Bolsonaro pede autorização a Moraes no aniversário de 15 anos da filha

A defesa de Jair Bolsonaro solicitou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a presença de convidados para um almoço no sábado, para comemorar o aniversário de 15 anos de sua filha com Michelle Bolsonaro.

Na lista de convidados apresentado pelos advogados do ex-presidente, conta com a presença da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e de Rosimary Cardoso, assessora de Bolsonaro e madrinha de Laura, mas a defesa alega que a festa é “sem qualquer conotação pública ou política”. A lista não conta com amigos da aniversariante, por serem menores de idade.

Os convidados para o almoço

Rosi, como é conhecida a madrinha de Laura e assessora de Bolsonaro, já foi investigada pela Polícia Federal, por emprestar um cartão de crédito para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. As investigações apontaram que o pagamento das faturas do cartão eram realizadas em dinheiro vivo, enviados por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do Governo Bolsonaro e outros militares, que também repassavam as quantias para familiares de Michelle.

Além da Rosi e de Damares, a lista de convidados conta com a presença de seis integrantes que fazem parte do grupo de oração de Michelle. O grupo frequenta a casa de Bolsonaro semanalmente, com a autorização do ministro Alexandre de Moraes.

A defesa também solicitou que o maquiador e empresário Augustin Fernandez dormisse na casa de Bolsonaro no final de semana. Fernandez é amigo de Michelle, com quem lançou inclusive uma linha de perfumes.


Bolsonaro solicita a presença de convidados para o aniversário de 15 anos de Laura (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

A prisão domiciliar de Bolsonaro

Bolsonaro cumpre prisão domiciliar imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, no dia 4 de agosto de 2025, após o descumprimento de medidas cautelares, que o impediam de utilizar redes sociais, além de se comunicar com outros investigados pela tentativa de golpe de Estado.

Desde então, qualquer visita à sua casa, em Brasília, precisa ser autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, menos os familiares e advogados de Bolsonaro. Esta semana, Moraes negou o pedido de Bolsonaro para revogar a prisão domiciliar.

Michelle afirma que estará preparada para lançar candidatura política

Nesta quarta-feira (24), o jornal The Telegraph publicou que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) afirmou, durante uma entrevista, que planeja lançar sua candidatura em 2026. Dentre os assuntos abordados, ela falou sobre as sanções impostas pelos EUA ao Brasil e sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ela afirmou que vai se erguer “como uma leoa” para defender os valores conservadores com os quais ela compactua, a verdade e a justiça, e que, se for da vontade de Deus, estará pronta para assumir uma candidatura política. Michelle é o nome cotado para disputar a vaga no Senado pelo Distrito Federal e até mesmo à Presidência da República em 2026.

Michele fala sobre Bolsonaro

Na visão de Michelle, a decisão da Primeira Turma do STF, que resultou na condenação de Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão por envolvimento em tentativa de golpe, representa uma “farsa judicial”. Durante sua fala, ela diz que as acusações contra o ex-presidente foram uma forma de esconder diversas violações que acontecem no Brasil, mesmo que as acusações exponham as violações.


Michele diz que se erguera como "leoa" para candidatura em 2026 (Vídeo: reprodução/YouTube/@UOL)

Com a prisão domiciliar de Bolsonaro, ela deixou claro que sua prioridade é cuidar das filhas e do marido, ressaltando também que vem buscando impedir a perseguição e humilhações dirigidas à sua filha, que, segundo ela, é conservadora, para que isso não destrua sua família ou a de outras pessoas que também são injustamente atingidas.

Em entrevista ao Telegraph, ela também comentou as sanções aplicadas pelo governo de Donald Trump a autoridades brasileiras. Para Michelle, a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenta gerar caos no país para, em seguida, responsabilizar Trump, utilizando o cenário de instabilidade que, em sua avaliação, teria sido causado pelas próprias políticas do atual governo.

“Nós não desejamos sanções para o Brasil, mas não temos influência sobre os Estados Unidos. No entanto, podemos claramente identificar os responsáveis pelas sanções: Lula e Alexandre de Moraes, cujas ações provocaram esta crise”, concluiu Michelle.


"Me manifestarei sobre candidaturas no momento oportuno", diz Michelle Bolsonaro (Vídeo: reprodução/YouTube/@CNN)

Bolsonaro já falou sobre Michele se candidatar

Em janeiro deste ano, durante uma entrevista concedida à CNN, o ex-presidente disse não ver problemas com a possibilidade de Michelle se candidatar à Presidência da República.

Bolsonaro comentou uma pesquisa do Paraná Pesquisas, dizendo que Michelle aparece dentro da margem de erro em relação a Lula. Ele avaliou que o evento no exterior deve aumentar bastante a popularidade dela e acrescentou que não teria objeções a uma eventual candidatura, apontando que seria um bom nome com chances de vitória. O ex-presidente ainda sugeriu a possibilidade de assumir a Casa Civil em um eventual governo comandado pela esposa.

Michelle Bolsonaro reage após prisão de Jair Bolsonaro: “Deus é o Juiz”

Após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou prisão domiciliar para Jair Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) se pronunciou nas redes sociais.

Michelle compartilhou em seu story do Instagram: “E os céus anunciarão a sua justiça; pois Deus mesmo é o Juiz”. A nova decisão foi tomada nesta segunda-feira (4), em decorrência do descumprimento das medidas cautelares estabelecidas anteriormente. Além da obrigação de usar tornozeleira eletrônica, da restrição noturna das 19h às 6h em dias úteis e da proibição de atividades nos finais de semana, Bolsonaro está impedido de sair de sua casa ou receber visitantes.

Repercussão política e internacional marca prisão domiciliar

A decisão do Supremo Tribunal Federal de impor prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro gerou forte reação política. Aliados classificaram a medida como “vingança política” e anunciaram que pretendem recorrer a embaixadas para denunciar o caso. Já parlamentares governistas afirmam que o STF agiu de forma proporcional diante da gravidade das ações atribuídas a Bolsonaro.

O episódio repercutiu na imprensa internacional e, segundo fontes do Palácio do Planalto, há preocupação de que a medida possa impactar as negociações com os Estados Unidos sobre o tarifaço aplicado a produtos brasileiros.


    O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) (Foto: reprodução/Bahia/Evaristo Sá/AFP)

A decisão do ministro Alexandre de Moraes vai além do confinamento domiciliar. Ele estabeleceu que o ex-presidente não pode receber visitas em sua residência em Brasília, exceto de familiares próximos e advogados, e mandou apreender todos os celulares encontrados no local.

Medidas cautelares impostas pelo STF contra Bolsonaro

  • Prisão Domiciliar com tornozeleira eletrônica;
  • Proibição de visitas não autorizadas;
  • Proibição do uso de celular, diretamente ou por intermédio de terceiros;
  • Proibição de contato com Embaixadores e autoridades estrangeiras;
  • Proibição de contato com réus e investigados;
  • Proibição de uso de redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros.

Como parte das investigações em curso, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de medidas cautelares determinadas pela Justiça, visando evitar interferências no processo e garantir a preservação de provas. As medidas refletem a gravidade das suspeitas e o esforço institucional para assegurar a lisura das apurações.

Bolsonaro afirma não saber sobre pen drive encontrado pela Polícia Federal

O ex-presidente Jair Bolsonaro declarou, em coletiva realizada na sede da Polícia Federal, em Brasília, nesta sexta-feira (18), que um dos agentes responsáveis pela operação de busca e apreensão em sua residência encontrou um pen drive escondido no banheiro. Ele afirmou estar surpreso com a existência do objeto e disse que perguntará à sua esposa, Michelle Bolsonaro, se o dispositivo lhe pertence.

Operação na casa de Bolsonaro

Em operação da Polícia Federal realizada na manhã desta sexta (18), em endereços relacionados ao Partido Liberal e na casa do ex-presidente em Brasília, além do pen drive, o celular, uma cópia de ação contra o ministro do STF Alexandre de Moraes e US$ 14 mil foram apreendidos na residência de Bolsonaro.

Além de permitir a operação da Polícia Federal, a decisão de Alexandre de Moraes determinou algumas medidas cautelares contra o ex-presidente. Entre elas, Jair Bolsonaro fica a proibido de acessar suas redes sociais e de manter contato com emissários estrangeiros, investigados e réus; obriga que o político use tornozeleira eletrônica e que ele permaneça em casa durante a noite e os fins de semana.


Bolsonaro em coletiva após colocar tornozeleira eletrônica (Foto: reprodução/Evaristo Sa/Getty Images Embed)

Segundo o documento de Moraes, Bolsonaro atentou contra a soberania do Estado Brasileiro. “A investigação comprovou a participação de JAIR MESSIAS BOLSONARO nas condutas criminosas, não só incitando a tentativa de submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado, com clara afronta à soberania nacional”, diz a decisão.

Nota da defesa de Jair Bolsonaro

A defesa do ex-presidente declarou, em nota, que as medidas contra Jair Bolsonaro são severas e que não há evidências que justifiquem a decisão. “A defesa do ex-Presidente Jair Bolsonaro recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário”, declarou a defesa.


Bolsonaro e seus advogados de defesa em julgamento no STF (Foto: Antonio Augusto/STF)

Os advogados também argumentam que o envio de mais de R$1 milhão para Eduardo Bolsonaro pelo ex-presidente, ação entendida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como indício de possível interferência em investigações, ocorreu antes da investigação vigente e que não é motivo para a determinação contra Bolsonaro.