Governo retoma debate sobre jornada 6×1 com proposta de modelo flexível

Governo retoma debate sobre jornada 6×1; proposta pode tramitar em dezembro e incluir modelo flexível com pagamento proporcional por hora

04 out, 2025
Câmara dos Deputados | Reprodução/X/@republiqueBRA
Câmara dos Deputados | Reprodução/X/@republiqueBRA

Após intensa pressão popular contra a PEC da Blindagem, o governo volta suas atenções para outro tema que vem sendo debatido há meses: a adoção da jornada de trabalho 6×1.

O deputado Luiz Gastão (PSD-CE) afirmou que a tramitação da proposta pode começar no início de dezembro. Segundo ele, já há conversas em andamento com todos os setores envolvidos, e a expectativa é de que, até a segunda quinzena de novembro, um parecer esteja pronto para ser apresentado.

Depoimento de Luiz Gastão

“A iniciativa privada sustenta cerca de 65% a 70% dos empregos formais no Brasil. Pequenas empresas carregam uma grande parcela da força de trabalho, com altos custos de mão de obra e encargos salariais. Enquanto isso, o Judiciário, por exemplo, opera com uma estrutura enxuta. Quem paga essa conta? É preciso enfrentar os privilégios”, declarou o deputado.


Ministra Gleisi Hoffmann e deputada Erika Hilton falam sobre o fim da escala 6x1 (Vídeo: reprodução/Instagram/@hilton_erika)

O texto que defende a redução da jornada para quatro dias de trabalho e três de descanso já conta com o apoio de 171 parlamentares. Ainda assim, deve passar por ajustes, já que o relator estuda incluir a opção de um modelo flexível de jornada, considerando o pagamento proporcional às horas trabalhadas, proposta defendida pela oposição.

Apesar da movimentação política e do tom de urgência dado por parte do Congresso, o tema ainda corre o risco de se arrastar até 2026, especialmente diante das divergências entre empresários e sindicatos.

Opinião do povo paulistano

Uma pesquisa do Instituto Locomotiva, divulgada em 19 de setembro, revelou que 60% dos trabalhadores da cidade de São Paulo preferem ter uma hora livre a mais por dia a receber 10% de aumento salarial. O dado reflete uma mudança importante de mentalidade: mais do que o ganho financeiro, o trabalhador busca hoje uma vida com mais qualidade, tempo e equilíbrio entre carreira e bem-estar.

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