Em alguns minutos a pessoa que decide parar de fumar e começa a sentir os benefícios: Após 20 minutos, a pressão sanguínea é normalizada; após duas horas, não há nicotina circulando em seu sangue; e, após um ano, o risco de morte por infarto do miocárdio se reduz à metade. Assim, aqui, indicaremos o caminho para essa decisão de forma acessível e barata.
Em tempos de pandemia, parar de fumar impacta positivamente, reduzindo as chances de evolução para quadros graves da covid-19, mas, sabemos que parar de fumar pode não ser uma tarefa fácil. O tabagista não é alguém “sem força de vontade", ou “que não deixa de fumar porque não quer". Conforme descreve o Instituto Nacional do Câncer (Inca), quem fuma sofre de dependência química. Ele se defronta com desconfortos físicos e psicológicos trazem sofrimento e que podem impor a necessidade de várias tentativas até o abandono do tabaco.
Entender o que acontece com o tabagista e suas tentativas de parar de fumar é fundamental para que se possa ter a real dimensão do problema. Nesse sentido, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para o tabagismo. É só você procurar o serviço ser integrado ao programa.
Minas Gerais
Um exemplo é Minas Gerais, onde por meio do Programa Estadual de Controle do Tabagismo, do SUS oferece tratamento em mais de 600 municípios. Com suporte de profissionais de saúde qualificados, o serviço é oferecido prioritariamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
O tratamento consiste no aconselhamento terapêutico estruturado de abordagem intensiva, com a possibilidade de utilização de medicamentos, mediante avaliação clínica individual do paciente. “A pessoa que busca por ajuda será acolhida por profissionais da UBS, onde vai passar por uma avaliação clínica e ser orientada sobre os riscos do tabagismo, os benefícios de se parar de fumar, e sobre as estratégias para lidar com esse processo”, observa a coordenadora de Programas de Promoção da Saúde e Controle do Tabagismo da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), Nayara Resende Pena. “Na sequência será encaminhada para o tratamento, por meio da participação em sessões periódicas que vão ajudá-la na mudança do comportamento. Quando for necessário, há também o apoio medicamentoso, de forma associada”, descreve.
Tratamento
O tratamento consiste em orientar os pacientes, fornecer informações necessárias para que ele possa lidar com a síndrome da abstinência, dependência psicológica e os condicionamentos associados ao ato de fumar, além de apoiá-lo nesse processo. Vale destacar que, durante a pandemia, os atendimentos têm sido realizados pelas equipes de saúde de forma on-line ou individual.
O usuário que demonstre interesse em parar de fumar deverá entrar em contato com a Secretaria de Saúde da sua cidade para ser informado as unidades que oferecem o tratamento do tabagismo pelo SUS local.
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Gratuito: pare de fumar em tratamento de excelência (Foto: Reprodução/Agência Brasil)
Ações localizadas
Por meio da coordenação estadual do Programa de Controle do Tabagismo, a SES-MG atua apoiando e fomentando a disponibilidade do tratamento do tabagismo nos municípios de forma a subsidiar que essa ação seja constante nos territórios. “Ações de qualificação dos profissionais de saúde para o atendimento a pacientes e disponibilidade do tratamento do tabagismo são constantes, além da distribuição de insumos e materiais de apoio técnico”, explica a coordenadora Nayara Pena. O Programa Estadual de Controle do Tabagismo atua também na prevenção da iniciação ao tabagismo, no desenvolvimento de campanhas educativas, na proteção do fumante passivo e no apoio a medidas regulatórias.
Queda do atendimento
Dados do Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT) indicam uma redução de 66% no número de fumantes em tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS), durante o ano de 2020 em relação a 2019. Entre as regiões brasileiras, a maior queda provocada pela pandemia foi no Sudeste, com 68%. A região Nordeste registrou 66%, seguida do Centro Oeste (63%), Sul (62%) e Norte (59%).
De acordo com a psicóloga Vera Borges, da Divisão de Controle do Tabagismo do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a pandemia interferiu diretamente no tratamento desses pacientes, que deixaram de ir aos hospitais. “Com as unidades de saúde atendendo quase que exclusivamente casos de Covid-19, algumas pessoas evitaram a ida e a permanência em instituições de saúde”, apontou.
A expectativa da instituição é de que o número de atendimentos aos tabagistas no SUS seja ampliado e volte ao patamar anterior à pandemia. O relatório produzido pelo Inca revela ainda que, apesar da pandemia, cerca de 68 mil tabagistas procuraram atendimento no início do ano passado em todo país.
Foto destaque: Gratuito: pare de fumar em tratamento de excelência. Reprodução/Agência Para.