COP30: Governo confirma 135 delegações presentes para novembro

A COP30 (Conferência das Nações Unidas Unidas sobre Mudanças Climáticas), que será realizada no Brasil em novembro deste ano, em Belém, do Pará, já possui 135 países confirmados, segundo a vice governadora do Pará, Hana Ghassan.

O anúncio ocorreu nesta sexta-feira (12), durante uma visita à área de credenciamento da conferência, no Parque da Cidade, que será palco dos principais diálogos sobre o clima.

Empenho conjunto

Segundo Ghassan, o número de delegações participantes dobrou no último mês, o que reflete o empenho conjunto do governo federal e do governo do Estado.

Hoje, nós temos 135 delegações confirmadas, no total de 196 países. Neste mês dobrou o número de delegações confirmadas. Ter 135 delegações dois meses antes do evento já mostra que vai ser uma grande COP, uma COP inclusiva e participativa”, afirmou a vice-governadora.


(vídeo; reprodução/X/@hana_ghassan)

Hospedagem e preços

Hana Ghassan também destacou as medidas adotadas para assegurar uma hospedagem justa e acessível durante o elenco.

Segundo a vice-governadora, houve queda média de 31% nos valores de diárias em hotéis e em imóveis por temporada na capital paraense, resultado de ações em conjunto da da Defensoria Pública do Estado (DPE), Procuradoria-Geral do Estado (PGE), Núcleo de Defesa do Consumidor e Procon.

Ainda foi elaborado um plano de acomodação para os delegados, com 2.500 quartos particulares a preços fixados entre 100 e 600 dólares.

Mônica Belém, Defensora Pública-Geral do Pará, salientou a importância da iniciativa, afirmando que desde o início, o foco tem tem sido garantir um ambiente de consumo ”justo e transparente” na capital paraense durante a conferência, para que todas as pessoas, com um foco especial nos grupos mais vulneráveis, possam participar do evento global.

Estrutura do evento

Durante a visita de Ghassan, ela inspecionou a montagem da Blue Zone (Zona Azul), espaço oficial da ONU e do governo federal para as conversas e negociações entre líderes e delegações.

A área irá contar com 64 tendas modulares e 100 pavilhões, além das plenárias e escritórios das delegações presentes. A estrutura foi planejada para ser sustentável, inclusiva e integrada ao espaço do Parque da Cidade.

Sobre a COP30

A COP é o maior encontro global sobre mudanças climáticas, que ocorre anualmente, sendo promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O evento reúne líderes, cientistas, organizações civis e representantes de 200 países para discutir soluções e firmar compromissos sobre o enfrentamento da crise climática, que é real.

 

COP30 tem menos de 50 países confirmados para o evento e preços preocupam

A menos de 80 dias para o evento, o Brasil divulgou nesta sexta-feira (22) que, além de ter menos da metade dos países participantes, 47 de 196, eles vivem pressões por preços altos das hospedagens na COP30. Em reunião com representantes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), o governo brasileiro reforçou que não poderá arcar com os custos de hospedagem de delegações estrangeiras durante a COP30, agendada para acontecer em Belém, no Pará. Ainda assim, o país manifestou apoio à proposta de que a ONU amplie os subsídios para nações de menor desenvolvimento, proporcionando condições semelhantes às oferecidas em outras sedes brasileiras, como São Paulo ou Rio de Janeiro.

A ONU havia sugerido que o Brasil custeasse as hospedagens, além de uma quantia maior para nações desenvolvidas. O governo brasileiro, por meio da Casa Civil, deixou claro que esses valores são inviáveis, mas reforçou que os subsídios devem ser revistos pela própria organização, aumentando o auxílio oferecido.


 Belém, Pará, onde ocorrerá a COP30 (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

Logística e Força-Tarefa

Diante dos elevados preços e da escassez de hospedagens em Belém, o Brasil anunciou a criação de uma força-tarefa interministerial. Esse grupo envolverá os ministérios das Relações Exteriores, Turismo, Meio Ambiente e a Secretaria Extraordinária da COP30, com o objetivo de auxiliar delegações com menos recursos na confirmação e negociação de hospedagem, aproveitando conhecimento local como condomínios, imóveis disponíveis e parcerias logísticas. Vale destacar que 39 países conseguiram hospedagem pela plataforma e 8 fecharam um acordo direto com hotéis.

Apesar das dificuldades, o Brasil reitera que a COP30 seguirá em Belém como sede oficial, sem possibilidade de mudança. O país defende que cada delegação tenha acesso à hospedagem adequada e que seja considerada a disparidade entre os valores praticados em diferentes cidades, sendo justo que a ONU iguale as condições aos padrões oferecidos em capitais mais consolidadas.

Sobre a COP30

A COP30 é a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. É um grande encontro anual que reúne quase todos os países do mundo para negociar medidas de combate às mudanças climáticas. Nessas conferências participam chefes de Estado, ministros, diplomatas, cientistas, ONGs, ativistas e representantes do setor privado.

Tem como objetivos: Avaliar os avanços e dificuldades no cumprimento do Acordo de Paris (2015), que estabeleceu a meta de limitar o aquecimento global a bem menos de 2 °C, preferencialmente 1,5 °C; Negociar compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa; Discutir financiamento climático (recursos que países ricos destinam para apoiar nações em desenvolvimento); Debater adaptação, preservação ambiental e justiça climática. O evento está previsto para acontecer no Belém, Pará, ainda neste ano, no dia 21 de novembro.

Dia da Sobrecarga: Terra entra em déficit ecológico e esgota cota anual de recursos naturais

Esta quinta-feira (24) marca o “Dia da Sobrecarga da Terra” segundo a ONG internacional de sustentabilidade Global Footprint Network. O marco registra o momento em que o consumo de recursos naturais ultrapassa a capacidade produtiva/regenerativa do planeta, ou seja, a humanidade consumiu a cota de serviços ecológicos previstos para um ano inteiro. 

O cálculo para determinar o “Dia da Sobrecarga” é feito desde 1971 e se baseia nas Contas Nacionais de Pegada Ecológica e Biocapacidade, do FoDaFo (Footprint Data Foundation). Para mensurar a data, a ONG calcula o número de dias do ano em que a biocapacidade da Terra é suficiente para suprir a Pegada Ecológica humana. 

Consumo desenfreado nos países em 2025

Segundo dados divulgados pela Global Footprint Network, Catar, Luxemburgo e Singapura lideram a lista de países que consomem recursos naturais mais rapidamente. Se a demanda mundial correspondesse à dessas nações, a sobrecarga da Terra teria sido atingida em fevereiro. 

No Brasil, o marco seria alcançado em 1º de agosto. Estados Unidos em 13 de março e Alemanha e China, ao longo do mês de maio. 

Em escala global, o déficit ecológico de 2025 aconteceu uma semana mais cedo do que em 2024, que foi registrado no dia um de agosto. Em 1971, primeiro ano do cálculo, o dia da sobrecarga foi em 25 de dezembro. 

Segundo Mathis Wackernagel, cofundador da Global Footprint Network, o consumo desenfreado dos recursos naturais provoca muitos “males ambientais”. “Mesmo se mantivermos [o consumo] no mesmo nível, nós aumentamos a dívida ecológica que o mundo sustenta“, explicou Wackernagel em entrevista à emissora alemã DW.


Gráfico do “Dia da Sobrecarga da Terra” de 1971 a 2025 (Foto: Reprodução/Global Footprint Network) 

Como reverter

Para não ultrapassar os limites da Terra, é necessário que a Pegada Ecológica seja menor que a biocapacidade disponível por pessoa, estimada atualmente em 1,5 hectares. Entende-se biocapacidade como o potencial que uma área tem em produzir recursos renováveis e em absorver/filtrar resíduos produzidos – como por exemplo, a infraestrutura urbana e a absorção de CO2 excedente. 

Para Wackernagel, o ideal seria, não apenas limitar o consumo a “um planeta por ano”, mas sim ficar abaixo disso, uma vez que também há “outras espécies” que consomem os recursos.

A Global Footprint Network elenca uma série de caminhos em cinco áreas da humanidade para atrasar o “Dia da Sobrecarga da Terra”: Planeta, Cidades, Energia, Alimentação e População.


Soluções propostas pela Global Footprint Network (Foto: Reprodução/Global Footprint Network)

No setor de energia, a ONG propõe a eliminação gradual dos combustíveis fósseis e a descarbonização da economia. Na infraestrutura urbana, a sugestão é de cidades inteligentes que tenham sistema de transporte integrados e uma gestão avançada de energia.