Apple reconfigura corrida da IA: nada de superinteligência foco é no útil e confiável

Apple muda postura sobre sua inteligência artificial e quebra expectativas tanto do público quanto da grande mídia

11 jun, 2025
Imagem de uma das lojas da Apple, com logo especial |
reprodução/X/@luoling8192
Imagem de uma das lojas da Apple, com logo especial | reprodução/X/@luoling8192

Enquanto gigantes da tecnologia travam uma disputa bilionária para desenvolver a chamada “superinteligência artificial”, uma IA com capacidades comparáveis ou superiores às humanas (algo que revolucionaria o mundo), a Apple resolveu seguir por outro caminho. E, ao que tudo indica, esse caminho faz a empresa passar por um processo quase que oposto das Bigs Techs.

Durante a WWDC 2025, a Apple não apenas apresentou sua nova base de recursos baseados em IA, batizada de Apple Intelligence, que como outros produtos a Apple também pôs um nome próprio para a dela, como também deixou clara sua posição: o futuro da inteligência artificial, segundo a empresa, não está em cérebros artificiais que dominam tudo, mas sim em soluções pontuais, confiáveis e discretas.

Nada de super-IA e com motivo

Ao contrário de empresas como OpenAI e Google, que apostam em modelos cada vez maiores, mais caros e potencialmente mais problemáticos. A empresa desenvolveu seus próprios modelos menores, capazes de rodar diretamente nos dispositivos dos usuários, como iPhones, iPads e Macs, sem depender da nuvem para cada interação.

Segundo especialistas da própria companhia, a escolha está ligada a uma questão de responsabilidade. Modelos gigantescos ainda cometem erros frequentes, conhecidos como alucinações, que comprometem a confiança na tecnologia. Para uma marca tão centrada em reputação e controle da experiência do usuário, depender de uma IA instável seria um risco desnecessário, que no momento a empresa, não vê o porquê de correr.


 

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Postagem sobre inteligência artificial da Apple (Vídeo: reprodução/Instagram/@tecmundo)

Uma IA mais parecida com a Apple

A estratégia da Apple se parece muito com o que a empresa sempre se propôs a fazer e adotou como identidade da empresa: controle total sobre hardware e software, foco em privacidade e uma experiência previsível para o usuário. A Apple Intelligence segue esse princípio ao combinar:

Como o mercado irá lidar com isso

A reação inicial tem sido positiva. Desenvolvedores elogiaram o equilíbrio entre autonomia do dispositivo e integração com serviços externos. Já investidores enxergam na estratégia da Apple uma maneira de avançar em IA sem se envolver nas polêmicas éticas, legais e técnicas que acompanham os grandes modelos.

A decisão da Apple de não investir no desenvolvimento de uma “super-IA” própria levanta questionamentos sobre sua posição estratégica no atual cenário da inteligência artificial. Enquanto parte do setor avança em direção a modelos cada vez mais complexos e generalistas, a empresa adota uma abordagem distinta, baseada em soluções especializadas e integradas. Esse contraste deverá ser amplamente analisado por especialistas e veículos de imprensa nos próximos meses.

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