OpenAI busca vender US$ 6 bilhões em ações para investidores estratégicos

Atuais e ex-funcionários da OpenAI, criadora do ChatGPT, estão em negociações para vender cerca de US$ 6 bilhões em ações da empresa, de acordo com fontes ouvidas pela Reuters na última sexta-feira (15). Entre os investidores que podem participar da oferta, estão empresas que já têm participação na companhia como SoftBank, Thrive Capital e Dragoneer Investment Group.

O movimento surge em um contexto de crescimento acelerado da OpenAI, que está sendo avaliada em US$ 500 bilhões, significativamente acima dos US$ 300 bilhões estimados anteriormente. A valorização reflete tanto o aumento expressivo de usuários quanto a receita da companhia, além da crescente competição por talentos no setor de inteligência artificial.

Segundo a Bloomberg, as negociações continuam em estágio inicial, e o tamanho final da venda pode ser ajustado. A oferta de ações secundária também reforça a posição do SoftBank na liderança da rodada de financiamento primária de US$ 40 bilhões da OpenAI.

Crescimento acelerado impulsionado pelo ChatGPT

O principal motor do crescimento da OpenAI continua sendo o ChatGPT, que atraiu cerca de 700 milhões de usuários ativos semanais em seus produtos até agosto deste ano, um aumento expressivo em relação aos 400 milhões registrados em fevereiro. A receita da empresa também registrou forte expansão: nos primeiros sete meses de 2025, a receita anualizada atingiu US$ 12 bilhões, e a expectativa é que o faturamento alcance US$ 20 bilhões até o fim do ano, segundo dados apurados pela Reuters.


ChatGPT atraiu cerca de 700 milhões de usuários até agosto de 2025 (Foto:reprodução/alexsl/Getty Images Embed)

O apoio financeiro da Microsoft continua sendo um fator estratégico importante, consolidando a posição da OpenAI como líder em inteligência artificial generativa. O interesse de investidores como SoftBank e Thrive Capital demonstra a confiança do mercado no potencial de crescimento da empresa, além de indicar que a demanda por participação em companhias de tecnologia de ponta permanece alta.

Oferta reflete valorização do setor de IA

A venda de ações secundárias não envolve emissão de novas ações, mas permite que funcionários e investidores originais realizem parte de seus ganhos. O movimento também destaca a valorização das startups de inteligência artificial no mercado global, com empresas buscando capturar capital para expansão, recrutamento e desenvolvimento de tecnologias emergentes.

Ainda sem data definida para fechamento do acordo, a transação da OpenAI reforça o cenário de investimento intenso em IA e o interesse contínuo de fundos estratégicos em companhias líderes do setor.

A OpenAI lançou o ChatGPT Agent; um assistente de IA que automatiza tarefas

Na quinta-feira (18) a OpenAI anunciou um novo lançamento: o ChatGPT Agent, a mais nova geração de assistente de inteligência artificial capaz de automatizar tarefas cotidianas. A proposta visa tornar o uso de IA mais prático e eficiente, para ir além das respostas em texto passando a atuar de forma direta em atividades do dia a dia de seus usuários. A empresa afirma que o novo agente tem a capacidade de realizar uma ampla variedade de ações como: fazer compras pela internet, montar apresentações, preencher e enviar relatórios, entre outros. Além disso, usuários poderão contar com agendamento de tarefas recorrentes como, por exemplo, atualizar planilhas semanalmente com dados novos. 

Desafios na segurança

Toda essa inovação representa um grande avanço, mas a OpenAI reconhece que o programa ainda impõe desafios. Isso porque, apesar de ter implementado barreiras de proteção, admite que há riscos, principalmente com relação à navegação na web. Ocorre que páginas mal-intencionadas podem tentar enganar o agente, induzindo-o ao compartilhamento de informações sigilosas ou realizar ações indesejadas. Pensando nisso, a OpenAI garantiu total controle ao usuário sobre a ferramenta, garantindo-lhe o poder de interromper o agente a qualquer momento, fazer ajustes que forem necessários no meio da execução e retomar a tarefa sem perder seu progresso.


Logo OpenAI (Foto: reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)

Disponibilidade e controle

Seguindo o caminho de todas as novidades, o ChatGPT Agent foi liberado primeiro para quem assina o plano ChatGPT Pro, ainda na quinta-feira. Usuários dos planos ChatGPT Plus e Team receberão o acesso dias à frente. Para uma maior segurança, será possível aos usuários apagar o histórico de navegação e encerrar todas as sessões ativas em sites conectados ao agente com apenas um clique. No entanto, os cookies serão armazenados de acordo com as regras de cada site visitado. 

Passos promissores

Vale destacar que o ChatGPT Agent está em fase inicial e, por esse motivo, pode apresentar limitações, como erros em apresentações ou respostas pouco refinadas. A desenvolvedora acredita, no entanto, num aprimoramento gradual, mediante a evolução do equilíbrio entre desempenho e segurança. O lançamento do assistente ocorre em meio a uma fase de expansão agressiva da empresa que só em março deste ano atraiu US$ 40 bilhões em investimentos. É o maior valor, que se tem registro em financiamento, alcançado por uma empresa privada de tecnologia.

 

Parceria entre OpenAI e Microsoft à beira do colapso

A aliança tecnológica mais revolucionária da década aparenta estar entrando em colapso. A OpenAI, criadora do ChatGPT, e a Microsoft, sua principal investidora desde 2019, enfrentam tensões crescentes em negociações que poderão redefinir o curso de ambas as empresas e do mercado de IA.

Origem da crise

A OpenAI deseja formalizar sua transição para uma Corporação de benefício público com fins lucrativos, para viabilizar aportes bilionários (incluindo potencial IPO). Contudo, essa mudança depende da concordância da Microsoft. Sem isso, a OpenAI pode perder até US$ 20 bilhões em investimentos até o final do ano.

A Microsoft, que já injetou mais de US$ 13 bilhões na OpenAI, busca uma participação entre 20% e 49% na nova empresa, além de manter seu atual modelo de participação nas receitas (20%, até US$ 92 bilhões).

Outro ponto crítico envolve a aquisição da Windsurf, startup de IA voltada a codificação (concorrente do GitHub Copilot). A OpenAI quer restringir o acesso da Microsoft à IP da Windsurf, algo que desagrada a gigante de Redmond. O impasse intensificou o atrito.

Além disso, fontes do Wall Street Journal revelam que executivos da OpenAI chegaram a discutir a abertura de uma ação antitruste contra a Microsoft. Essa medida incluiria pedir intervenção de órgãos regulatórios federais e uma campanha pública, cenário que pode abalar a parceria secular.

Riscos e perspectivas de renegociações

Uma ruptura entre elas afetaria o investimento de SoftBank, que comprometeu até US$ 30 bilhões, com risco de o financiamento ser reduzido em US$ 10 bi se o fortalecimento estrutural não ocorrer até o fim do ano. Já do lado da Microsoft, pode haver redução de receitas (caso perca exclusividade sobre modelos), queda na influência na evolução da IA e necessidade de ampliar cooperação com outras plataformas, o que já começou a ocorrer com integração de modelos concorrentes como o Grok da xAI.


União entre OpenAI e Microsoft (Foto: reprodução/Lionel Bonaventure/Getty Images Embed)

Apesar do clima tenso, documentos públicos e fontes oficiais ressaltam que as negociações continuam em um bom estado, com ambas as partes declarando otimismo. No entanto, se não houver um acordo até o fim de 2025, o contrato atual (com validade até 2030) poderá ser desfeito. A Microsoft já sinalizou que pode seguir amarrada ao pacto até lá.

Para a OpenAI, o foco da disputa é a capacidade de operar com independência, continuar adquirindo novos ativos como a Windsurf e diversificar parceiros de infraestrutura (Google Cloud, Oracle, CoreWeave).

Já a Microsoft visa assegurar que terá direitos sobre as novas gerações de IA (incluindo uma eventual AGI), e questões de receita continuadas, além de prioridade estratégica para manter vantagem competitiva.

Então a relação que moldou o cenário da IA moderna está por enfrentar um divisor de águas. De um lado, a OpenAI busca independência, novas fontes de capital e controle sobre sua expansão. De outro, a Microsoft não quer abrir mão de sua posição privilegiada e das receitas geradas. O resultado dessas negociações pode mudar para melhor ou pior a dinâmica do setor de inteligência artificial.

Grandes nomes da OpenAI avaliam acusação contra Microsoft

Executivos da OpenAI estariam considerando formalizar uma acusação de conduta anticompetitiva contra a Microsoft, segundo reportagem publicada pelo Wall Street Journal. A avaliação ocorre em meio a impasses sobre os termos de uma possível reestruturação da OpenAI e os direitos contratuais mantidos pela Microsoft, principal investidora e parceira estratégica da organização.

Conforme a reportagem, membros da alta liderança da OpenAI discutem internamente a possibilidade de levar a questão a autoridades regulatórias federais nos Estados Unidos. A medida incluiria não apenas ações legais, como uma campanha pública que exporia preocupações relacionadas à concentração de poder e à condução das negociações com a Microsoft.

Pontos de conflito nas negociações

Entre os principais pontos de conflito está o controle da Microsoft sobre a hospedagem dos modelos de IA da OpenAI em sua plataforma de nuvem, a Azure. Segundo o WSJ, a empresa deseja manter exclusividade nesse aspecto. Além disso, a Microsoft teria solicitado uma participação acionária de 33% na nova estrutura societária da OpenAI, caso a organização seja convertida em uma “corporation de benefício público”.

Em contrapartida, a Microsoft abriria mão dos lucros futuros provenientes da parceria. No entanto, essa proposta enfrenta resistência interna, especialmente por parte de executivos que defendem maior autonomia da OpenAI na tomada de decisões estratégicas.


Vídeo postado pelo Olhar Digital falando sobre a relação das empresas (Vídeo: reprodução/YouTube/Olhar digital)

Reestruturação da OpenAI e novos modelos jurídicos

A OpenAI atualmente opera sob um modelo híbrido, que combina uma organização sem fins lucrativos com uma unidade de negócios com fins lucrativos limitados. A proposta em discussão prevê a criação de uma entidade de benefício público, com maior ênfase em propósitos sociais, mas sem abdicar da viabilidade comercial.

Essa reestruturação exigiria uma revisão dos contratos existentes e o aval de parceiros estratégicos, entre eles a Microsoft, que mantém diversos direitos exclusivos na operação.

Posição oficial das empresas

Apesar das divergências, Microsoft e OpenAI divulgaram uma nota conjunta nesta segunda-feira (16), informando que as negociações seguem em curso. “Continuamos discutindo com otimismo os próximos passos da nossa colaboração”, diz o comunicado.

Investimentos e dependência tecnológica

A Microsoft realizou seu primeiro investimento na OpenAI em 2019, no valor de US$ 1 bilhão, e aumentou esse aporte para mais de US$ 10 bilhões nos anos seguintes. Em troca, obteve acesso prioritário à tecnologia da empresa, especialmente aos modelos da família GPT, integrando-os ao Microsoft 365, Azure OpenAI Service e outras soluções corporativas.

Paralelamente, a OpenAI tem buscado alternativas para ampliar sua capacidade computacional e reduzir a dependência da infraestrutura da Microsoft, considerando opções como a Google Cloud.

Situação em andamento

Até o momento, não há confirmação oficial de que uma ação legal tenha sido protocolada. As discussões continuam nos bastidores, e os desdobramentos podem influenciar significativamente o mercado de inteligência artificial, especialmente em temas relacionados à concentração de poder e à regulação do setor.

Apple reconfigura corrida da IA: nada de superinteligência foco é no útil e confiável

Enquanto gigantes da tecnologia travam uma disputa bilionária para desenvolver a chamada “superinteligência artificial”, uma IA com capacidades comparáveis ou superiores às humanas (algo que revolucionaria o mundo), a Apple resolveu seguir por outro caminho. E, ao que tudo indica, esse caminho faz a empresa passar por um processo quase que oposto das Bigs Techs.

Durante a WWDC 2025, a Apple não apenas apresentou sua nova base de recursos baseados em IA, batizada de Apple Intelligence, que como outros produtos a Apple também pôs um nome próprio para a dela, como também deixou clara sua posição: o futuro da inteligência artificial, segundo a empresa, não está em cérebros artificiais que dominam tudo, mas sim em soluções pontuais, confiáveis e discretas.

Nada de super-IA e com motivo

Ao contrário de empresas como OpenAI e Google, que apostam em modelos cada vez maiores, mais caros e potencialmente mais problemáticos. A empresa desenvolveu seus próprios modelos menores, capazes de rodar diretamente nos dispositivos dos usuários, como iPhones, iPads e Macs, sem depender da nuvem para cada interação.

Segundo especialistas da própria companhia, a escolha está ligada a uma questão de responsabilidade. Modelos gigantescos ainda cometem erros frequentes, conhecidos como alucinações, que comprometem a confiança na tecnologia. Para uma marca tão centrada em reputação e controle da experiência do usuário, depender de uma IA instável seria um risco desnecessário, que no momento a empresa, não vê o porquê de correr.


Postagem sobre inteligência artificial da Apple (Vídeo: reprodução/Instagram/@tecmundo)

Uma IA mais parecida com a Apple

A estratégia da Apple se parece muito com o que a empresa sempre se propôs a fazer e adotou como identidade da empresa: controle total sobre hardware e software, foco em privacidade e uma experiência previsível para o usuário. A Apple Intelligence segue esse princípio ao combinar:

Como o mercado irá lidar com isso

A reação inicial tem sido positiva. Desenvolvedores elogiaram o equilíbrio entre autonomia do dispositivo e integração com serviços externos. Já investidores enxergam na estratégia da Apple uma maneira de avançar em IA sem se envolver nas polêmicas éticas, legais e técnicas que acompanham os grandes modelos.

A decisão da Apple de não investir no desenvolvimento de uma “super-IA” própria levanta questionamentos sobre sua posição estratégica no atual cenário da inteligência artificial. Enquanto parte do setor avança em direção a modelos cada vez mais complexos e generalistas, a empresa adota uma abordagem distinta, baseada em soluções especializadas e integradas. Esse contraste deverá ser amplamente analisado por especialistas e veículos de imprensa nos próximos meses.