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Proantar retoma as pesquisas na Antártica depois de quase dois anos suspensos

Depois de quase dois anos suspensos por conta da Covid-19, o Programa Antártico Brasileiro volta a fazer pesquisas no continente gelado. A viagem durou 17 dias.

26 Dez 2021 - 15h57 | Atualizado em 26 Dez 2021 - 15h57
Proantar retoma as pesquisas na Antártica depois de quase dois anos suspensos Lorena Bueri

Em 1982 foi criado o Programa Antártico Brasileiro (Proantar) que tem como objetivo levar pesquisadores para a Antártica. Os trabalhos dos pesquisadores são desenvolvidos em acampamentos, navios e estações.

Entre muitos de seus objetivos também está: promover pesquisa diversificada, de alta qualidade, com referência a temas antárticos relevantes; e promover a presença brasileira na Antártica, demonstrando o firme interesse do Brasil naquela região.

Depois do Programa ser suspenso em março de 2020, devido à Covid-19, os pesquisadores brasileiros retomam as pesquisas na Antártica. Os 11 pesquisadores voltaram ao continente para passar o fim de 2021 em meio as geleiras do polo Sul em uma sensação térmica de -18ºC e ventos de até 120km/h.  


Pesquisadores do projeto. (Foto:Reprodução/Lorena Peixoto/G1).


O biólogo e professor do Programa, Marcelo Henrique Soller Ramada, diz que busca saber sobre a existência de musgos na Antártica. O biólogo completa: “Queremos entender a formação genética desses musgos, a composição do DNA, e o que produzem para sobreviver em um ambiente tão hostil.” 

Marcelo Henrique acredita que esse grupo vegetal pode ajudar a criar novos medicamentos, permitir o cultivo de alimentos mais resistentes ao frio e até mesmo cosméticos. De acordo com o pesquisador, ele acredita que: “De que forma esse gene pode ser usado para o benefício humano? Se é para gerar uma nova molécula anticâncer, um antibiótico, ou quem sabe um tipo de protetor solar? Os musgos ficam expostos ao Sol o tempo todo e têm que produzir algo para não se ‘queimarem’.” 

O objetivo deles é aproveitar essa viagem no início do verão no continente, porque parte do gelo descongela nesta época quente. Os pesquisadores contam: “Em alguns pontos, a neve acumulada chega até a altura da cintura.” 

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Por fim, Marcelo Henrique conta: “Nem sempre vai ter Sol, mas tem luminosidade o dia inteiro. Como a região está mais próxima do polo Sul, na latitude de 62º sul, os dias são mais longos. À 1h08 da última segunda-feira (20), no solstício de verão, ainda tinha Sol.” Ao todo, a viagem dos pesquisadores durou 17 dias. E o grupo passou por 10 dias de quarentena e uma série de testes para que nenhum deles estivesse contaminado pela Covid-19. A viagem de volta está marcada para 15 de fevereiro.  

Foto Destaque: Pesquisadores do Programa Antártico Brasileiro. Reprodução/Edson Vandeira/Arquivo pessoal/G1.

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