Bunker Buster: EUA possui a única arma capaz de atingir usina no Irã

A arma, que pertence aos Estados Unidos, é a única capaz de alcançar o centro nuclear, localizado em instalações no Irã. A notícia pode ser relevante para os conflitos entre Israel e Irã, gerando mais possibilidades de ataques na região.

Conhecida como “Massive Ordnance Penetrator”, a bomba que é chamada de Bunker Buster, pode ser um potencial atalho para atingir alvos que estão enterrados profundamente.

Participação dos Estados Unidos

A arma, que é capaz de atingir até 60 metros no solo, é considerada uma vantagem significativa sobre o arsenal convencional, já que arsenal israelense apresenta incapacidade em atingir instalações nucleares iranianas, levando em consideração a participação dos EUA no conflito em favor de Israel.
Na última quarta-feira (18), embaixada americana em Israel autorizou saída voluntária dos cidadãos americanos. Além disso, porta-aviões utilizados pelas forças armadas foram enviados dos EUA, o que significa a presença americana no país, reforçando a participação americana em defesa de Israel.


 Prédio residencial destruído no ataque israelense (Foto: reprodução/Majid Saeedi/Getty Images Embed)

Detalhes da bomba Bunker Buster

A arma mede cerca de 6 metros de comprimento e 80 centímetros de largura, seu peso chega a 13.600 kg e possui um design robusto que permite ser penetrado no solo sem destruir antes do tempo, explodindo somente ao acertar o alvo. Bunker Buster é transportada por aviões stealth, com tecnologia avançada que evita detecção de radares, o que pode gerar um sucesso na missão.
Considerando que as instalações iranianas estão localizadas nas montanhas Fordow, cerca de 90 metros de profundidade, ainda que bomba não atinja esta profundidade, ataques contínuos poderiam comprometer estrutura.

Israel x Irã

Na última quinta-feira (12), Israel realizou ataques a instalações nucleares de Irã. Motivo do ataque seria avanço no desenvolvimento nuclear, que segundo o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, significa uma grande ameaça a Israel.
Em vídeo, Netanyahu afirma que a capacidade nuclear de Irã está cada mais extensa, levando a produção de uma arma nuclear a curto prazo, o que justifica o ataque de Israel.

Economia do Irã perde milhões após ataque de hackers vinculado a Israel

Nesta quarta-feira (18), uma equipe de hacker anti-Irã, que possivelmente tem ligação com Israel, atacou uma das principais corretoras de criptomoedas iranianas, dando um prejuízo em torno de US$ 90 milhões em ativos digitais, segundo a agência de notícias Reuters.

Grupo de Hacker

Segundo a agência, o ato foi reivindicado pelo grupo Gonjeshke Darande, também conhecido pelo nome “Predatory Sparrow” (Pardal Predador, traduzido). Aconteceu um dia depois de o mesmo grupo ter anunciado que seriam os responsáveis pelo ataque contra o banco estatal iraniano Bank Sepah, os dois acontecimentos ocorreram em meio ao conflito direto entre Irã e Israel, que vivem o confronto mais difícil em décadas.


Misseis lançados pelo Irã (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Menahem Kahana)

O alvo escolhido agora é a Nobitex, uma das maiores plataformas de transações de criptomoedas no Irã. A instituição disse que removeu a plataforma do ar para poderem averiguar um “acesso não autorizado” aos sistemas, conforme a Reuters.

Segundo a agência Reuters, o grupo de Hacker tem o histórico de realizar ataques elaborados com o foco em alvos iranianos.

Ataques anteriores

Um ataque foi atribuído ao grupo Gonjeshke Darande, em 2021, que gerou paralisações em postos de gasolina no país. No próximo ano, em 2022, outra investida cibernética ocasionou um incêndio na usina siderúrgica de grande magnitude.

Apesar de todos os ataques, o governo israelense nunca admitiu ter alguma ligação com grupo de Hacker, mas os meios de comunicação do país, como o Jornal Times of Israel, constantemente já classificaram o Gonjeshke Darande como conectado a Israel, a investida nesta quarta-feira iniciou ainda a noite, enquanto os hackers moviam os ativos digitais da Nobitex para carteiras administradas por eles, conforme a companhia de análise blockchain TRM Labs.


Bandeira de Israel (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Atlantide Phototravel)

O diretor de inteligência de segurança nacional da empresa Chainalysis, Andrew Fierman, compartilhou o valor com Reuters. Ele também relatou que o motivo poderia ser política, já que a equipe de hackers não permaneceu com o dinheiro.

EUA envia terceiro porta-avião para região próxima de Israel

Os EUA enviarão mais um porta-aviões para perto de Israel na próxima semana. Segundo a CNN, o “USS Ford Carrier Strike Group” chegará ao Mar Mediterrâneo para possível entrada do país de Donald Trump no conflito e se juntará ao “USS Nimitz”, outro porta- avião a caminho da região, e ao “USS Carl Vinson”.

Os porta-aviões são utilizados pelas Forças Armadas do país para afirmar a presença americana no local. Neles podem ser armazenados instrumentos para ataque ou defesa, como jatos e drones, e estão cercados por navios de guerra, que reforçam e aumentam o poder destes porta-aviões.

Autorização para saída de Israel

Nesta quarta-feira (18), a Embaixada Americana em Israel anunciou a autorização para saída voluntária aos cidadãos americanos que optassem por deixar o país, devido aos últimos ataques envolvendo Irã e Israel. O embaixador, Mike Huckabee, declarou que os EUA promoveriam retirada por meio de aviões ou navios para aqueles que quiserem sair de Israel.


Embaixada dos EUA em Israel (Foto: reprodução/Jack Guez/ Getty Images Embed)

Segundo a CNN, funcionários da Embaixada e seus parentes, que estavam na região, deixaram o país em um avião das Forças Armadas dos EUA. Ainda que a saída de Israel seja voluntária, ou seja, ainda não é obrigatória, a situação no país tem preocupado os cidadãos americanos que residem na região e também a Embaixada, que anunciou uma paralisação dos trabalhos em seus escritórios até sábado.

Posição dos EUA no conflito

Perguntado por repórteres sobre os próximos passos dos EUA no confronto entre Irã e Israel nesta quarta-feira (18), o presidente Donald Trump disse que não pode informar as ações do governo americano sobre o assunto.


Presidente americano Donald Trump (Foto:reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

No início da semana, Trump havia dado indícios de uma possível participação americana no conflito ao confirmar em sua rede social que sabia o esconderijo do líder supremo do Irã e que não o mataria, mas estaria ficando sem paciência.

Além disso, o presidente dos EUA afirmou aos repórteres que foi procurado por representantes do governo iraniano para a realização de um encontro entre os países, porém, ele negou o convite. “Eu disse que é tarde demais. O Irã deveria ter negociado antes. A paciência acabou”.

O governo iraniano não se pronunciou sobre o suposto convite para uma reunião com o Donald Trump sobre o conflito, mas o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, declarou que em caso de ataque americano sobre território iraniano, os EUA sofrerão danos irreparáveis.

Líder do Irã diz que “a batalha começa”

Em uma publicação feita no X (antigo Twitter), o líder do Irã, Ali Khamenei, disse que “Em nome de Nami, a batalha começa. Ali retorna com seu Zulfiqar.” Junto ao texto, ele também publicou uma ilustração em que há fogo no céu, em alusão aos mísseis, e homens sendo guiados por um líder que empunha uma espada e está acompanhado de leões. 

“Zulfiqar” no Islã, é uma espada sagrada pertencente ao imã Ali, sucessor do legado de Maomé.  Ali Khamenei é o aiatolá do país, sendo a principal figura religiosa e política no Irã.

Os ataques

Tudo começou quando Israel realizou um bombardeio no centro do programa nuclear do Irã. Segundo o país e veículos internacionais de notícias, oficiais e cientistas iranianos morreram no ataque.

A ofensiva foi uma forma de impedir os avanços dos estudos nucleares do Irã, que, conforme dito por Israel, seria uma forma de aniquilar o estado israelense.

Teerã, capital iraniana, respondeu com o envio de drones a Tel Aviv e considerou o ataque como uma “declaração de guerra“. As investidas entre ambos os países continuam.

Já os Estados Unidos, apoiadores de Israel, não fizeram nenhuma ação oficial, porém nesta quarta-feira (18), o presidente Donald Trump disse que é “tarde demais” para uma negociação com o Irã.


Declaraçaõ do aiatolá no X (Foto: Reprodução/X/@Khamenei_fa)

Conflitos

O Irã não é o único país do Oriente Médio que está em conflito com Israel. A Palestina sofre intensos bombardeios do país, que também disputa a Faixa de Gaza com o grupo Hamas, porém, os ataques contínuos desde 2023 deixam civis e inocentes mortos e feridos.

Nesta segunda-feira (16), dezenas de palestinos que aguardavam ajuda humanitária morreram após disparos de tanques israelenses. Também, na semana passada, o estado de Israel interceptou um barco que enviava suporte humano para a Faixa de Gaza, contendo alimentos e remédios.

A embarcação, conhecida como “Madeleine”, tinha como tripulação o ativista brasileiro Thiago Ávila e a sueca Greta Thunberg. Ávila foi levado a uma prisão solitária, mas foi liberto e voltou ao Brasil na sexta-feira (13).

Comitiva brasileira retorna ao país após ficar retida em Israel

Prefeitos e autoridades brasileiras chegaram ao Aeroporto de Natal–RN na manhã desta quarta-feira (18), após deixarem Israel e atravessarem por terra a Jordânia. O grupo, que ainda estava em missão oficial quando o conflito entre Israel e Irã se intensificou, enfrentou tensão e incertezas antes da volta ao Brasil. 

Brasileiros deixaram Israel via Jordânia e voos fretados

A comitiva deixou Israel, cruzou a fronteira por ônibus até a Jordânia e seguiu em voo fretado — organizado com apoio de assessorias — partindo via Arábia Saudita, Espanha e Cabo Verde rumo ao Rio Grande do Norte. Entre os 13 integrantes que desembarcaram em Natal estão prefeitos como Cícero Lucena (João Pessoa–PB), Álvaro Damião (Belo Horizonte–MG) e Johnny Maycon (Nova Friburgo–RJ), além de secretários municipais, a assessoria de Cícero afirmou que ele seguirá de carro até casa, em João Pessoa. 

Tensão, bunkers e apoio do Itamaraty

Durante o episódio, os políticos precisaram se abrigar em bunkers após ataques aéreos “Foram dias de terror, sem dormir e preocupação extrema”, relatou Johnny Maycon nas redes sociais. O Itamaraty, em nota, lembrou que havia emitido um alerta desde outubro de 2023 recomendando evitar viagens não essenciais para Israel. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) informou que acompanhou a fuga, articulando apoio via Jordânia e Arábia Saudita, em contato com o governo federal e diplomatas.


Johnny Maycon relatou a trajetória deles em um reels (Vídeo: reprodução/Instagram/@johnnymayconoficial)

Conclusão e retorno seguro

A operação de retorno encerra uma fase de angústia e risco enfrentada por prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e secretários municipais em viagem oficial. A comitiva estava em Israel para uma feira de tecnologia, mas foi surpreendida pela escalada de confrontos entre Israel e Irã. 

Agora, já em solo brasileiro, iniciam o retorno às suas cidades de origem, após uma jornada marcada por tensão, logística complexa e reforço diplomático. 

Iranianos relatam pânico após novo ataque de Israel

Na virada de terça (17) para quarta-feira (18), moradores de Teerã relataram momentos de tensão devido a uma nova ofensiva israelense. Segundo o Exército de Israel, mais de 50 aeronaves foram mobilizadas em uma série de ataques contra instalações do Irã ligados à produção de mísseis e centrífugas.

Moradores relatam explosões na capital

Os iranianos relataram ao jornal CNN a sensação de medo na capital durante os ataques, mas optaram por não se identificar por causa de segurança. Uma jovem de 28 anos descreveu a situação como um verdadeiro pesadelo.

Um homem de 32 anos relatou que, após uma tarde tranquila, a situação mudou com o início de uma série de bombas. Segundo ele, entre 30 e 40 explosões ocorreram a aproximadamente sete quilômetros de sua residência.

Ele acrescentou que o barulho era insano e que a rua estava completamente destruída. Contou ainda que, diante do cenário, ele e a família seguem indecisos sobre a possibilidade de deixarem suas casas.

Além disso, moradores relataram um clima crescente de desconfiança em relação às autoridades locais em Teerã. Um dos entrevistados contou que filmava as ruas desertas da cidade quando foi abordado por um policial, que solicitou seus documentos e olhou seu celular.


Israel ataca instalações iranianas (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Resposta imediata de Teerã aumenta conflito

Os confrontos entre Israel e Irã tiveram início na madrugada de sexta-feira (13), no horário local, quando o governo israelense realizou uma ofensiva contra o programa nuclear iraniano e aos líderes militares do Irã.

Em resposta, Teerã reagiu de forma imediata, aumentando os receios de uma série de conflitos no Oriente Médio. Até o momento, a soma das vítimas nos dois países ultrapassa 200 mortos desde o início dos ataques.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram que os ataques visam impedir o avanço do programa nuclear iraniano, considerado por eles uma ameaça à existência do Estado de Israel.

Trump exige “rendição incondicional” do Irã em meio a conflito contra Israel

A escalada do conflito entre Israel e Irã atingiu um novo patamar com a intervenção direta dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump. A postura americana oscilava entre ameaças e aberturas diplomáticas e pendeu para uma linha mais agressiva, culminada na exigência de “rendição incondicional” do Irã.

Exigência de rendição como um ponto de virada

Esta exigência implica na submissão total do Irã às demandas dos EUA e de Israel sem termos negociados. Trump expressou frustração com a incapacidade dos líderes iranianos de chegar a um acordo prévio e declarou que não está “muito no clima para negociar”, e que busca “um fim real” para o conflito, não apenas um cessar-fogo temporário.


Donald Trump posta na rede social Truth “aviso” para liderança do Irã (Reprodução: Truth Social/@realDonaldTrump)

Intensificação da pressão americana

Além da demanda por rendição, o presidente afirmou que os EUA detêm “controle completo dos céus sobre o Irã” e que sabem “exatamente onde o chamado ‘Líder Supremo’ está escondido”, referindo-se ao aiatolá Ali Khamenei, embora tenha ressaltado que não pretende “eliminar” Khamenei “por enquanto”.

A administração Trump reitera que o Irã “não pode ter uma arma nuclear” e responsabiliza o governo iraniano pela ausência de um acordo sobre seu programa nuclear, que, segundo Washington, teria evitado as mortes no conflito atual. Navios de guerra e aeronaves militares americanos, realocados na região, alimentam as especulações sobre uma intervenção militar direta.

Possibilidade de eliminação de Khamenei

O ataque surpresa lançado sobre o Irã na última sexta-feira (13) eliminou a alta cúpula militar iraniana e vários cientistas do programa nuclear do país, mas poupou o aiatolá Ali Khamenei e o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian. Posteriormente, em declarações à emissora americana ABC News, o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu não descartou a hipótese de também atacar Khamenei, argumentando que sua morte não “escalaria o conflito”, mas o encerraria.

A declaração de Netanyahu veio à tona em meio a especulação que Donald Trump teria vetado um plano israelense de assassinar o líder iraniano. Netanyahu, no entanto, negou veementemente qualquer veto da Casa Branca, afirmando: “Há tantas notícias falsas que nunca aconteceram e não vou entrar nesse assunto. Nós fazemos o que precisamos fazer”.

Objetivos de Israel

O premiê israelense reiterou a visão de que o Irã “quer uma guerra eterna” e que Israel tem enfrentado “meio século de conflito espalhado por esse regime”. Militares israelenses indicam que o objetivo principal do país é eliminar a “dupla ameaça” iraniana: seu programa nuclear e seus mísseis balísticos.

Contudo, Netanyahu em suas declarações, sugere que a queda do regime dos aiatolás, que governa o Irã desde 1979, poderia abrir caminho para uma nova ordem, possivelmente com maior integração entre Israel e países árabes.

Ali Khamenei: conheça o líder supremo do Irã

Os ataques que aconteceram no Irã nesta segunda-feira (16), mataram pessoas importantes para o regime, dentre eles, generais como Hossein Salami, comandante-chefe da Guarda Revolucionária do Irã, e Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã, segundo homem mais poderoso na linha de comando do país.

Mas o primeiro nome da lista é o iraniano Ali Khamenei, que recebeu o título de aiatolá, uma patente dada a alguém que chega ao mais alto nível de estudiosos religiosos, conhecimento em jurisprudência islâmica e teologia. Uma das emissoras americanas, a CBS News, revelou que três autoridades ligados ao presidente Donald Trump, orientou Israel a não matar o líder, que tem 86 anos.

No cargo há quase 36 anos, ele é o líder religioso e político do Irã e dita o que pode ou não fazer sobre políticas públicas no país. Além disso, ele já ficou cinco anos sem fazer uma aparição ao público e só voltou à mídia no final do ano passado, quando falou em uma mesquita de Teerã após militares de Israel matarem seu antigo aliado Hassan Nasrallah, que liderava uma milícia libanesa chamada Herzbollah por mais de 30 anos.

Ali Khamenei sempre mostrou controle da máquina pública e já enfrentou diversas crises no Oriente Médio.

Como Khamenei virou líder

Ele nasceu na cidade de Mashhad, no leste do Irã, em 1939. Formou-se em teologia e política nos anos 60, e sempre esteve envolvido em movimento que questionava o regime de xá Mohammad Reza Pahlevi. xá era um título dado aos monarcas antes da revolução islâmica de 1979.

Ao estudar teologia em Qom, foi influenciado pelos pensamentos do aiatolá Ruhollah Khomeini, que liderava a oposição conservadora do exílio. Se sentindo atraído pelas ideias de Khomeini, começou a ajudar seu amigo a montar missões dentro do Irã.

Nessa época, Khamenei se influenciou pelas teorias anticoloniais e antiocidentais e traduziu livros do egípcio Sayyid Qutb, um influente intelectual do fundamentalismo islâmico, segundo uma publicação do jornal The Guardian.

Ele participou dos protestos de 1978 antes da revolução iraniana e se tornou muito próximo de Khomeini. Em 1980, quando Khomeini já era líder supremo do Irã, ele o escolheu para ser o imã que faria a tradicional oração de sexta-feira em Teerã.

Khamenei ganhou a presidência do Irã com 95% dos votos, assim que sofreu um ataque de bomba que fez com que seu braço ficasse sem movimentos para sempre. Naquele ano de 1981, somente quatro pessoas puderam se candidatar e três deles eram apoiadores de Khamenei, e foi o primeiro clérigo a assumir o cargo consolidando o domínio da Igreja sobre o Estado, onde ficou até 1985 quando morreu de ataque cardíaco com 89 anos.

Quem assumiria seu posto seria o aiatolá Hussein Ali Montazeri, mas meses antes da morte de Khomenei criticou publicamente violações de direitos humanos cometidas pelo regime iraniano, o que não foi visto com bons olhos.

Quem escolheu um novo líder foi a Assembleia dos Peritos, onde todos aceitaram que Khamenei servia para o cargo, existem relatos que Khomeini o havia escolhido como sucessor.

Para tornar Khamenei em aiatolá, foi feita uma manobra. Na época, ele não tinha o grau de marja, reservado aos grandes aiatolás e exigido pela Constituição para ser líder supremo.

Então, ele foi nomeado de forma temporária, a Assembleia dos Peritos alterou a Constituição e, em seguida, o confirmou no cargo.

Em 2018, um vídeo da reunião secreta de 1989, que mostra a forma como foi escolhida a nova liderança, vazou para a imprensa, mostrando Khamenei sem acreditar e inseguro com a escolha.


Ali Khamenei ao lado da foto do seu aliado e antecessor Ruhollah Khomeini (Foto: reprodução/AFP/Getty Images Embed)

Chegada ao poder e repressão a opositores

Ao chegar ao poder, ele neutralizou oponentes, combateu o liberalismo e a influência dos Estados Unidos e o que ele via como desvios dos costumes islâmicos. Por muitos anos, influenciou a execução de políticas públicas no país.  Além disso, ele também esteve envolvido em uma série de polêmicas, dentre elas, se destaca uma reportagem de 2018 da agência Reuters, a qual afirmou que Khamenei confiscava propriedades que pertenciam a civis iranianos.

Contudo, a investigação não encontrou provas de que ele usava o dinheiro para luxos pessoais, mas sim para financiar suas atividades dentro da política. Após as investigações, a assessoria de Khamenei disse que tudo que a imprensa havia falado não era verdade.

A matéria gerou vários protestos contra a liderança de Khamenei, e, como resposta, o líder mandou reprimir todos que participaram do ato com violência. Ele também foi acusado de matar seus adversários que estavam exilados e censurou jornalistas e todos que não aceitavam seu governo.

Funcionária de emissora iraniana morre após ataque israelense em Teerã

O governo do Irã informou nesta segunda-feira (16) que uma funcionária da emissora estatal IRIB morreu após um ataque aéreo realizado por Israel em Teerã. A ação teve como alvo o estúdio da IRINN, canal vinculado à rede pública iraniana, e foi confirmada pelas Forças de Defesa de Israel, que alegam que a estrutura era usada para fins militares pelas Forças Armadas iranianas.

Israel confirma ofensiva contra prédio da IRIB

O governo iraniano informou nesta segunda-feira (16) que uma funcionária da emissora estatal IRIB morreu após um ataque realizado pelas Forças Armadas de Israel contra o estúdio da IRINN, canal vinculado à rede pública de radiodifusão da República Islâmica. A vítima foi identificada como Masoume Azimi, mas não foram esclarecidas as circunstâncias exatas da morte nem se ela se encontrava nas instalações no momento do ataque.


Momento em que transmissão da TV estatal é interrompida por ataque (Vídeo: reprodução/YouTube/Correio do Povo play)

As Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmaram à CNN a autoria do ataque. Segundo os militares israelenses, a operação foi executada com base em informações de inteligência e teve como alvo um centro de comunicações supostamente utilizado pelas Forças Armadas do Irã para fins militares, sob fachada civil.

Segundo os israelenses, a instalação foi previamente evacuada e a ação foi realizada com precisão para reduzir o impacto sobre civis. O ataque teria danificado capacidades militares do Irã, segundo o comunicado das FDI.

Irã promete resposta proporcional ao ataque

O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, declarou que o país não deseja ampliar o conflito com Israel, mas que responderá em proporção equivalente às ofensivas recebidas. A afirmação foi feita durante uma conversa telefônica com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, conforme divulgado pela agência estatal iraniana.

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, também comentou o ataque, classificando a emissora iraniana como um instrumento de propaganda do regime e afirmando que a ofensiva visou desestabilizar a infraestrutura militar iraniana disfarçada de atividade civil.

O incidente ocorreu horas após explosões interromperem uma transmissão ao vivo da jornalista Sahar Imami, âncora da IRINN, o que evidenciou a tensão na região e o alcance do ataque às instalações de mídia. Antes da operação, as FDI haviam emitido ordens de evacuação no 3º Distrito de Teerã, onde a emissora possui escritórios.

Irã inicia novo ataque com mísseis e drones contra cidades de Israel

Conforme o veículo estatal Press TV e outras mídias de comunicação iranianos, uma nova série de ofensivas do Irã com mísseis e drones contra Israel iniciou nesta segunda-feira (16). As operações têm como alvo as cidades de Tel Aviv e Haif, segundo informações da agência de notícias semi-oficial Mehr News. Até o presente, não há relatos sobre os estragos, feridos ou interceptações em solo israelense relacionados a esses disparos.

Um representante da Guarda Revolucionária do Irã afirmou que os ataques prosseguirão até começo da manhã, no horário local.

Aviso à população de Israel

Pouco mais de uma hora após a divulgação dos ataques pela mídia estatal iraniana, as Forças de Defesa de Israel (FDI) comunicaram que detectaram mísseis disparados a partir do território do Irã.


Irã inicia ataque contra Israel/Reprodução/Youtube/TerraBrasil/

Os militares destacaram que seus sistemas de defesa estão ativos para deter os projéteis e alertaram aos moradores para buscar abrigo até novas orientações.

“As sirenes soaram em diversas regiões de Israel após a identificação de mísseis lançados do Irã em direção ao país”, comunicaram as FDI. “Neste momento, a Força Aérea de Israel está operando para interceptar e atacar onde for necessário para eliminar a ameaça”, acrescentaram. Contudo, aproximadamente 20 minutos após esse primeiro aviso, as autoridades permitiram que os residentes deixassem os locais protegidos.

Declarações de Netanyahu

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não rejeitou a possibilidade de ataque contra o líder supremo iraríamo, aiatolá Ali Khamenei, ao ser questionado pela ABC News sobre o tema. “Vejam, estamos fazendo o que precisamos fazer”, disse Netanyahu. E reiterou que o possível extermínio do líder supremo “encerraria o conflito”, ao contrário de agravá-lo.

Declarações de Pezeshkian

O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, declarou nesta segunda-feira (16) que o Irã não deseja ampliar o conflito com Israel, mas advertiu que responderá na mesma proporção aos ataques. Essas declarações foram feitas durante uma ligação telefônica com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, conforme a agência oficial iraniana. Segundo Pezeshkian, o Irã não iniciou a guerra, mas declarou que responderá proporcionalmente ao nível do ataque recebido.