A conscientização a respeito do impacto negativo da pecuária no clima tem feito com que marcas se mobilizem na busca por materiais que sirvam como alternativa ao couro animal. Em novembro deste ano, a estilista Stella McCartney se juntou aos líderes mundiais na COP26, realizada em Glasgow, na Escócia, e levantou a bandeira contra o uso do couro animal na indústria da moda. O mylo esteve entre as soluções propostas por McCartney, um tipo de couro fabricado a partir de fungos. Utilizado nas peças da estilista desde 2017, o material é produzido pela empresa Bolt Threads.
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De acordo com um relatório publicado pela consultoria Statista, itens feitos de couro animal corresponderam a 15%, 48 bilhões de dólares, das peças de luxos que foram vendidas em 2019. Neste ano, a grife francesa Hermès, que é famosa por suas bolsas, anunciou que substituiria o material pelo sylvania, um couro de cogumelos desenvolvido em parecia com a MycoWorks. A promessa era que até o final deste ano a bolsa Victoria seria produzida com matéria-prima 100% vegana.
Peças de mylo criadas pela estilista Stella McCartney (Foto: Reprodução/Stella McCartney)
Marcas brasileiras também têm procurado por soluções que sejam mais sustentáveis. Na última temporada da São Paulo Fashion Week, por exemplo, a P. Andrade desfilou uma nova versão da Tabi, bota originalmente lançada em 1988, sendo que o diferencial do sapato repaginado ficou por conta da divisão entre os dedos que é feita de fibra de cacto, um material importado do México. Será possível adquirir a bota Tabi a partir do primeiro semestre de 2022.
Pedro Andrade, cofundador e designer da P. Andrade, conta que a desde o seu começo a marca tem se reunido com fabricantes, cientistas e engenheiros têxteis, com o objetivo de encontrar novos caminhos dentro do mercado da moda. Aqui no Brasil, além da fibra de cacto também estão disponíveis materiais desenvolvidos a partir de soja e rosas, milho e banana.
Foto destaque: Príncipe Charles e Stella McCartney na COP26. Reprodução/Stella McCartney