Aqui você fica por dentro de tudo que acontece no Mundo das Celebridades, e do Entretenimento. Somos um site respeitado, completo, informativo sem ser apelativo, e que tem diversidade de assuntos.
Após seis anos longe das passarelas, Freya Dalsjø voltou à Copenhague Fashion Week com uma apresentação que não apenas reafirma sua importância na cena escandinava, mas também enriquece seu vocabulário criativo.Ao escolher uma coleção que ignora a pressa das tendências, a estilista oferece um guarda-roupa cheio de peças duráveis, todas com um toque de rigor artesanal.
Fundada em 2012, a marca se destaca por sua abordagem inovadora e pela seleção cuidadosa dos materiais.Para o verão 2026, a sustentabilidade não aparece como discurso isolado, mas como eixo que sustenta toda a coleção.As peças são compostas por fibras naturais e tecidos excedentes de grifes de luxo, que seriam descartados — política obrigatória entre os participantes do evento dinamarquês, mas que Dalsjø leva além, incorporando inovação estética.
Couro trançado e materiais inusitados elevam o acabamento
O grande destaque da coleção está no couro, que aparece trabalhado com uma técnica própria da marca: tiras finas do material são enroladas, cortadas em diferentes comprimentos e aplicadas de maneira a criar volume e textura.De longe, o resultado lembra pele ou penas — dois materiais proibidos na semana de moda por motivos ambientais, mas evocados aqui de forma engenhosa.
Coleção SS26 de Freya Dalsjø (Foto: Reprodução/Fashion Network)
Coleção SS26 de Freya Dalsjø (Foto: Reprodução/Fashion Network)
Coleção SS26 de Freya Dalsjø (Foto: Reprodução/Fashion Network)
Essa proposta ganha força ao lado de peças em cashmere duplo costurado à mão, sedas estruturadas e materiais menos usuais, como crina de cavalo e madeira.Em vez de soar excessiva, a justaposição dessas matérias resulta em um equilíbrio entre suavidade e rigidez que guia toda a coleção.A marca também incorporou o llacon, tecido artesanal de Hangzhou, na China, em colaboração com a Felefasa.
Paleta contida revela a força de cada textura
Com tonalidades que variam entre marfim, carvão, java e mogno, a paleta aposta na contenção cromática para dar protagonismo à construção das roupas.Em seda, lã ou couro, as silhuetas não se impõem — flutuam.É um exercício de presença silenciosa que amplia a sofisticação da coleção e reafirma o apreço de Dalsjø pela permanência.
Coleção SS26 de Freya Dalsjø (Foto: Reprodução/Fashion Network)
Coleção SS26 de Freya Dalsjø (Foto: Reprodução/Fashion Network)
Coleção SS26 de Freya Dalsjø (Foto: Reprodução/Fashion Network)
Ao invés de simplesmente criar peças para o presente, a marca dinamarquesa se dedica a estabelecer um diálogo com o futuro.Ela propõe roupas que não só têm um apelo visual duradouro, mas que também se destacam pela qualidade dos materiais e pela habilidade artesanal envolvida.O seu retorno ao calendário de Copenhague não é apenas motivo de celebração — é algo essencial.
A Semana de Moda de Copenhague está na sua metade, mostrando à cidade como um verdadeiro polo criativo no mundo da moda.Nesta temporada de primavera-verão 2026, a irreverência nórdica que já esperávamos se manteve firme, mas também trouxe à tona conversas sobre design circular, identidade regional e novas maneiras de produzir.O street style, sempre um termômetro das tendências do evento, mostrou uma fusão entre o minimalismo funcional e toques excêntricos.
Com um calendário que mistura novos talentos e marcas já estabelecidas, a CPHFW decidiu trazer de volta criadores que foram fundamentais para construir sua reputação nos últimos anos.Ao mesmo tempo, grandes estreias mostraram que o evento também funciona como uma plataforma poderosa para marcas do norte europeu que buscam expandir sua presença no cenário internacional.
Propostas autorais, acessórios impactantes e silhuetas que desafiam a lógica tradicional dominaram as passarelas, refletindo um desejo claro por narrativas visuais mais impactantes.
Anne Sofie Madsen retorna com crítica irônica ao gosto burguês
Um dos momentos mais aguardados da temporada foi o retorno da estilista Anne Sofie Madsen ao line-up oficial da semana de moda.Depois de estar fora do calendário por oito anos, a estilista dinamarquesa se juntou à designer Caroline Clante para apresentar uma coleção que pode ser vista como uma crítica afiada ao imaginário burguês da moda europeia.
Coleção SS26 de Anne Sofie Madsen (Foto: Reprodução/Fashion Network)
Coleção SS26 de Anne Sofie Madsen (Foto: Reprodução/Fashion Network)
Coleção SS26 de Anne Sofie Madsen (Foto: Reprodução/Fashion Network)
Em vez de buscar a aprovação fácil, a dupla decidiu explorar o que já é considerado pela atual geração como “mau gosto” como uma forma de arte, trazendo de volta elementos como suspensórios vintage, boinas no estilo dos anos 1940 e vestidos de festa em tule transparente, tudo isso de maneira propositalmente distorcida.
A coleção desafiou as categorias tradicionais ao criar contrastes entre a alfaiataria estruturada e os tecidos fluidos, além de misturar peças de acabamento bruto com vestidos de construção couture.Um dos acessórios que mais se destacou, entretanto, foram as clutchs brilhantes de acabamento prateado em forma de rato, que foi inspirada em uma escultura do artista Esben Weile Kjær.
Coleção SS26 de Anne Sofie Madsen (Foto: Reprodução/Fashion Network)
Coleção SS26 de Anne Sofie Madsen (Foto: Reprodução/Fashion Network)
Coleção SS26 de Anne Sofie Madsen (Foto: Reprodução/Fashion Network)
A provocação era evidente: transformar o feio em algo desejável e ironizar o que normalmente é visto como “chique”.O resultado foi uma coleção que se destacou por sua coesão mas também por sua inquietude e principalmente provocação, exatamente o tipo de atitude que fortalece o papel cultural da moda escandinava.
Rave Review estreia com coleção delicada e impacto técnico
A sueca Rave Review, conhecida por seu trabalho incrível com upcycling e também seu design arrojado, fez sua estreia na CPHFW após várias temporadas em Milão.Essa transição para o calendário escandinavo trouxe uma nova estética: a marca apresentou uma coleção mais sofisticada, com acabamentos elegantes e uma abordagem visual mais fluida.Mas isso não significa que a sustentabilidade foi deixada de lado; ela continua sendo uma prioridade fundamental.Todas as peças foram feitas com tecidos reaproveitados, especialmente deadstock de casas têxteis italianas.
Coleção SS26 de Rave Review (Foto: Reprodução/Fashion Network)
Coleção SS26 de Rave Review (Foto: Reprodução/Fashion Network)
Coleção SS26 de Rave Review (Foto: Reprodução/Fashion Network)
A coleção apostou em volumes inteligentes, com armações internas que acentuavam os ombros e os quadris, mas sem interferir no conforto.As silhuetas se alongavam, trazendo consigo sobreposições inusitadas, como calças oversized combinadas com tops estruturados.A inspiração veio da artista sueca Marie-Louise Ekman e do movimento Mah-Jong, que foi um precursor da moda consciente nos anos 1970.A sofisticação técnica da coleção, junto com seu compromisso ambiental, destaca a Rave Review como uma das marcas mais relevantes do norte europeu atualmente.
Inovação e colaboração internacional renovam vocabulário da passarela
Entre os lançamentos que estão rompendo barreiras geográficas e tecnológicas, a parceria entre a opéraSPORT, Havaianas e a empresa alemã Zellerfeld resultou em um novo modelo de chinelo impresso em 3D, feito com material reciclável e um acabamento orgânico.Embora tenha chamado a atenção do público e se tornado um verdadeiro fenômeno nas redes sociais, esse calçado é apenas um dos muitos exemplos de como a CPHFW está se consolidando como um espaço para inovações em design sustentável.
Coleção SS26 de Opera Sport com Havaianas (Foto: Reprodução/Fashion Network)
Coleção SS26 de Opera Sport com Havaianas (Foto: Reprodução/Fashion Network)
Outras marcas estão se unindo em colaborações para ampliar suas ofertas.Um exemplo é a Sunflower, que criou peças com foco em inteligência climática, e a The Garment, que trouxe tecidos inovadores com tecnologia de rastreabilidade digital.Esses avanços mostram a ambição do evento de ir além da estética, propondo um novo sistema de produção que combina inovação, ética e funcionalidade.
Moda de permanência: o retorno sereno de Freya Dalsjø
Depois de seis anos longe das passarelas, Freya Dalsjø fez um retorno discreto, mas cheio de confiança.A nova coleção é uma verdadeira celebração da permanência, tanto do ponto de vista estético quanto político.Ela traz peças de alfaiataria fluida, com tecidos naturais e um cuidado especial com o trabalho manual.Em vez de seguir as tendências passageiras, a estilista dinamarquesa optou por uma paleta neutra e cortes que valorizam o corpo em movimento.Materiais como cashmere, couro trançado à mão e crina de cavalo foram utilizados em criações que priorizam a durabilidade e a intenção.
Coleção SS26 de Freya Dalsjø (Foto: Reprodução/Fashion Network)
Coleção SS26 de Freya Dalsjø (Foto: Reprodução/Fashion Network)
Coleção SS26 de Freya Dalsjø (Foto: Reprodução/Fashion Network)
A apresentação foi recebida como um alívio em meio à agitação estética dos outros desfiles.Ao trazer uma moda que não precisa de traduções constantes, Dalsjø reafirma a força do trabalho manual e da materialidade consciente.Em um evento marcado por novas formas e discursos, sua proposta se destaca exatamente por não tentar reinventar a roda o tempo todo, mas sim, por se aprofundar.