Preço do ouro dispara e registra recorde de maior fluxo trimestral da história

Segundo o Conselho Mundial do Ouro (World Gold Council – WGC), os Fundos Negociados em Bolsa (Exchange-Traded Funds – ETFs) tiveram seu maior influxo já registrado (23%), chegando na casa dos US$ 26 bilhões (cerca de R$ 140,14 bilhões). Isso elevou o total de ativos globais de ETFs de ouro sob gestão para cerca de US$ 472 bilhões (em torno de R$ 2,54 trilhões).

Alguns dos motivos que impulsionaram o aumento do preço do ouro são a queda da confiança do investidor no dólar, incertezas em torno da política monetária americana e os recentes movimentos geopolíticos. Atrelado a isso, a compra contínua de ETFs de ouro e os bancos centrais globais são os dois principais causadores da recente alta acentuada nos preços do ouro.

Onça em disparada

Na última terça-feira (21), o valor da onça-troy (unidade de medida internacional para mensurar seu valor, cerca de 31,1 gramas) recuou para US$ 4.100 (R$ 22 mil), após constantes altas que fizeram o valor passar dos US$ 4.300 (R$ 23,17 mil).

Contudo, apesar do valor do ouro ter subido mais de 60% este ano, instituições financeiras como o Bank of America e o Société Générale estão unanimemente otimistas, prevendo que os preços continuem subindo para US$ 5.000 a onça no próximo ano.

Analistas do Bank of America e do JPMorgan Chase previram, com ousadia, que o ouro poderia atingir US$ 6.000. O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, foi além, afirmando surpreendentemente que, se as condições atuais persistirem, os preços do ouro podem disparar para a máxima de US$ 10.000 a onça no futuro.


Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase (Foto: reprodução/Victor J. Blue/Bloomberg/Getty Images Embed)

Razão do otimismo

A razão pela qual a maioria dos investidores estrangeiros e instituições financeiras permanece otimista quanto ao desempenho futuro dos preços do ouro se deve principalmente à aceleração da diversificação de suas reservas pelos bancos centrais ao redor do mundo para se protegerem contra o risco de crédito do dólar americano.

Essa é uma tendência notável com os aumentos significativos nas reservas oficiais da China, Rússia e alguns países do Oriente Médio. Além disso, o déficit fiscal e os riscos da dívida dos Estados Unidos são difíceis de resolver no curto prazo.

Demanda crescente

Desde 2022, a demanda por compras de ouro pelos bancos centrais globais têm sido forte, o que impulsiona a alta de longo prazo dos preços do ouro durante esse período. De 2022 a 2024, os bancos centrais globais compraram mais de 1.000 toneladas de ouro por ano durante três anos consecutivos, superando em muito a média de compras líquidas de 473 toneladas entre 2010 e 2021.

Apesar do aumento contínuo dos preços do ouro, o total de compras de ouro pelos bancos centrais globais no primeiro semestre deste ano ainda atingiu 415 toneladas. Embora isso represente uma redução de 21% em relação às 525 toneladas do primeiro semestre de 2024, a entrada líquida no segundo trimestre ainda foi 41% superior à média trimestral de 2010 a 2021.

Brasil aproveita

Com a crescente demanda pelo metal, a bolsa de valores do Brasil (B3) lançou na última terça-feira (21) o Índice Futuro de Ouro B3 (IFGOLD B3). Este será o novo indicador para acompanhar as negociações com o ouro no mercado brasileiro.

Dentre os critérios do indicador estão a escolha de contratos com maior liquidez e renovação automática dos contratos antes do vencimento. O objetivo é garantir que o índice reflita com precisão o mercado de futuros de ouro. A metodologia completa e o valor do índice estarão disponíveis no site da B3.

iPhone 17 no Brasil: aparelho de luxo global possui preço quase inacessível

O lançamento do iPhone 17 confirmou uma realidade já conhecida pelos brasileiros: por aqui, o smartphone da Apple custa mais do que em quase qualquer outro lugar do mundo. De acordo com comparativos internacionais, o Brasil aparece em segundo lugar no ranking dos preços mais altos, atrás apenas da Turquia.

Preço que pesa no bolso

No mercado brasileiro, o modelo mais básico do iPhone 17 chega às lojas por R$ 7.999, o que equivale a cerca de US$ 1.494 na cotação atual. Em solo turco, o mesmo aparelho ultrapassa o equivalente a US$ 1.880, consolidando o país como o mais caro do ranking global. Em contraste, consumidores de mercados como os Estados Unidos ou Japão desembolsam bem menos, o que reforça a sensação de injustiça para quem sonha em ter o aparelho no Brasil.

O preço elevado não é apenas fruto da estratégia da Apple. Ele é resultado de uma combinação de fatores que pressionam o bolso do consumidor brasileiro, como tributação em cascata, em cada imposto incidente sobre produtos eletrônicos aumenta o valor final, desde a importação até a venda no varejo. O dólar instável também faz com que a oscilação cambial encareça ainda mais o produto, já que grande parte dos custos é atrelada à moeda americana. Margens de mercado: logística, transporte e margens de revendedores também pesam na equação.


Informações dos novos iPhones 17  (Foto: reprodução/x/@theapplehub)

Reflexo no consumo

O impacto é direto: muitos brasileiros acabam adiando a compra, buscam alternativas como parcelamentos longos, ou recorrem a importações paralelas feitas por viajantes e revendedores independentes. O alto custo também reforça o mercado cinza, onde aparelhos chegam sem nota fiscal ou garantia oficial.

Para grande parte da população, o iPhone deixa de ser apenas um objeto de desejo e se transforma em símbolo de desigualdade, um artigo de luxo inacessível.

O futuro do preço no país

Especialistas em economia apontam que mudanças estruturais seriam necessárias para reduzir essa distância entre o Brasil e outros mercados. Menor carga tributária, produção nacional mais robusta e estabilidade cambial são algumas das medidas que poderiam tornar os próximos lançamentos menos dolorosos para o bolso do consumidor.

Enquanto isso, o iPhone 17 no Brasil permanece um exemplo claro de como tecnologia de ponta e altos impostos se encontram em um mesmo aparelho, desejado por muitos, mas adquirido por poucos.

Lula discute novas regras para vale-refeição e alimentação

O governo Lula estuda novas regras para as compras com vale-refeição e alimentação, através da regulamentação do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). A discussão, que já acontece há mais de dois anos, ganhou força recentemente devido à busca ativa de medidas para conter o aumento do preço dos alimentos. A proposta visa aumentar a concorrência no setor de empresas que administram os vales-refeição e vales-alimentação e, com isso, reduzir custos para os estabelecimentos comerciais e para o consumidor final.

As principais mudanças em estudo

Entre as mudanças mais importantes em análise, o governo pretende impor um teto para as taxas cobradas dos comerciantes pelas empresas que operam os vales. Atualmente, essas taxas podem chegar a mais de 5%, o que leva muitos estabelecimentos a não aceitarem os cartões. A proposta sugere um teto próximo de 3,5%.

Outro ponto é a redução do prazo de repasse dos valores das vendas aos lojistas. Donos de restaurantes e supermercados reclamam que a demora pode chegar a 60 dias, prejudicando o fluxo de caixa dos negócios. A medida busca encurtar esse período para cerca de dois dias.

A portabilidade do cartão também está na pauta. A ideia é permitir que o trabalhador troque gratuitamente a empresa que fornece o cartão de benefício. Essa proposta já havia sido aprovada pelo Congresso em 2022, mas a regulamentação ficou travada por conta das discussões entre as empresas do setor e o governo.


Compra de alimentos (Foto: reprodução/Hispanolistic/Getty Images Embed)

Fim dos descontos repassados ao cliente

Atualmente, as empresas que fornecem os benefícios oferecem descontos significativos para as companhias que os contratam. No entanto, para compensar essa perda, elas cobram taxas mais altas de restaurantes e supermercados. Essa manobra acaba sendo repassada ao consumidor final.

Ao proibir esses descontos e impor um teto para as taxas, os estabelecimentos podem praticar preços mais justos, beneficiando diretamente o trabalhador e o consumidor. A regulamentação do setor visa, assim, desatar esse nó financeiro e garantir que o valor do benefício seja usado de forma mais eficiente, combatendo o aumento no preço dos alimentos.

Governo busca saída para preços altos de hospedagem durante COP30

Nesta quarta-feira (6), o presidente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), André Corrêa do Lago, afirmou que os preços de hospedagem em Belém, no Pará, estão muito acima do registrado em outras edições do evento internacional. A declaração foi feita durante audiência na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, onde o diplomata apresentou informações sobre os preparativos para a conferência que acontecerá em novembro.

Corrêa do Lago ressaltou que o governo federal, por meio da Secretaria Extraordinária para a COP30, busca alternativas para conter os valores elevados. Segundo ele, a pasta analisa possíveis soluções dentro dos limites da legislação brasileira, que permite aos hotéis estabelecer livremente suas tarifas, mas estuda medidas para evitar que os custos impactem a participação de delegações e visitantes.

Preços abusivos

O aumento nas tarifas de hospedagem em Belém, cidade que sediará a próxima COP, tem preocupado representantes internacionais. Embora seja comum que grandes eventos elevem os preços, os valores praticados na capital paraense têm superado os padrões observados em outras edições, como a da França. Segundo o diplomata Luiz Alberto Figueiredo Machado Corrêa do Lago, o esperado seria um aumento de até três vezes, mas em Belém, os reajustes têm sido muito maiores.

Delegações estrangeiras relatam dificuldades para encontrar acomodações e denunciam tarifas até 15 vezes superiores às habituais. A disparada nos preços levanta dúvidas sobre a capacidade da cidade de receber os milhares de participantes esperados para 2025, especialmente representantes de países em desenvolvimento e organizações da sociedade civil.


Presidente da COP30 critica preços de hospedagem em Belém (Vídeo: reprodução/YouTube/@g1globo)

Pressão por mudanças

Nas últimas semanas, delegações estrangeiras têm pressionado por uma possível mudança da sede da COP30, marcada para novembro de 2025. O principal motivo é o alto custo das diárias de hotéis em Belém durante o período do evento. A preocupação com os preços levou o governo do Pará a se reunir com representantes do setor hoteleiro para discutir soluções. Entre as medidas apresentadas, estão a criação de novos leitos e um mapeamento da rede de hospedagem, que deve auxiliar em ações de fiscalização.

Apesar da insatisfação de parte da comunidade internacional, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Corrêa do Lago reforçou o compromisso com a realização da COP30 em Belém. Ele destacou o valor simbólico da cidade como porta de entrada da Amazônia e ressaltou que a participação global será fundamental para o sucesso do encontro. Segundo o diplomata, Belém tem muito a oferecer e está pronta para receber o mundo de braços abertos.

Momento de ajuste

Durante evento no Senado, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Corrêa do Lago afirmou que a COP30 será uma oportunidade estratégica para enfrentar desafios que afetam o multilateralismo climático. Ele mencionou a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris durante o governo Trump como um exemplo das dificuldades enfrentadas nas últimas décadas. Para o diplomata, a conferência em Belém deve servir como espaço para fortalecer a cooperação internacional e avançar na implementação de medidas concretas.

Segundo Corrêa do Lago, os instrumentos multilaterais já contribuíram para avanços importantes na agenda climática, mas ainda precisam ser aplicados de forma mais efetiva. Para ele, é essencial que esses mecanismos saiam do papel e se traduzam em ações concretas.

Valor do café tem alta de 81% em um ano, mas preço começa a baixar no campo

Nesta quinta-feira (26), dados do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15) que foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que na prévia da inflação do mês de junho o café moído ficou na segunda posição dos itens que mais sofreram inflação, seguido da energia elétrica que ocupou a primeira posição. No mês de maio, a alta do produto foi de 2,86%, porém, no acumulado anual, o preço subiu 81,6%.

Queda do valor no campo

Desde março, mês que marca o início da colheita do café no Brasil, há registro de queda na cotação do produto. De acordo com o Cepea/Esalq-USP, o café arábica, que é o mais consumido do país, teve uma queda de 17% em sua cotação mensal em junho quando comparado com o mês de fevereiro, onde atingiu o recorde de alta.


Reportagem cotação do café (Vídeo/Reprodução/YouTube/@g1globo)

Apesar do avanço da colheita no Brasil, a baixa dos preços também é atribuída à recuperação das lavouras na Indonésia e no Vietnã, que são importantes produtores. Quando há a redução do consumo provocada pelo valor elevado do produto, a pressão reflete nos preços para o produtor.
Já a colheita do café mais consumido no país, o arábica, tem sua máxima produção entre os meses de junho e julho. Comparado ao ciclo passado, teve uma queda de 6,6 que foi diretamente afetada pelas condições climáticas com períodos de seca nas lavouras.

Repasse dos valores ao consumidor

Apesar da queda apresentada pelos órgãos competentes, o repasse ao consumidor será feito de forma lenta e gradual. Para especialistas, se a próxima safra não for impactada diante das adversidades climáticas, a queda no valor para o consumidor poderá ser significava apenas em 2026, porém segundo o IBGE a inflação do café vem caindo mês a mês desde março.
Para o analista da consultoria StoneX Brasil, Fernando Maximiliano, há um tempo entre o processo da colheita do café e a secagem até chegar na indústria para ser torrado, embalado e distribuído e isso leva a demora do repasse dos valores do campo até o consumidor final.