, o desfile também reforçou o diálogo da moda com a cultura e a arte. A Saint Laurent usou Paris como palco, trazendo um espetáculo que ultrapassa o universo das passarelas e ganha proporções midiáticas, com potencial para se tornar um dos momentos mais comentados da temporada.

A apresentação também reafirma a moda como experiência. Mais do que roupas, o público vivenciou uma narrativa imersiva, onde espaço, estética e identidade se conectaram para construir um dos desfiles mais memoráveis de 2026 até agora.

O verão 2026 da Saint Laurent não apenas desfilou diante da Torre Eiffel, mas também diante do mundo, reafirmando a maison como sinônimo de força, sofisticação e impacto cultural. Um espetáculo que une moda, arquitetura e história, consolidando mais uma vez o legado da grife francesa no coração de Paris.

Prada abre caminhos entre ousadia e tradição na MFW

A Prada apresentou sua coleção de Verão 2026 na Milão Fashion Week, sob a direção de Miuccia Prada e Raf Simons, reafirmando sua vocação de questionar padrões. O desfile uniu desconstrução e sofisticação em um cenário laranja vibrante, mostrando que a moda pode ser, ao mesmo tempo, provocação estética e reflexão sobre a forma de se vestir. A cenografia minimalista, marcada pela intensidade da cor, reforçou a atmosfera de suspensão entre o presente e o futuro, destacando cada peça como um manifesto de identidade.

Entre camadas e contrastes

A passarela trouxe microshorts volumosos, saias com alças que lembram jardineiras e vestidos sobrepostos em recortes inesperados. Tecidos delicados, como rendas e plissados, dividiram espaço com cortes estruturados de alfaiataria, gerando um contraste intencional que reflete a tensão entre disciplina e liberdade criativa.

As referências às décadas de 1950 e 1960 surgiram em silhuetas femininas em A e saias rodadas, enquanto luvas de couro e cetim reforçaram a força dos acessórios como peças-chave. O equilíbrio entre o rigor da alfaiataria e a fluidez dos tecidos leves dialoga com a própria identidade da Prada, sempre em busca de novos significados. Também chamaram a atenção os jogos de proporção, com sobreposições inesperadas que transformaram peças clássicas em releituras quase escultóricas.


Desfile Prada (Vídeo: reprodução/Instagram/@voguebrasil)

Cores que falam por si

A paleta explorou diferentes caminhos, transitando entre os tons suaves de rosa e verde e a intensidade do roxo, do laranja e do azul-turquesa. Os neutros clássicos, como cinza e azul-marinho, mantiveram a ligação da marca com sua essência atemporal. Essa mistura cromática evidencia o jogo entre diferenças, revelando uma coleção que não busca apenas vestir, mas propor novas leituras sobre estilo e comportamento.

A presença de texturas brilhantes, como cetim e vinil, trouxe modernidade às combinações, enquanto o uso de tecidos naturais reforçou o contraste entre o artificial e o orgânico. Mais do que roupas, a Prada apresentou uma narrativa sobre escolhas: entre o conforto e a ousadia, entre o conhecido e o inesperado. O Verão 2026 da grife italiana reforça a moda como linguagem capaz de provocar, instigar e ressignificar o ato de se vestir.

Glenn Martens promove ‘caça aos ovos’ em Milão para coleção da Diesel

O diretor criativo da Diesel, Glenn Martens, mais uma vez subverteu o formato tradicional dos desfiles de moda. Para apresentar a coleção de verão 2026 durante a Milan Fashion Week, o estilista belga trocou a passarela por uma “caça aos ovos” (Egg Hunt) monumental, transformando as ruas de Milão em um palco acessível a todos. A ação, que ocorreu nesta terça-feira (23 de setembro), reforçou a filosofia da marca de democratizar a moda.

Uma passarela para todos

Em vez de um desfile fechado para convidados, a Diesel espalhou 55 cápsulas transparentes em formato de ovo por 18 locais emblemáticos da cidade, de praças históricas a bares, baladas e até sex shops. Dentro de cada cápsula, modelos exibiam os novos looks da coleção.


Diesel, Milão, Coleção Verão 2026 (Vídeo: reprodução/Instagram/@diesel)

A iniciativa convidou o público a participar de uma verdadeira caça ao tesouro, utilizando um mapa digital para encontrar os “ovos” e interagir diretamente com as peças. A ideia de Martens era garantir que “todo mundo tivesse um lugar na primeira fila”. A iniciativa foi um sucesso, atraindo quase 5 mil inscritos online.


Diesel, Milão, Coleção Verão 2026 (Foto: reprodução/Instagram/@diesel)

Prêmios pelas interações

Os cinco primeiros participantes a completar o percurso da caçada ganharam prêmios exclusivos, como looks sob medida da nova coleção. A ação não só gerou um engajamento massivo nas redes sociais, com fotos e vídeos dos participantes, mas também celebrou a comunidade de fãs da marca.


Diesel, Milão, Coleção Verão 2026 (Vídeo: reprodução/Instagram/@voguerunway)

A Diesel reforçou sua mensagem de “For Successful Living” (Para uma vida de sucesso) ao recompensar a lealdade e a participação do público.

A coleção de verão 2026 é um manifesto de experimentação e subversão, misturando elementos de subcultura e contracultura. Martens explorou um “aesthetic” rebelde e desgastado, com destaque para o denim jacquard de cetim e o denim de poliéster reciclado, que ganharam um efeito de “raio-X” e acabamentos desfiados.




Diesel, Milão, Coleção Verão 2026 (Foto: reprodução/shop.diesel)

Peças como vestidos avental, jaquetas biker e ternos de malha foram apresentadas com silhuetas desconstruídas e costuras abertas. O estilista também brincou com estampas de ilusão de ótica e efeitos de nuvem desfibrados, reforçando a identidade “punk” e inovadora que ele vem imprimindo na grife.



Diesel, Milão, Coleção Verão 2026 (Foto: reprodução/shop.diesel)

Quebrando as regras de exclusividade

Enquanto a maioria das marcas de luxo reforça a exclusividade de seus desfiles, Glenn Martens e a Diesel continuam nadando contra a corrente.



Diesel, Milão, Coleção Verão 2026 (Foto: reprodução/shop.diesel)

Ao abrir a apresentação para o público, eles questionam o conceito de inacessibilidade da moda de alta-costura e reafirmam que, mesmo fazendo parte do circuito de semanas de moda, a grife pretende ser inclusiva.

 

Simone Rocha redefine feminilidade em verão 2026

No cenário elegante da Mansão House, em Londres, Simone Rocha insiste em desafiar expectativas: Verão 2026 não é só sobre vestidos floridos ou cores suaves, mas sobre presença, sobre tensão entre o que parece tradicional e o que grita novo. Sua coleção atravessa o limiar entre debutante e guerreira, entre cristal e vinil, propondo que a feminilidade não precisa caber em molduras já feitas.

Simone Rocha inaugura o Verão 2026 com uma visão que vai além da estética usual: ela incorpora silhuetas amplificadas por crinolinas, strukturas exageradas como panniers, bustles e saias que parecem bailarinas dramáticas em pleno céu cinza londrino. Ela escolhe a Mansão House — símbolo de poder, tradição e formalidade — para exibir essa coleção quase teatral, onde o acabamento sofisticado convive com assimetrias intencionais, recortes audaciosos e ornamentos que tensionam o ornamento. O resultado é um desfile que seduz pela beleza, mas também inquieta pela ousadia de suas imperfeições.

Revisitando Códigos de Feminilidade

Simone Rocha revisita seus próprios códigos — flores, rendas, bordados, volumes delicados — e os subverte, transformando suavidade em força. Enquanto vestidos de flores brotam em cetim e organza, eles são enredados por sobreposições de vinil transparente, salto baixo ou até formas masculinas. É como se cada peça dissesse: “sou romântica, mas não sou frágil”.


É como se cada peça que esteve na passarela dissesse, "sou romântica, mas não sou frágil" (Vídeo: reprodução/Instagram/@simonerocha_)

O uso de crinolinas exageradas, bustles inusitados e volumes que parecem deslocados propõe uma feminilidade em estado de atenção, quase desconforto. Higgins (sic) silhuetas clássicas ganham assimetria, os acessórios — clutches em forma de travesseiro, laços inesperados — deixam claro que a estilista quer mais do que beleza estética: quer expressão, questionamento, olhar atento para o contraste entre mostrar e proteger.

Espaço, Teatro e Memória de Adolescência

A escolha do espaço para o desfile — Mansão House — não é meramente cenográfica; ela fala de memória, de tradição, como se Rocha transformasse o salão em salão de baile de debutantes, mas acrescentasse o estranho, o não completamente arrumado. Essa atmosfera evoca momentos da adolescência: exposição, desejo de pertencer, medo de julgamento. O desfile torna-se um palco para essas emoções ambíguas.

Inspirações como o livro Girl Pictures, de Justine Kurland, entram nessa equação emocional, bem como textos que entram em diálogo com o processo criativo da estilista. A coleção propõe gestos — dar, receber, estar à mostra — como metáforas vivas. Cada look traz uma história, uma pulsão de identidade que se manifesta no tecido, no movimento, no contraste entre o que se espera e o que de fato acontece.

Simone Rocha não oferece neste Verão 2026 apenas roupas bonitas: ela convoca uma experiência. Ela desafia quem vê a coleção a reconsiderar ideias consolidadas de beleza, exposição e feminilidade. Em Londres, ela mostra que moda pode ser tanto celebração quanto protesto silencioso, e que o verdadeiro poder está naqueles detalhes que ferem, brilham, incomodam — mas também encantam. Verão 2026, para Rocha, é assim: inevitável, intenso e absolutamente presente.

PatBO leva Latinidade à Passarela em Nova York

Durante a Semana de Moda em Nova York, a PatBO exalta sua herança e expressão cultural ao lançar a coleção “Alma Latina” para o verão de 2026. A única marca brasileira no calendário oficial, a grife de Patricia Bonaldi apresenta bordados, franjas e estampas inspiradas em ícones latino-americanos, em um ato de pertencimento que valoriza o orgulho, a ancestralidade e a feminilidade em destaque.

Estética, Inspiração e Narrativa Cultural

Patricia Bonaldi faz alusão a personalidades como Carmen Miranda, Frida Kahlo, Elza Soares e Shakira, entre outras, incorporando elementos da cultura latina. A coleção transcende o aspecto visual, incorporando bordados artesanais, realizados com a precisão já reconhecida da marca, assumem o papel principal ao lado de franjas que se movem como uma extensão do corpo humano, dando vida à história de mulheres que lutam, criam e se reinventam todos os dias.

A opção por modelagens que evocam os anos 80 fortalece ainda mais a conexão entre passado e presente, tradição e modernidade, trazendo volume, contrastes e um clima festivo.

 


Desfile verão 2026 PatBO na Semana de Moda de Nova York (Vídeo: reprodução/Instagram/@jasonwu)

Mangas volumosas, cinturas definidas e construções dramáticas conversam com uma feminilidade exuberante que não hesita em ocupar espaço. O espírito festivo se manifesta nos contrastes de cores e na suavidade dos tecidos, ao passo que a ancestralidade se expressa nas texturas e na linguagem visual repleta de significado.

A narrativa se concretiza na passarela por meio da combinação entre técnica e emoção, representando a mulher latina como um símbolo de força, criatividade e intensidade.

Cores, Materiais e a Flor de Lótus como Emblema

A paleta de cores da coleção “Alma Latina” percorre paisagens emblemáticas. Os tons terrosos evocam raízes, pertencimento e ligação com a ancestralidade, fazendo referência à terra como fonte e força criativa. Simultaneamente, aparecem cores vibrantes e luminosas, quase em um estado de explosão, uma celebração visual da diversidade presente nos corpos e histórias das mulheres da América Latina.

Os materiais selecionados enriquecem esse discurso sensorial: o tule, o tafetá e as rendas bordadas criam uma textura densa e tátil, na qual a sofisticação técnica se encontra com a expressão artesanal. Na moda contemporânea, os detalhes feitos à mão, como aviamentos exclusivos, destacam a importância do trabalho manual como instrumento de identidade e resistência.

 


Modelos em desfile para PatBO verão 2026 na NYFW (Foto: reprodução/Instagram/@nyfw)

Dentre os símbolos da coleção, a flor de lótus se destaca como emblema. Presente tanto nas vestimentas quanto na nova coleção de calçados da marca, a flor simboliza não só o florescimento feminino, mas também a habilidade de emergir com beleza e força mesmo diante de situações adversas.

Com “Alma Latina”, PatBO declara que pertencimento e autenticidade não são tendências passageiras, mas pilares da expressão cultural. Ao apresentar sua visão na NYFW, Patricia Bonaldi não só exibe peças, mas também compartilha histórias que ressoam com aqueles que buscam ver sua identidade refletida na moda. A nova coleção e a linha de acessórios destacam que a marca brasileira segue ultrapassando limites, mantendo suas origens e sua força poética.

Calvin Klein revela o minimalismo sensual nas ruas de Nova York no verão 2026

Veronica Leoni assume Calvin Klein com confiança e propõe para o Verão 2026 um desfile que celebra liberdade estética e conforto urbano. Apassionada pelo espírito das ruas de Nova York, ela mescla referências intimistas — como peças de underwear, batas e tecidos translúcidos — com a sobriedade da alfaiataria e o rigor do tailoring. Em determinado momento, o desfile parece sussurrar: vestir-se bem é, antes de tudo, saber revelar e ocultar de forma equilibrada.

No desfile realizado na Brant Foundation, em East Village, Leoni demonstra que conhece o pulsar de Nova York: modelos usando loungewear como robes e casacos oversized subvertem a ideia de “look formal”, enquanto elementos como cintura visível de underwear revelam uma estética que ultrapassa o óbvio. A cartela de cores se mantém clássica — bege, preto, branco —, mas encontra pontos de contraste com tecidos transparentes ou franzidos, mostrando que sensualidade pode residir no quase nada.

 Redefinindo minimalismo com toque sensual

Leoni aposta na simplicidade como principal protagonista, mas não abdica de sutilezas sensuais. Os tecidos translúcidos, os recortes inesperados e as cinturas de underwear à mostra funcionam como pequenas provocações estéticas que alteram completamente o ar austero de algumas peças. Essa sensualidade é discreta, trabalhada em sobreposições ou nas bordas, em vez de ser gritante — uma sexualidade refinada, quase íntima, que convida o olhar mais atento.


O conforto palpável e a estrutura visível define muito do que o verão de 2026 promete ter (Foto: reprodução/Instagram/@calvinklein)

Por outro lado, o minimalismo da coleção não significa falta de textura ou de movimento. Franjas, peças fluídas ou com leve brilho contrastam com formas mais rígidas e cortes arquitetônicos, criando uma tensão agradável entre o natural despreocupado e o visual pensado. Essa dualidade — entre o conforto palpável e a estrutura visível — define muito do que o verão de 2026 promete ser.

A influência urbana e identitária de Nova York

O desfile reflete claramente o estilo de rua nova-iorquino: oversized, relaxado, prático, mas com personalidade. Casacos duplos, blazers fluídos combinados com calças largas ou jeans – tudo isso remete ao East Village, onde a moda cotidiana conversa com arte e atitude. A marca de Calvin Klein dialoga com essas referências, sem perder seu legado de sobriedade.


Looks que brincam com a underwear como acessório externo que permitem diferentes formas de usar (Foto: reprodução/Instagram/@calvinklein)

Além disso, há um diálogo explícito com a ideia de identidade fluida. Algumas peças parecem transitórias entre gêneros: cortes que se ajustam tanto ao corpo feminino quanto ao masculino, looks que brincam com a underwear como acessório externo, e camadas sobrepostas que permitem diferentes formas de uso. A liberdade — tanto física quanto simbólica — aparece como palavra-chave.

Materiais, cortes e detalhes que contam histórias

Os materiais escolhidos variam entre couro finamente recortado, tecidos leves e translúcidos, malhas confortáveis e peças que lembram loungewear. Esse mix permite contrastes que enriquecem a coleção — o couro expressa estrutura e força, enquanto os tecidos etéreos evocam leveza e fluidez. Os acabamentos mínimos, como costuras aparentes ou bordados discretos, realçam a atenção aos detalhes.


Cada peças parece pensar não só no visual final (Vídeo: reprodução/Instagram/@calvinklein)

Nos cortes, Leoni trabalha com assimetrias, proporções deliberadamente desconectadas e sobreposições que acrescentam profundidade ao visual. Os vestidos com alças finas e silhuetas esculpidas convivem com trench coats oversized, robes laser-cut e conjuntos que brincam com transparências. Cada peça parece pensar não só no visual final, mas no movimento, no corpo que veste, no espaço que ocupa.

Calvin Klein, sob o comando de Veronica Leoni, inaugura o Verão 2026 reafirmando que menos pode ser muito — quando bem pensado. O desfile em Nova York mostra que sensualidade não depende de exageros, mas de sutileza, de proporção, de jogo entre revelar e ocultar. Essa coleção conversa com uma mulher (e também com um homem) que quer se vestir com autenticidade, conforto e, ao mesmo tempo, com presença. Mais do que lançar tendências, Leoni define um estado de espírito: vestir-se para si, para o agora, sem precisar gritar.

NYFW: confira os destaques dos desfiles para as coleções verão 2026

No último domingo (15), aconteceu o quarto dia de desfiles para a NYFW, um dos eventos de moda mais esperados do ano. Os desfiles das coleções ready-to-wear apresentados, tiveram destaque pela ousadia e criatividade dos designers. Ulla Johnson e Jason Wu se inspiraram em artistas importantes dos anos 1950 a 1970. Enquanto isso, a Monse criou uma coleção para comemorar uma década de existência.

Ulla Johnson e o expressionismo abstrato

Para sua apresentação na NYFW, a marca homônima Ulla Johnson se inspirou nos quadros da artista expressionista Helen Frankenthaler. O desfile aconteceu no Upper East Side, em Nova York, mesmo local de nascimento da artista. As peças desfiladas apresentaram as cores aquarelas em tons pastéis, que também eram presentes nas obras de Frankenthaler.


Desfile da marca homônima Ulla Johnson no NYFW (Vídeo: reprodução/Instagram/@ullajohson)

Além das aquarelas presentes nas estampas de alguns vestidos, algumas peças também eram monocromáticas, com cores neutras, apresentando franjas e penas. Algumas peças com penas, foram pintadas a mão, dando mais volume e movimento nos tops, saias e cintos. A designer também apresentou três novas bolsas para a coleção.

Jason Wu homenageia Robert Rauschenberg

A marca homônima JasonWu também se inspirou na arte expressionista abstrata e no pop art para sua coleção. Em colaboração com a Fundação Robert Rauschenberg, comemorando o centenário da fundação, a marca apresentou uma coleção elegante e inovadora no NYFW. Wu acessou o arquivo das obras de Rauschenberg para sua inspiração, explorando a arte da colagem junto a moda.



Com colagens e mantas de retalhos nas peças, Wu apresentou uma coleção que apresentava assimetria e diversas texturas, como uma forma de homenagem às obras de Rauschenberg, que misturava materiais diferentes e incomuns em suas obras, como papelão.

Monse celebra uma década de existência

Comemorando o seu 10º aniversário, a Monse se inspirou em seus próprios looks clássicos para criar uma coleção elegante e sofisticada no NYFW. O artesanato e as silhuetas são parte da coleção, mostrando a história da maison e o que a faz ser o que é atualmente.



As peças de alfaiataria deram um toque de workwear para a coleção, com blazer e trenchcoats. Além disso, os sapatos usados fazem parte da collab Monse x Sperry. As bolsas grandes e vestidos leves, mostram um lado com inspiração em viagens, com peças confortáveis. As cores apresentadas variavam entre tons neutros, como marrom, cinza, azul-marinho, verde-escuro e amarelo girassol.

Proenza Schouler antecipa coleção Verão 2026 em Nova York

O calendário da moda em Nova York ganhou um destaque especial nesta sexta-feira (12) com a apresentação da coleção Verão 2026 da Proenza Schouler. Mesmo antes de sua estreia oficial como diretora criativa, Rachel Scott já mostrou sinais do que pode trazer à grife em um desfile que uniu tradição e renovação.

Uma prévia da nova era

A jamaicana de 41 anos, também diretora criativa da Diotima, assumirá oficialmente a Proenza Schouler em fevereiro de 2026, sucedendo os fundadores Jack McCollough e Lazaro Hernandez. Entretanto, como consultora nos últimos meses, Scott já conseguiu imprimir seu olhar em colaboração com o estúdio interno da marca. Sua presença tem peso histórico: além de ser uma das poucas mulheres entre as estreias da temporada, é a única pessoa negra a ocupar posição de destaque neste ciclo da moda internacional.

Essa primeira amostra mostrou como Scott pretende transformar o legado da Proenza Schouler. O trabalho se afastou do “quiet luxury” que dominou as últimas temporadas e mergulhou em experimentações com cores intensas, texturas ousadas e técnicas artesanais. O resultado foi um desfile que equilibrou inovação estética e respeito à identidade da marca.



Cores, texturas e simbolismo de renovação

Entre os destaques da coleção, saias de algodão revestido, resgatadas dos arquivos da casa, foram cortadas a laser em formas de flores. Jaquetas inspiradas em moldes clássicos da dupla fundadora surgiram em novas proporções, confeccionadas com o avesso do jacquard e fios soltos à mostra. Estampas de crisântemos, descritas por Rachel como “vistos através do vidro”, trouxeram delicadeza, enquanto botas over-the-knee de organza e sandálias com máxi flores reforçaram o caráter simbólico do nascimento e da renovação.

O desfile não apenas marcou um momento de transição para a Proenza Schouler, como também refletiu a proposta de Scott de unir regionalidade, artesania e modernidade. A coleção Verão 2026, apresentada em Nova York, funciona como um manifesto de futuro e sinaliza uma nova fase promissora para a marca, abrindo com energia a temporada de semanas de moda ao redor do mundo.