Ex-presidente Bolsonaro diz que atos de 8 de janeiro não configuram golpe de Estado

Em depoimento Bolsonaro nega golpe no 8/1 enquanto a PGR o acusa de tramar plano antidemocrático e de ciência do plano de assassinato “Punhal Verde Amarelo”

10 jun, 2025
Jair Bolsonaro refuta tentativa de golpe
Jair Bolsonaro refuta tentativa de golpe
| Reprodução: Youtube/@RadioeTVJustica |

Em um interrogatório que capturou a atenção do país, o ex-presidente Jair Bolsonaro, denunciado por sua suposta liderança em um plano para tirar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022, declarou, nesta terça-feira (10), no Supremo Tribunal Federal (STF), que os eventos de 8 de janeiro de 2023 “não configuram golpe de Estado”.

A defesa de Bolsonaro e a negação do suposto golpe

Jair, em seus depoimentos, vem se mostrando incisivo ao negar qualquer envolvimento em uma “minuta do golpe” ou qualquer plano para subverter a democracia. “Golpe é uma coisa abominável e não foi sequer cogitada no meu governo”, declarou após ser questionado pelo ministro Alexandre de Moraes.

No entanto, a investigação do STF aponta que a minuta foi confirmada por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, em depoimento. O ex-presidente também disse que seu assessor na época, Filipe Martins, não teria capacidade de redigir documentos dessa natureza.

Quanto aos eventos de 8 de janeiro, segundo Bolsonaro, não configuram um golpe de Estado, apesar das graves depredações e da invasão das sedes dos Três Poderes em Brasília. Ele mencionou a ausência de armas de fogo entre os envolvidos e a falta de condições mínimas para tal ação. Ele também pontuou que há indivíduos “malucos” que defendem uma intervenção militar.


Ex-presidente Bolsonaro presta depoimento em julgamento sobre tentativa de golpe Foto/Reprodução: Arthur Menescal/Getty Images Embed

Contexto das acusações da PGR

A PGR sugere que o ex-presidente teria criado e editado um documento propondo um estado de emergência e que ele sabia do suposto plano denominado “Punhal Verde Amarelo”, que visava assassinar figuras políticas como Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.

A ausência de Bolsonaro na cerimônia de posse de Lula, onde não entregou a faixa presidencial, foi justificada por ele como uma tentativa de evitar a “maior vaia da história” do Brasil. O ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, confirma encontros com Bolsonaro mas nega a existência de qualquer minuta golpista.

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