Na operação realizada na terça-feira (28), no Complexo da Penha e do Alemão, quase 100 fuzis foram apreendidos, dentre eles, armas do exército de alguns países da América do Sul, como a Venezuela, Argentina e Peru.
O delegado Vinicius Domingos, da Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos, afirmou que a apreensão de armamentos de exércitos de outros países da América do Sul chamou a atenção, apesar de ser algo comum nas operações contra o crime organizado no Brasil.
Os detalhes do arsenal apreendido
Os detalhes de algumas armas do arsenal apreendido contribui para que a polícia entenda a verdadeira dimensão do poder de fogo de facções, como o Comando Vermelho, e as ligações com organizações de outros estados do Brasil, bem como de outros países.
As armas passarão por perícia para identificar seus fornecedores e rotas de entrada, as que estiverem em condições de uso poderão ser reutilizadas pela polícia.
De acordo com as investigações, muitos armamentos trazem identificações como: iniciais e desenhos que fazem referência a grupos criminosos e apelidos de traficantes.
Armas apreendidas na megaoperação do Rio (Vídeo: reprodução/YouTube/@BrasilUrgente)
“Uma das imagens faz referência ao bonde do Panda, que é um dos criminosos lá do Complexo do Alemão.”, afirmou o delegado Domingos, ao relatar um exemplo desta conexão.
O aumento do número de apreensões de armas
Os fuzis apreendidos refletem também na marca histórica de aumento de apreensões no Rio. Segundo o Instituto de Segurança Pública, de janeiro a setembro foram 573 apreendidos pela polícia, a maior marca desde 2007.
No mesmo período, em todo o Brasil, foram 1.471 fuzis apreendidos, sendo 40% apenas no Rio de Janeiro. Em média, a cada cinco fuzis apreendidos no país, dois são no Rio.
A Polícia Federal investiga quadrilhas que fabricavam armas para facções do Rio. Há duas semanas, a Polícia prendeu dois integrantes de um grupo que produzia e vendia por volta de 3.500 fuzis por ano para abastecer criminosos do Complexo do Alemão e da Rocinha.
