Na última segunda-feira (23), a Spotify Technology anunciou que pretende reduzir em 6% seu número de funcionários, ou seja, cerca de 600 empregados perderão seus cargos. A plataforma também afirmou que Dawn Ostroff, vice-presidente de conteúdo e publicidade, deixará a empresa, como parte da reorganização.
Até 30 de setembro, a empresa contava com cerca de 9.800 funcionários. Agora com as demissões, espera-se cortar as despesas em 45 bilhões de euros. No início de outubro de 2022, a Spotify anunciou que estava desacelerando as contratações e ao longo do ano passado, as ações da plataforma acumularam uma queda de mais de 50%.
Nos primeiros dias de janeiro, a Alphabet e a Microsoft também anunciaram reduções em seus quadros de funcionários. Nos últimos 3 meses, as "Big Techs" já demitiram mais de 50 mil trabalhadores: o Twitter cortou 3.700 funcionários, a Meta, 11 mil, a Microsoft, 10 mil, a Amazon demitiu 18 mil funcionários e a Alphabet, 12 mil.
A queda das grandes empresas de tecnologia. (Foto: Reprodução/G1)
Em 1 ano, as "Big Techs" (formada por empresas como Apple, Microsoft, Meta, Amazon e Alphabet) perderam cerca de 4 trilhões de dólares em valor de mercado. A grande responsável por esse cenário negativo é a inflação alta nos Estados Unidos, que além de impactar as vendas, faz com que as empresas diminuam os gastos com publicidade. Isso os afetam, pois a maioria dessas "Big Techs" dependem de anúncios e propagandas.
Outro fator relevante é a pandemia. Durante o isolamento social, em que os estudos e trabalhos passaram a ser de forma remota, o comércio eletrônico elevou a receita dessas empresas. Assim, muitos acreditaram que o cenário permaneceria o mesmo, mas não foi o que aconteceu.
Arthur Igreja, especialista em tecnologia e inovação, afirmou ao G1 que, “muitas dessas empresas cresceram em 2020, e aí depois houve a queda. No auge da pandemia, a digitalização aumentou. Todo mundo estava em casa, muitos recebem auxílio do governo, e as pessoas gastaram mais online. As big techs precisavam de pessoas para suportar a demanda, mas esse crescimento não se manteve após a flexibilização do isolamento causado pela COVID”.
Foto Destaque: Spotify. Reprodução/Dado Ruvic/Folha de São Paulo