Corinthians discute mudanças no estatuto e abre caminho para futura SAF

O Corinthians começa a se movimentar nos bastidores para modernizar sua estrutura e se preparar para o futuro do futebol brasileiro. O clube estuda alterações em seu estatuto social que podem abrir espaço para a criação de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), mas sem abdicar do controle majoritário.

A proposta foi detalhada pelo presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, que defendeu um modelo de atualização institucional com responsabilidade e transparência. Segundo ele, as mudanças não significam vender o clube, e sim adaptá-lo à nova realidade econômica do futebol.

“O objetivo é adequar o Corinthians à legislação e às novas exigências do mercado, mas sempre preservando a essência associativa. A ideia não é entregar o clube, e sim fortalecê-lo”, afirmou Tuma.

Modernização sem perder a alma

Segundo o projeto, qualquer decisão sobre a criação de uma SAF precisará ser aprovada por ampla maioria dos conselheiros e sócios. O texto em discussão prevê que o clube mantenha ao menos 51% das ações de eventual empresa que administre o futebol profissional, garantindo que o controle permaneça no Parque São Jorge.

Essa salvaguarda reflete uma preocupação recorrente entre torcedores e dirigentes: como atrair investidores e recursos sem perder a identidade corintiana.

“Queremos um modelo sustentável, que proteja o patrimônio e a história do clube. A SAF é um instrumento, não um fim”, reforçou o dirigente.

Contexto e urgência

A discussão ganha força em um momento em que vários clubes brasileiros buscam novas formas de gestão. Mudanças legais previstas para os próximos anos devem aumentar a carga tributária sobre associações esportivas, tornando o modelo tradicional menos competitivo.

Para o Corinthians, mergulhado em dívidas e em um cenário financeiro desafiador, modernizar o estatuto é visto como passo essencial para evitar um colapso futuro.


Torcida do Corinthians pedindo Saf (Foto: reprodução/X/@elyelsccp)

Debate ainda em construção

Embora o tema desperte interesse, há cautela. Parte do Conselho defende que o processo seja conduzido com total transparência, com participação ativa dos sócios e ampla divulgação das propostas. O clube ainda não tem prazo definido para colocar o novo texto em votação, mas o debate já está em curso.

Enquanto isso, a diretoria reforça que não há negociação em andamento com investidores e que qualquer decisão sobre SAF só será tomada após o estatuto ser atualizado.

Mais do que uma mudança burocrática, a discussão sobre a SAF representa um divisor de águas na história do Corinthians. O desafio é encontrar o equilíbrio entre modernização e tradição, garantindo que o clube se mantenha competitivo sem perder o vínculo com suas origens populares.

Governo retoma debate sobre jornada 6×1 com proposta de modelo flexível

Após intensa pressão popular contra a PEC da Blindagem, o governo volta suas atenções para outro tema que vem sendo debatido há meses: a adoção da jornada de trabalho 6×1.

O deputado Luiz Gastão (PSD-CE) afirmou que a tramitação da proposta pode começar no início de dezembro. Segundo ele, já há conversas em andamento com todos os setores envolvidos, e a expectativa é de que, até a segunda quinzena de novembro, um parecer esteja pronto para ser apresentado.

Depoimento de Luiz Gastão

“A iniciativa privada sustenta cerca de 65% a 70% dos empregos formais no Brasil. Pequenas empresas carregam uma grande parcela da força de trabalho, com altos custos de mão de obra e encargos salariais. Enquanto isso, o Judiciário, por exemplo, opera com uma estrutura enxuta. Quem paga essa conta? É preciso enfrentar os privilégios”, declarou o deputado.


Ministra Gleisi Hoffmann e deputada Erika Hilton falam sobre o fim da escala 6x1 (Vídeo: reprodução/Instagram/@hilton_erika)

O texto que defende a redução da jornada para quatro dias de trabalho e três de descanso já conta com o apoio de 171 parlamentares. Ainda assim, deve passar por ajustes, já que o relator estuda incluir a opção de um modelo flexível de jornada, considerando o pagamento proporcional às horas trabalhadas, proposta defendida pela oposição.

Apesar da movimentação política e do tom de urgência dado por parte do Congresso, o tema ainda corre o risco de se arrastar até 2026, especialmente diante das divergências entre empresários e sindicatos.

Opinião do povo paulistano

Uma pesquisa do Instituto Locomotiva, divulgada em 19 de setembro, revelou que 60% dos trabalhadores da cidade de São Paulo preferem ter uma hora livre a mais por dia a receber 10% de aumento salarial. O dado reflete uma mudança importante de mentalidade: mais do que o ganho financeiro, o trabalhador busca hoje uma vida com mais qualidade, tempo e equilíbrio entre carreira e bem-estar.

Advogados de Cassie apontam falhas na condenação de Diddy

A recente decisão judicial que resultou na prisão do rapper P.Diddy reacendeu debates sobre abuso de poder e responsabilização na indústria musical. O caso, acompanhado por depoimentos e repercussões públicas, teve impacto direto na trajetória de Cassie Ventura, cuja equipe jurídica se pronunciou na última sexta-feira (3), após a sentença, destacando o peso emocional de todo o processo.

Pronunciamento dos advogados de Cassie Ventura

Após a condenação do rapper e empresário Sean “Diddy” Combs a quatro anos e dois meses de prisão, a equipe jurídica da cantora e ex-namorada do rapper Cassie Ventura, divulgou uma nota oficial sobre o caso. O artista foi sentenciado por duas acusações de transporte para fins de prostituição, conforme a Lei Mann, legislação norte-americana que criminaliza esse tipo de conduta interestadual.

Os advogados de Ventura afirmaram que a decisão representa um avanço no reconhecimento das violações cometidas, mas ressaltaram que a sentença “não repara os danos emocionais e psicológicos” sofridos pela cantora. Segundo o comunicado, o veredito reconhece o impacto do caso na vida de Cassie e de outras possíveis vítimas.


Advogados de Cassie reagem à sentença do rapper (Video:Reprodução/YouTube/@enews)

Durante o julgamento, a ex-companheira de Diddy atuou como testemunha principal, relatando episódios de controle, coerção e agressões físicas e psicológicas atribuídas ao rapper. O tribunal considerou esses depoimentos essenciais para a condenação em duas das cinco acusações apresentadas, enquanto outras denúncias, como tráfico sexual e associação criminosa, foram rejeitadas pelo júri.

Decisão judicial e justificativas da sentença

O juiz federal responsável pelo caso, Arun Subramanian destacou, durante a audiência em Manhattan, que o músico “prejudicou irreparavelmente duas mulheres” e manteve os abusos por mais de uma década, utilizando sua influência e recursos financeiros para silenciar as vítimas. Além da pena de prisão, o magistrado impôs uma multa de US$ 500 mil, valor máximo previsto pela legislação.

Combs, que já estava preso preventivamente desde setembro de 2024, reconheceu parte dos abusos em sua fala final. Em lágrimas, pediu desculpas à família e às vítimas, alegando problemas com drogas e saúde mental. O juiz, no entanto, considerou o discurso insuficiente e manteve a pena como forma de responsabilização.

A condenação marca um ponto de inflexão na carreira do rapper de 55 anos, antes considerado um dos nomes mais influentes da música norte-americana , agora associado a um dos casos mais emblemáticos de abuso e poder na indústria cultural.