Júri ouve testemunhas e assiste a vídeos de festas em julgamento de P. Diddy

O julgamento de Sean Combs (P. Diddy) continua ouvindo testemunhas e analisando materiais. Nesta terça-feira (17), depoentes deram seu registro e o júri revisou antigas e assistiu a novos vídeos dos “freak offs“, festas sexuais promovidas pelo artista.

Nas imagens, há conteúdo explícito e envolvem a ex-namorada do rapper, Cassie Ventura, que trouxe ao tribunal detalhes sobre os encontros sexuais de P. Diddy. A cantora também relatou os casos de agressões sofridos durante o relacionamento, que durou mais de uma década.

O principal caso envolvendo o produtor musical e Ventura é a violência no InterContinental Hotel, em Los Angeles, ocorrida em março de 2016. Segundo filmagens de câmeras de segurança divulgadas exclusivamente pela CNN, o casal no vídeo é Sean Combs e Cassie Ventura. Ele dá chutes e arrasta a ex-companheira no corredor do hotel.

Mensagens de textos foram lidas no tribunal e, de acordo com elas, Combs pediu desculpas para Ventura e ligou diversas vezes. A artista chegou a pedir para ele parar e ficar longe dela.

Multas

O processo também acompanhou multas à estrutura de hotéis, que teriam sido danificadas por Diddy. Nos extratos de cartões e em registros dos estabelecimentos, há cobranças que variam entre US$ 500 dólares, por prejuízos a cortinas e carpetes, e US$ 46 mil dólares por estragos à cobertura.

Roupas de cama e custos com limpeza também apareceram na fatura do rapper. Nas filmagens divulgadas no InterContinental, é possível ver Sean Combs arremessando objetos do negócio.


Cassie Ventura, cantora e atriz (Foto: reprodução/Dimitrios Kambouris/Getty Images Embed)

Entenda o caso

As acusações contra Sean Combs envolvem extorsão, ameaça de violência e tráfico sexual. Além de Cassie Ventura, Jane (pseudônimo para uma testemunha do caso) também prestou depoimento. Ela, que teve um relacionamento com o cantor, afirma que o relacionamento entre os dois envolvia encontros sexuais com terceiros e também uso de drogas.

Na segunda-feira (09), Jane relatou um episódio em que Diddy estrangulou e a chutou após uma discussão envolvendo a presença de outra mulher.

Testemunha de Caso Diddy afirma que decisões na relação foram feitas sob ‘pressão emocional’

A testemunha Jane, pseudônimo utilizado por uma mulher que teve um relacionamento com Sean Combs (P. Diddy), alegou que muitas escolhas feitas durante o relacionamento com o artista foram fruto de uma “pressão emocional“. Ela, que depôs nesta terça-feira (10), afirma que se arrepende do estilo de vida que levou durante o período.

Jane relata alguns acontecimentos da união, como o uso de ecstasy para agradar Diddy. Assim como os encontros sexuais com outros homens eram uma forma que ela achou para se encontrar com o rapper.

Além da relação com Jane, Sean Combs tinha casos com outras pessoas. Na época, entre 2021 e 2023, ele manteve um namoro público com a cantora Yung Miami, enquanto a vida com a testemunha ficava na esfera privada. Ela, no entanto, não aprovava os vínculos externos.

No julgamento ocorrido na segunda-feira (09), a depoente contou uma situação de agressão física entre o casal, resultado de uma discussão motivada pela presença de outra mulher em uma viagem de Diddy. Jane afirmou que o produtor musical a estrangulou e chutou.

Yung Miami

Em 2024, a rapper Yung Miami foi acusada por Lil Rod, que já colaborou com Diddy em produções, de trabalhar como profissional do sexo de Combs, de quem recebiam uma taxa mensal.

Já em agosto do mesmo ano, em um programa do podcast “Caresha Please, de Yung Miami, a cantora disse que, durante o seu relacionamento com o produtor, as alegações não faziam parte de sua experiência, e por isso, não poderia comentar sobre as acusações.


Yung Miami se defende em programa (Vídeo: Reprodução/YouTube/Revolt)

Ela também comentou sobre a obrigação posta a ela para responder sobre o caso, já que ficou próxima de Diddy durante alguns anos. “Todo mundo está me crucificando, tipo: ‘Você era o maior defensor dele”, ela finaliza dizendo que “eu estava apenas o comemorando enquanto o mundo estava comemorando com ele”. A cantora cita que essas celebrações se refere ao ano de 2023, quando P. Diddy recebeu a chave da cidade de Nova York, ganhou prêmios e estava lançando um novo álbum.

Acusações

Sean Combs enfrenta acusações de extorsão, ameaça de violência e tráfico sexual. Muitas celebridades e pessoas que se relacionaram com o rapper estão envolvidas no caso. Justin Bieber, Jaden Smith e Jay-Z foram alguns dos nomes citados em acusações e teorias.

Desinformações e informações incorretas circularam na mídia, principalmente em relação aos “freak offs”, festas que Diddy promovia com famosos e local em que os supostos crimes cometidos aconteciam.

A fala de Jane continua nesta quarta-feira (11).

Ex-presidente Bolsonaro diz que atos de 8 de janeiro não configuram golpe de Estado

Em um interrogatório que capturou a atenção do país, o ex-presidente Jair Bolsonaro, denunciado por sua suposta liderança em um plano para tirar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022, declarou, nesta terça-feira (10), no Supremo Tribunal Federal (STF), que os eventos de 8 de janeiro de 2023 “não configuram golpe de Estado”.

A defesa de Bolsonaro e a negação do suposto golpe

Jair, em seus depoimentos, vem se mostrando incisivo ao negar qualquer envolvimento em uma “minuta do golpe” ou qualquer plano para subverter a democracia. “Golpe é uma coisa abominável e não foi sequer cogitada no meu governo”, declarou após ser questionado pelo ministro Alexandre de Moraes.

No entanto, a investigação do STF aponta que a minuta foi confirmada por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, em depoimento. O ex-presidente também disse que seu assessor na época, Filipe Martins, não teria capacidade de redigir documentos dessa natureza.

Quanto aos eventos de 8 de janeiro, segundo Bolsonaro, não configuram um golpe de Estado, apesar das graves depredações e da invasão das sedes dos Três Poderes em Brasília. Ele mencionou a ausência de armas de fogo entre os envolvidos e a falta de condições mínimas para tal ação. Ele também pontuou que há indivíduos “malucos” que defendem uma intervenção militar.


Ex-presidente Bolsonaro presta depoimento em julgamento sobre tentativa de golpe Foto/Reprodução: Arthur Menescal/Getty Images Embed

Contexto das acusações da PGR

A PGR sugere que o ex-presidente teria criado e editado um documento propondo um estado de emergência e que ele sabia do suposto plano denominado “Punhal Verde Amarelo”, que visava assassinar figuras políticas como Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.

A ausência de Bolsonaro na cerimônia de posse de Lula, onde não entregou a faixa presidencial, foi justificada por ele como uma tentativa de evitar a “maior vaia da história” do Brasil. O ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, confirma encontros com Bolsonaro mas nega a existência de qualquer minuta golpista.