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‘Marighella’ militante e parte da história do Brasil

Marighella chega para o público brasileiro no próximo ano. Após vários impasses, finalmente a história do guerrilheiro poderá ser conferida.

06 Nov 2020 - 15h58 | Atualizado em 06 Nov 2020 - 15h58
‘Marighella’ militante e parte da história do Brasil Lorena Bueri

Marighella ganhou data de lançamento e trailer após vários empasses para sua divulgação. O longa dirigido por Wagner Moura, chega para o público no dia (14) de abril de 2021. O filme conta a história dos últimos cinco anos do político e guerrilheiro, de 1962 a 1969, quando morreu alvo de uma emboscada.


 

Wagner Moura dirige o longa estrelado por Seu Jorge e no elenco Bruno Gagliasso. (Foto: Reprodução/REUTERS/Hannibal/Hanschke/Estadão)


Produzido em 2017, o longa enfrentou algumas batalhas locais para chegar ao público. É no mínimo curioso os impasses impostos pela Ancine. Primeiro, tiveram um pedido de reembolso negado: a O2 Filmes solicitou para a Agência ressarcimento de R$ 1 milhão gastos na produção. A negativa do pedido foi porque a receita já estava incluída no projeto aprovado, segundo a Ancine. No entanto, agradou outros como Carlos Bolsonaro, que comemorou no Twitter.

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O segundo "não" veio da morosidade dos trâmites impostos pela Agência. A produtora fez o pedido de liberarem dinheiro antes da assinatura efetiva do contrato, pois a demora no processo atrapalhava sua distribuição. Anteriormente, a data prevista do lançamento era em novembro de 2019, o que não aconteceu. Entretanto, o longa viajou mundo afora e participou de diversos festivais. Inclusive, foi aplaudido de pé no Festival de Berlim.

Tantos percalços podem ter fundamentos. O governo brasileiro tem olhado fixamente para a Agência e como, Bolsonaro exprimiu seu desejo de colocar “filtros” nas aprovações da Ancine, isso pode mudar um pouco o processo atual. Inclusive, ele revelou caso isso não funcione, pode extinguir ou privatizar a Agência.

Atualmente, a execução orçamentária das produções é feita pelo Fundo Setorial Audiovisual, o FSA. Porém, há um desenho que esse bastão passe para as mãos do Ministério da Cidadania e que a Agência se transforme em apenas uma reguladora. Seria um flerte com a censura?

Depois de críticas do governo sobre o filme de Bruna Surfistinha alegando ‘fins pornográficos’, a falta de retorno de investimento e possíveis imposições  esquerdistas nas produções, é possível que haja uma pressão política na Ancine.


Carlos Marighella foi preso duas vezes durante sua vida política. (Foto: Reprodução/Comissão da Verdade SP/Brasil de Fato)


Por conta dessas tensões, muitas especulações surgiram. No entanto, o longa, independente do seu lado político, mostra um pedaço da história brasileira. Marighella nasceu em 1911, largou os estudos da faculdade para se tornar um militante, foi preso e torturado duas vezes, foi eleito deputado pela Assembleia Nacional Constituinte. Opositor do governo Getúlio Vargas e Estado Novo. Fundou a ALN – organização comunista que usava guerrilha urbana.

Símbolo da esquerda e resistência, indo contra os militares e sendo o desgosto da direita. Sua vida encerrou após uma emboscada. A história de Marighella se entrelaça nas peças de formação da democracia e entrou no imaginário das pessoas. O filme é estrelado por Seu Jorge, Bruno Gagliasso, Luiz Carlos Vasconcellos, Herson Capri, Humberto Carrão e Adriana Esteves.


Vídeo: (Reprodução/YouTube)


O cinema é democrático - ou ao menos tenta e por isso, figuras como essa precisam ser conhecidas para que haja debates e discussões. Ideias sejam rebatidas e fomentar o pensamento crítico. Em tempos de polarização acentuada, ver apenas o que é belo e de fácil digestão não exercita o que mais precisamos hoje: a opinião.  Mas uma opinião centrada, embasada e livre de censuras políticas. Pode ser que ele não seja aplaudido de pé novamente, nem tampouco só aplaudido, mas certamente faz parte de um dos milhares de quebra-cabeças que permeiam a democracia brasileira.

(Foto Destaque: Marighella. Reprodução/Revista Veja)

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