Grokipedia: a enciclopédia de Elon Musk que promete reescrever o saber

Elon Musk voltou a mirar em um novo alvo, e, desta vez, é a Wikipedia. O bilionário lançou a Grokipedia, uma plataforma de conhecimento totalmente gerada por inteligência artificial, criada pela sua empresa xAI. A proposta é ousada: substituir a maior enciclopédia colaborativa do planeta por uma versão “mais inteligente, menos enviesada e totalmente automatizada”.

Uma IA que quer saber tudo

A Grokipedia nasce como uma extensão direta do Grok, o chatbot desenvolvido pela xAI e integrado à rede social X (antigo Twitter). Segundo Musk, o sistema seria capaz de produzir artigos, revisar fatos e “corrigir” conteúdos considerados distorcidos em outras plataformas, uma alfinetada clara à Wikipedia, que ele acusa frequentemente de “viés político e cultural”.

A plataforma afirma contar com centenas de milhares de verbetes escritos por IA, que cruzam dados em tempo real e são revisados por algoritmos internos. Musk a define como “uma enciclopédia viva”, capaz de aprender e se atualizar automaticamente.

A briga com a Wikipedia

A relação entre Musk e a Wikipedia é antiga, e conturbada. Em 2023, ele chegou a ironizar o pedido de doações da fundação Wikimedia, dizendo que “com uma fração do que a Wikipedia arrecada, daria para armazenar toda a verdade do mundo”.
Agora, com a Grokipedia, o empresário dá forma à provocação: uma plataforma sem editores humanos, sem doações e sem filtros ideológicos (segundo ele).


Imagem de Elon Musk anunciando essa nova medida do Grok (Foto: reprodução/X/@bycoinvo)


Só que há um detalhe: análises iniciais apontam que muitos textos da Grokipedia parecem adaptações automáticas da própria Wikipedia, levantando dúvidas sobre originalidade, direitos autorais e, ironicamente, imparcialidade.

A promessa e o risco

A ideia de uma enciclopédia gerada por IA é tentadora. Ela elimina o trabalho voluntário, atualiza-se sozinha e pode integrar dados instantaneamente. Em teoria, é o sonho de quem acredita que o conhecimento pode ser puramente técnico e objetivo.

Mas o risco é igualmente grande: quem programa a IA, programa o que ela considera “verdade”. E se a Grokipedia for alimentada por fontes filtradas ou enviesadas, o resultado será apenas uma máquina de repetir opiniões, com aparência de neutralidade científica.

O que está em jogo

Mais do que uma disputa entre sites, o embate entre Musk e a Wikipedia simboliza uma batalha muito maior:

A Grokipedia não é apenas um projeto de tecnologia, é um experimento social em escala global, que testa os limites da confiança na inteligência artificial como fonte única de informação.

No fim das contas

Musk já reinventou carros, foguetes e redes sociais, agora quer reinventar o próprio conceito de saber. Se a Grokipedia der certo, poderá mudar a forma como o mundo aprende, pesquisa e ensina. Se der errado, será apenas mais um alerta sobre o perigo de substituir editores humanos por algoritmos sem alma.

OpenAI entra na liga dos gigantes: US$ 500 bilhões e um novo jogo com a Microsoft

A inteligência artificial acaba de ganhar um novo marco financeiro, e simbólico. A OpenAI, criadora do ChatGPT, atingiu uma avaliação de meio trilhão de dólares após fechar um novo acordo de cooperação com a Microsoft. Mais do que um número impressionante, o movimento indica que a empresa quer deixar de ser uma “startup visionária” e assumir de vez o papel de potência corporativa global.

Do laboratório à bolsa de valores

Desde sua fundação em 2015, a OpenAI sempre carregou uma dualidade curiosa: nasceu como uma organização sem fins lucrativos, mas se transformou na empresa que mais monetizou a corrida da IA. O novo acordo com a Microsoft reestrutura a companhia como uma Public Benefit Corporation (PBC), um modelo híbrido que busca equilibrar lucro e propósito público.

Na prática, isso significa mais liberdade para captar investimentos, firmar contratos e expandir produtos — sem abrir mão, ao menos no papel, do compromisso ético com o desenvolvimento responsável da inteligência artificial.

Microsoft, o braço direito (e esquerdo)

A relação entre OpenAI e Microsoft continua próxima, mas com novos contornos. A gigante de Redmond passa a deter uma fatia de 27% da nova holding da OpenAI, um número que traduz não só investimento, mas também dependência mútua.


Imagem editada mostrando a parceria das duas empresas (Foto: reprodução/X/@zealbori)

De um lado, a OpenAI ganha acesso garantido a uma das infraestruturas de computação mais poderosas do planeta, o Azure. De outro, a Microsoft consolida sua posição como guardiã e parceira estratégica da empresa que dita o ritmo da revolução da IA generativa.

A nova avaliação de mercado da OpenAI a coloca em um seleto grupo de gigantes como Meta, Tesla e Nvidia. Mas há quem veja o número como mais um gesto de confiança do que uma medição exata de valor. O faturamento da empresa ainda não acompanha esse patamar, mas a percepção de que ela está na dianteira da corrida pela “inteligência geral artificial” (AGI) faz investidores aceitarem pagar caro por um pedaço do futuro.

Desafios: poder, ética e velocidade

O desafio agora é equilibrar a força tecnológica com responsabilidade. À medida que a IA se torna onipresente, em escolas, empresas, governos, a OpenAI se vê pressionada a provar que consegue inovar sem atropelar fronteiras éticas.

Internamente, a mudança de estrutura também levanta perguntas: quem manda, afinal? O conselho de ética? Os investidores? A Microsoft? O CEO Sam Altman, que há meses vem se equilibrando entre genialidade e pragmatismo, precisará mostrar que a nova OpenAI não é apenas mais rica, mas também mais estável.

O novo eixo do poder em IA

O acordo sela uma nova fase da indústria. Se o Google dominou a busca, a Apple o design e a Amazon o e-commerce, a OpenAI quer dominar a inteligência, o motor invisível que vai mover todos os outros setores.

Com 700 milhões de usuários semanais e presença em praticamente todos os ramos corporativos, a empresa se consolida como o padrão de referência da IA global. E, com o aval da Microsoft, passa a ter fôlego para disputar território com Nvidia, Anthropic e até o próprio Google DeepMind.

Mais que uma empresa, um sinal de época

A valorização da OpenAI a US$ 500 bilhões não é apenas sobre capital. É sobre a mudança de eixo da economia mundial, do petróleo e dos semicondutores para os modelos de linguagem e a capacidade de aprender.

A nova OpenAI nasce mais poderosa, mais vigiada e mais cobrada. E talvez seja justamente essa combinação que definirá a próxima década da tecnologia.

Famosos pedem proibição de desenvolvimento de IA superinteligente

Um manifesto idealizado pela organização Future of Life Institute pede a proibição do desenvolvimento de inteligência artificial superinteligente. O abaixo-assinado exige que a ferramenta não seja levada ao público “antes que haja um amplo consenso científico de que isso será feito de forma segura e controlada, e uma forte adesão pública”.

O documento foi assinado por diversas figuras públicas, como o Duque e a Duquesa de Sussex – Príncipe Harry e Meghan Markle – o co-fundador da Apple, Steve Wozniak, o bilionário britânico Richard Branson, o ex-presidente do Estado-Maior Conjunto dos EUA, Mike Mullen e Susan Rice, ex-conselheira de segurança nacional de Obama.

Contudo, o que surpreendeu a todos foi a assinatura de Steve Bannon e Glenn Beck, duas personalidades que representam a direita americana. Bannon foi assessor e estrategista-chefe da Casa Branca na primeira gestão de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.

Conteúdo do manifesto

Ao contrário de outros documentos que apresentam argumentos embasados e com análises críticas, o manifesto escrito pelo Future of Life Institute possui somente 30 palavras.

“Apelamos a uma proibição do desenvolvimento da superinteligência, que não será levantada antes que haja um amplo consenso científico de que isso será feito de forma segura e controlada, e uma forte adesão pública”

Em uma espécie de prefácio, os idealizadores do documento alegam que “muitas empresas líderes de IA têm o objetivo declarado de construir superinteligência na próxima década que possa superar significativamente todos os seres humanos em essencialmente todas as tarefas cognitivas”. Porém, não apresentam nenhuma prova ou indício que ateste o registro.


Parte dos nomes de quem assinou o manifesto (Foto: reprodução/Instagram/@futureoflifeinstitute)

Quem assinou

A carta é direcionada a grandes conglomerados da tecnologia como Google, OpenAI e Meta Platforms. A lista dos que assinaram é extensa e diversificada e conta com mais de 800 nomes.

Como comentário pessoal, o Príncipe Harry acrescentou que o desenvolvimento da inteligência artificial deve estar voltado para o benefício da humanidade, e não para substituí-la. Segundo ele, o verdadeiro indicador de progresso não está na velocidade das inovações, mas na capacidade de conduzi-las com sabedoria — uma oportunidade que não se repete.

Stuart Russell, pioneiro da inteligência artificial ​​e professor de ciência da computação na Universidade da Califórnia, Berkeley, também assinou o manifesto. Ele ressaltou que “É simplesmente uma proposta para exigir medidas de segurança adequadas para uma tecnologia que tem uma chance significativa de causar a extinção humana.”

Yoshua Bengio e Geoffrey Hinton, co-vencedores do Turing Award, o principal prêmio da ciência da computação, uniram seus nomes à lista. Ambos, pioneiros em inteligência artificial, com Stuart Russell.

Personalidades da política também se uniram ao manifesto. A ex-presidente irlandesa Mary Robinson e vários parlamentares britânicos e europeus e ex-membros do Congresso dos Estados Unidos assinaram.

Dos nomes que assinaram a petição, um deles chamou a atenção. Steve Bannon, ex-assessor e ex-estrategista-chefe da Casa Branca no primeiro mandato de Donald Trump.


Anthony Aguirre, diretor-executivo do Future of Life Institute (Foto: reprodução/Instagram/@futureoflifeinstitute)

O instituto

O Future of Life Institute é uma organização se fins lucrativos cujo diretor-executivo é Anthony Aguirre, físico da Universidade da Califórnia. O grupo trabalha com riscos de larga escala, como armas nucleares, biotecnologia e inteligência artificial. Atualmente, seu maior doador é Vitalik Buterin, co-fundador da blockchain Ethereum.

Aguirre quer forçar uma conversa que inclua não apenas grandes empresas de inteligência artificial, mas também políticos nos Estados Unidos, na China e em outros lugares. Ele alega que as visões pró-indústria do governo Trump sobre inteligência artificial precisam de equilíbrio.

Argentina será sede de mega data center da OpenAI

Enquanto o Brasil ainda discute reformas tributárias e gargalos energéticos, a OpenAI decidiu fincar bandeira tecnológica na Argentina. O país será sede de um dos maiores data centers do planeta, um investimento bilionário que promete transformar a região em um novo polo da inteligência artificial mundial.

Mas por que Buenos Aires e não São Paulo? A resposta envolve uma combinação de pragmatismo fiscal, energia barata e timing político, três fatores que o Brasil, por ora, não conseguiu alinhar.

O jogo da previsibilidade

A OpenAI, empresa que lidera a revolução da IA generativa, não escolhe endereços por acaso. Cada decisão é guiada por cálculos de risco, custo e estabilidade. A Argentina, sob o novo regime de investimentos (RIGI), ofereceu isenção fiscal agressiva, regras simples e horizonte previsível, algo raro em um continente conhecido por instabilidade regulatória.


Javier Milei com investidores da Open AI (Foto: reprodução/x/@techrepublic)

O Brasil, por outro lado, ainda é visto como um território de labirintos burocráticos. Licenças ambientais lentas, múltiplos tributos e tarifas imprevisíveis elevam o custo de qualquer projeto de infraestrutura digital.
Em um setor onde tempo é sinônimo de vantagem tecnológica, o atraso burocrático tem peso de derrota.

Energia limpa, mas não barata

Um data center da magnitude planejada pela OpenAI consome energia suficiente para abastecer uma cidade de médio porte. E não qualquer energia: é preciso que seja estável, limpa e barata.
A Argentina possui vasta capacidade eólica e solar na Patagônia, além de incentivos diretos à produção renovável. Isso reduz custos operacionais e torna o projeto mais “verde”, uma exigência estratégica num momento em que as big techs precisam exibir responsabilidade climática.

O Brasil até possui matriz energética exemplar, mas enfrenta gargalos de transmissão, tarifas elevadas e um emaranhado de regulações estaduais. Para um empreendimento global, cada centavo economizado em eletricidade representa milhões no balanço anual.

Conectividade e soberania digital

Outro ponto silencioso, mas crucial, é o posicionamento estratégico. A Argentina vem se posicionando como hub de dados entre o Atlântico e o Cone Sul, conectando novas rotas de cabos submarinos que ligam a América Latina à África e à Europa. Ter um data center ali não é apenas uma escolha econômica, é um movimento geopolítico.

O Brasil, apesar de ser líder regional em tecnologia, ainda depende de rotas de dados concentradas no Sudeste e de uma malha de infraestrutura desigual. No tabuleiro digital, isso o torna um gigante com pés de barro.

O fator político também conta. Javier Milei entendeu rapidamente o peso simbólico de atrair uma empresa como a OpenAI: é mais que um investimento, é uma declaração de soberania tecnológica. Ao se posicionar como “terra amiga da inovação”, o governo argentino transformou a política econômica em marketing global.

Enquanto isso, o Brasil segue dividido entre discursos sobre IA e falta de execução prática. A diferença é simples: a Argentina ofereceu um contrato; o Brasil, uma promessa.

A lição que o Brasil pode (e precisa) aprender

A decisão da OpenAI não deve ser lida como uma derrota isolada, mas como um alerta. O país que quer disputar a liderança em tecnologia precisa oferecer ambiente competitivo, fiscalmente claro, energeticamente eficiente e digitalmente conectado.
Não basta ter engenheiros brilhantes e universidades fortes; é preciso ter solo fértil para que a inovação floresça. Se a Argentina conseguiu se tornar o epicentro da IA no continente, é porque entendeu algo que o Brasil parece ter esquecido: o futuro não espera pela burocracia

Amazon aposta em vigilância por IA junto à polícia

A Amazon estaria lançando uma estratégia agressiva para promover o uso de ferramentas de vigilância baseadas em inteligência artificial (IA) em agências policiais. A proposta levanta debates importantes sobre até que ponto a segurança pública justifica o uso massivo de reconhecimento facial, monitoramento automático e integração de dados pessoais, além de quais barreiras legais, éticas e de privacidade precisam ser respeitadas

Foi oferecida à polícia a sua tecnologia Rekognition, que permite reconhecer, rastrear e identificar pessoas a partir de imagens capturadas por câmeras de segurança, drones, câmeras corporais (body cams).

A Amazon, por meio de sua divisão de computação em nuvem (AWS), também desenvolverá mecanismos para facilitar que agências governamentais acessem essas soluções com menor atrito, por exemplo, oferecendo integrações, demonstrações ou modelos de precificação que reduzem o custo de adoção.

Há relatos de que essas tecnologias têm sido testadas ou usadas em diferentes jurisdições, com capacidade de comparar rostos identificados em tempo real ou quase real com bancos de dados de pessoas procuradas, ou com perfis suspeitos.

Motivações da Amazon

A iniciativa da Amazon é motivada principalmente pela expansão de mercado e pela pressão competitiva. A empresa busca lucrar com o crescente setor de tecnologias de vigilância por IA, reforçando seu papel como fornecedora de infraestrutura para governos. Ao mesmo tempo, quer se manter à frente de concorrentes como Google, Microsoft e Palantir, oferecendo soluções mais acessíveis, integradas e eficientes.


Câmera corporal da polícia (Reprodução/Matthew Horwood/Getty Images Embed)

Além da utilidade pública, frequentemente usado pela empresa para justificar suas ações. A Amazon defende que suas ferramentas podem ajudar a encontrar pessoas desaparecidas, combater crimes com mais rapidez e melhorar a resposta a emergências. Ao destacar esses benefícios sociais, a companhia tenta reforçar a imagem de que suas tecnologias não representam apenas uma oportunidade comercial, mas também um instrumento de apoio à segurança e ao bem-estar coletivo. No entanto, críticos alertam que essa narrativa pode mascarar riscos sérios à privacidade e à liberdade individual, especialmente quando tais sistemas são implementados sem regulação adequada.

Problemas e riscos levantados

A iniciativa da Amazon levanta sérias preocupações sobre privacidade e vieses. O uso massivo de reconhecimento facial envolve coleta de dados biométricos de pessoas que muitas vezes não consentiram ou sequer sabem que estão sendo monitoradas. Além disso, pesquisas mostram que essas tecnologias apresentam mais erros com mulheres, pessoas negras e idosos, o que pode resultar em identificações incorretas, perseguições injustas e até prisões equivocadas.

Outro ponto crítico é a legislação insuficiente e os riscos aos direitos civis. Em muitos países, as leis ainda não definem limites claros para o uso da vigilância por IA, deixando brechas para práticas invasivas. A vigilância generalizada compromete liberdade de ir e vir, anonimato e privacidade, criando um ambiente de controle constante que pode minar valores democráticos.

Exemplos e antecedentes

Amazon já se envolveu no passado com controvérsias sobre seu produto Rekognition e seu uso por agências policiais. Grupos de direitos civis nos EUA (como ACLU) têm criticado esse uso, alertando para os riscos de abuso. Em 2020, a Amazon anunciou uma moratória de um ano para o uso da Rekognition por órgãos policiais, citando preocupações sobre regulamentação e uso responsável.

Também há debates sobre dispositivos mais “domésticos”, como as câmeras da linha Ring, que pertencem à Amazon, que já foram criticadas por facilitar o acesso policial a imagens privadas e potencialmente ampliar a vigilância comunitária.

Implicações políticas, sociais e jurídicas

Governos e órgãos reguladores precisam definir regras claras para o uso de IA e biometria na segurança pública, estabelecendo limites, condições e salvaguardas. Sociedade civil, acadêmicos e instituições de proteção de dados têm papel central em fiscalizar e propor limites, evitando a criação de uma infraestrutura de vigilância padrão sem controle. Transparência sobre contratos, políticas de uso, auditorias e relatórios públicos é fundamental.

A iniciativa da Amazon pode marcar um avanço tecnológico na segurança pública, mas carrega riscos significativos: erosão de direitos civis, discriminação e perda de privacidade. O debate não é proibir a tecnologia, mas garantir que seu uso seja legítimo, proporcional e compatível com valores democráticos, exigindo diálogo contínuo entre empresas, governos, academia e sociedade civil.

Do scanner à busca por grupos: conheça os 4 novos recursos do WhatsApp

O WhatsApp agora permite encontrar grupos mesmo que o usuário não lembre o nome: basta digitar os contatos que participam da conversa. Os resultados aparecem na seção “Grupos em comum”, tornando mais fácil localizar chats de trabalho, família ou amigos. Essa função é ideal para usuários que participam de múltiplos grupos e querem organizar a rotina sem perder tempo. A novidade fortalece o WhatsApp como ferramenta de produtividade, oferecendo navegação mais rápida e eficiente.

Scanner de documentos no Android simplifica envio de arquivos

O WhatsApp para Android ganhou um scanner nativo. Ao selecionar o ícone de documentos e optar por “Escanear”, a câmera é aberta, permitindo capturar e ajustar arquivos antes do envio. Contratos, boletos e documentos pessoais podem ser digitalizados sem precisar de apps externos, mantendo qualidade e segurança. Este recurso transforma o WhatsApp em uma plataforma completa para comunicação e compartilhamento de arquivos importantes.

Live Photos e Fotos em Movimento para iOS e Android

No iPhone, é possível enviar Live Photos, enquanto no Android a função aparece como “Fotos em Movimento”. Com áudio e movimento preservados, as imagens ganham vida, proporcionando conversas mais interativas e dinâmicas. O envio de fotos animadas substitui a necessidade de enviar múltiplos vídeos curtos, tornando o compartilhamento mais prático e envolvente.


A novidade fortalece o WhatsApp como ferramenta de produtividade, oferecendo navegação mais rápida e eficiente.
Novas funcionalidades do WhatsApp prometem facilitar a experiência do usuário (Foto: reprodução/bombuscreative/Getty Images Embed)

Meta AI personaliza visual e cria temas no WhatsApp

O assistente de inteligência artificial Meta AI permite criar planos de fundo e temas a partir de comandos de texto, além de novos pacotes de figurinhas. A integração de IA transforma o WhatsApp em um app mais moderno, interativo e customizável, fortalecendo a experiência do usuário e a presença do mensageiro no universo mobile.

WhatsApp como ferramenta de produtividade e criatividade

Com scanner, busca inteligente, Live Photos e Meta AI, o WhatsApp se torna não apenas um mensageiro, mas também um recurso de produtividade e criatividade. Os novos recursos ajudam usuários a organizar grupos, enviar arquivos com facilidade e personalizar a experiência, consolidando o app como uma das ferramentas mais relevantes para a comunicação digital.

Vozes sintéticas criadas por IA estão muito semelhantes a vozes humanas, diz estudo

Recentemente, uma pesquisa mostrou a evolução das vozes geradas por inteligência artificial, que são construídas em ferramentas de síntese de voz de última geração. Hiper-realistas, os áudios artificiais estão cada vez mais se tornando impossíveis de diferenciar dos sons reais e áudios humanos, a conclusão dos estudos afirma que o ouvinte médio não consegue mais distinguir qual é qual.

Douglas Torres, um brasileiro especialista em inteligência artificial e CEO da YUP AI, chegou a analisar a pesquisa e como a tecnologia está deixando de ser apenas robótica e se tornando aos poucos mais humanizada, para o bem e o para o mal. “As vozes [artificiais] já carregam emoção, contexto e até o tom de voz.” contou Douglas.

Para realizar a pesquisa, um grupo selecionado avaliou as vozes reproduzidas e escolheram quais soavam mais realistas, dominantes e confiáveis.

Evolução rápida

Para a Dra. Nadine Lavan, professora sênior de psicologia na Queen Mary University of London, universidade que fez o estudo, era apenas uma “questão de tempo” até que os aprimoramentos da tecnologia de IA produzisse falas mais naturais e menos computadorizadas. Lavan também foi coautora da pesquisa.

O objetivo central da pesquisadora é entender como as pessoas percebem essas vozes hiper-realistas agora que as ferramentas estão mais sofisticadas e acessíveis, para a tese, Dra. Nadine contou que os áudios foram criados de forma simples e rápida, demonstrando de início a capacidade atual dessa tecnologia.


Como o Vishing consegue capturar dados pessoais? (Vídeo: reprodução/Youtube/@senaisaopauloSP)

Golpes de vishing

Nos últimos anos, um tipo de golpe por telefone começou a circular pelo Brasil e outros países, chamado “Vishing”. Nele, mistura-se vozes sintetizadas com o golpe de fraude digital, o “pishing”, criando ligações telefônicas onde o criminoso engana a vítima atrás de dados confidenciais, muitas vezes bancários, senhas ou conseguindo autorização para realizar transferências utilizando vozes falsas que imitam a programação de bancos ou até de familiares de quem recebeu a ligação.

A inteligência artificial infelizmente também é usada em outros crimes como golpes por pix que funcionam a base do “Deepfake”, onde são criados vídeos de autoridades ou figuras públicas divulgando investimentos de alta rentabilidade, pedidos de ajuda e arrecadação de dinheiro totalmente falsos.

Acessibilidade e educação

Pelos estudos, a professora sênior acredita que entre casos negativos, ainda sim é possível encontrar formas de usufruir da ferramenta além de enganar os ouvintes.

Com vozes mais humanas, algo que cria mais conforto entre o robô e o usuário as vozes sintéticas com uma alta qualidade, podem ser usadas na comunicação, educação e para acessibilidade, aprimorando situações tanto do cotidiano quanto em áreas específicas de aprendizado e convivência, para pessoas com deficiência ou não.

Whalemate recebe investimento de R$ 6 milhões da Parceiro Ventures e prepara expansão no Brasil

A “Whalemate”, startup argentina de cibersegurança fundada por Mateo Bovio e Federico Joel Hombre, anunciou a captação de US$ 1 milhão (cerca de R$ 6 milhões) liderada pela “Parceiro Ventures”, fundo brasileiro de investimentos. O investimento marca não somente uma injeção financeira, mas também o fortalecimento da presença da empresa em um dos mercados digitais mais competitivos da América Latina: o Brasil.

A companhia já conta com tecnologia validada por grandes nomes da região, como “Mercado Livre” e “Rappi”, e agora acelera sua estratégia de expansão regional.

Cibersegurança com foco no fator humano

Segundo os fundadores, 90% dos ataques cibernéticos começam com falhas humanas, e foi a partir dessa ideia que a “Whalemate” desenvolveu a sua plataforma. O sistema integra neurociência, gamificação, psico-cibersegurança e inteligência artificial para transformar a conscientização em segurança digital prática e eficiente.

A startup oferece campanhas automatizadas contra diferentes tipos de ataques, como phishing, smishing, QR-shing e advanced attacks, adaptando conteúdos a cada país e monitorando resultados em tempo real. A proposta é tornar o aprendizado personalizado e próximo do cotidiano de cada usuário, reforçando a prevenção como ferramenta central da cibersegurança.


 Startup oferece campanhas automatizadas contra ataques cibernéticos (Foto: Reprodução/Akub Porzycki/Getty Images Embed)

Expansão no Brasil e estratégia regional

O Brasil ocupa papel estratégico no plano de crescimento da empresa. Além de ser um dos maiores mercados digitais da América Latina, a conexão é também pessoal: Bovio, um dos fundadores da empresa, tem vínculos familiares com o país. Esse laço afetivo fortalece a determinação da startup em consolidar operações locais.

Com o novo investimento, a “Whalemate” planeja atuar em três frentes: aprimorar a personalização dos conteúdos de treinamento, ampliar a capacidade tecnológica para simulações realistas e formar uma equipe dedicada no Brasil, estruturando estratégia comercial própria.

A meta de longo prazo é transformar a empresa na principal plataforma de conscientização em cibersegurança da América Latina, construindo uma nova cultura digital.

 

Pixel 10: o novo smartphone do Google com 100% de integração IA

Apresentada semana passada na quarta-feira (20), a linha Pixel 10, pertencente ao Google, traz smartphones com a promessa de inovar o uso dos dispositivos móveis entre os usuários. O diferencial nos aparelhos Pixel é a implementação do Gemini, a inteligência artificial do Google, em todo o sistema de software.

O lançamento oficial aconteceu no evento “Made by Google” que ocorre anualmente em New York. Este ano, as apresentações e palestras tiveram o foco no apelo ao consumidor e não nos detalhes técnicos, como sempre foi. Nas demonstrações de novidades com a linha Pixel, algumas celebridades fizeram parte do evento, como os Jonas Brothers e o apresentador de talk show Jimmy Fallon.

Pixel 10

Além de um design dobrável sem engrenagens, permitindo uma maior durabilidade do dispositivo, o Pixel 10 Pro Fold tem uma resistência alta à poeira e à água. O Google garante que as melhorias permitem que o smartphone dure muito mais que as versões anteriores.


Apresentação em vídeo do Pixel 10 Pro (Vídeo: reprodução/YouTube/@madebygoogle)

Com até 30 horas de uso e carregamento veloz, o lançamento está equipado com o novo processador Tensor 5G, feito pelo próprio Google, da Alphabet. O sistema otimiza o uso de câmeras implementado com o Gemini e inclui recursos como a Tela Dividida, Foco e Zoom da câmera aprimorados e outras funções diretamente relacionadas à IA Gemini.

A empresa também enfatizou a otimização de alguns aplicativos presentes no Android, visando melhorar a experiência em jogos que exigem bastante do software, como o “Disney Speedstorm”. Streamings também foram aprimorados, como a Netflix e o Disney+.

Estratégia

Com os novos celulares, a estratégia do Google não se trata de competir entre os números de vendas com outros fabricantes grandes e sim compartilhar novas tecnologias que já são possíveis de serem implementadas para smartphones. O objetivo é que os recursos apresentados se espalhem pelos fabricantes, desenvolvendo sistemas semelhantes para outros dispositivos.

Independente das grandes novidades, a linha Pixel e principalmente o Pixel 10 seguem com valores altos dos principais concorrentes do mercado, ali entre os 700 e 900 dólares, valores considerados aos “smartphones premium”. O produto não será comercializado no Brasil.

Meta lança tradução de voz com IA e abre caminho para criadores globais

A Meta anunciou um novo recurso que promete mudar a forma como o conteúdo circula em suas plataformas: a tradução automática de voz com inteligência artificial. Agora, vídeos publicados em Reels podem ser dublados em outros idiomas sem perder o tom original da voz e, em alguns casos, até com sincronização labial. A iniciativa busca reduzir barreiras de idioma e oferecer aos criadores uma chance real de alcançar públicos internacionais sem esforço extra de produção.

Como funciona a novidade

Ao preparar a publicação, o usuário pode acionar a opção Traduzir sua voz com Meta AI”. O sistema gera a dublagem automática e oferece a pré-visualização antes da postagem. O recurso também pode ser desativado a qualquer momento, preservando o áudio original. No lançamento, os idiomas disponíveis são inglês e espanhol, mas a Meta já confirmou que planeja expandir para outras línguas em breve.

Quem terá acesso

No Instagram, o recurso está liberado para qualquer conta pública. Já no Facebook, por enquanto, apenas páginas de criadores com mais de mil seguidores podem utilizá-lo. A estratégia busca garantir escala e, ao mesmo tempo, preservar a qualidade técnica da experiência.


Imagem de outros lugares do mundo que também terão acesso a novidade (Foto: reprodução/X/@alertacreadores)

Oportunidades para criadores e marcas

A funcionalidade vai muito além de conveniência. Criadores independentes ganham a possibilidade de expandir sua voz sem recorrer a legendas ou a dublagens artificiais pouco naturais. Para as marcas, abre-se a oportunidade de lançar campanhas multilíngues, testando a recepção em diferentes mercados com custo reduzido. Além disso, o painel de métricas da Meta agora exibe estatísticas por idioma, permitindo análises mais detalhadas de alcance e engajamento.

Questões em debate

Apesar do potencial, a tecnologia levanta reflexões. A precisão da tradução ainda pode enfrentar obstáculos culturais e a clonagem de voz, mesmo sinalizada, desperta dúvidas sobre autenticidade e possíveis usos indevidos.

A nova ferramenta reforça o caminho que a Meta deseja trilhar: tornar suas plataformas mais inclusivas, acessíveis e globais. Combinando inteligência artificial e personalização, a empresa aposta que a comunicação digital do futuro será não apenas visual, mas também multilíngue e, sobretudo, sem fronteiras.