Campo Magnético da Terra pode ter influenciado níveis de oxigênio, revela estudo

Descoberta da Nasa conecta padrões magnéticos e evolução atmosférica, podendo estar ligada aos níveis de oxigênio

07 jul, 2025
Sol representando o campo magnético | Reprodução/Javier Zayas Photography/Getty Images Embed
Sol representando o campo magnético | Reprodução/Javier Zayas Photography/Getty Images Embed

Uma análise inédita da Agência Nacional Espacial Americana (NASA), em parceria com a Universidade de Leeds, aponta uma correlação surpreendente entre as variações do campo magnético da Terra e os níveis de oxigênio atmosférico nos últimos 540 milhões de anos. Segundo os pesquisadores, os altos e baixos em ambos os indicadores parecem seguir um padrão comum, sugerindo que um processo profundo e ainda desconhecido dentro do planeta pode estar conectando essas duas forças fundamentais para a manutenção da vida.

Uma nova fronteira entre geologia e biologia

Esse estudo reforça uma nova linha de pensamento científico que integra disciplinas antes tratadas de forma separada, como geologia, biogeoquímica e climatologia. A ideia de que processos internos do planeta podem impactar diretamente a biosfera amplia nossa compreensão sobre os mecanismos que sustentam a vida na Terra. A investigação também abre espaço para futuras análises sobre exoplanetas, onde campos magnéticos estáveis podem ser indícios da presença de atmosferas habitáveis. A descoberta foi possível por meio da comparação entre registros geológicos do campo magnético e dados da composição atmosférica reunidos por mais de meio bilhão de anos.

“Essa correlação levanta a possibilidade de que tanto a intensidade do campo magnético quanto o nível de oxigênio atmosférico estejam respondendo a um único processo subjacente”, explica Benjamin Mills, biogeoquímico da Universidade de Leeds.

Implicações para a vida e o futuro da pesquisa

A origem exata do campo magnético terrestre ainda é um mistério, mas sabe-se que ele é gerado pelo movimento de ferro e níquel líquido no núcleo externo do planeta, em um processo conhecido como geodínamo. A nova hipótese sugere que esse mecanismo pode ter papel direto na oxigenação do planeta, um fator determinante para o surgimento e evolução da vida.


(Photo by NASA/Solar Dynamics Observatory via Getty Images)
Descoberta ocorreu através da comparação entre registros geológicos do campo magnético e dados da composição atmosférica (Foto: reprodução: NASA/Solar Dynamics Observatory/Getty Images Embed)

Os cientistas agora pretendem expandir o estudo, investigando elementos como nitrogênio e fósforo para verificar se também seguem padrões similares. O próximo passo será analisar registros ainda mais antigos para entender se a correlação entre campo magnético e oxigênio pode ter começado antes mesmo do surgimento das primeiras florestas. A pesquisa levanta questões essenciais sobre como forças invisíveis moldam não apenas o planeta, mas a própria existência da vida como conhecemos.

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