Saúde

Fiocruz: Vacinação de crianças e em regiões remotas é manobra estratégica

Estudo elaborado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) afirma que a vacinação em regiões remotas e de crianças é estratégica. Pesquisa foi publicada em revista científica.

22 Dez 2021 - 19h57 | Atualizado em 22 Dez 2021 - 19h57
Fiocruz: Vacinação de crianças e em regiões remotas é manobra estratégica Lorena Bueri

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) divulgou nessa terça-feira (21) um estudo mostrando que a vacinação de crianças e pessoas que vivem em locais remotos é um plano crucial para o avanço da vacinação contra a covid-19.

De acordo com o documento, a porcentagem mais atualizada de brasileiros que podem se vacinar (considerando todos os indivíduos com idade acima de 11 anos) é cerca de 85%. Entretanto, os especialistas apontam para o ritmo desacelerado, desde setembro, da imunização em território brasileiro. Além disso, dois meses após o dia 9 de outubro a regularidade diminuiu ainda mais, beirando o zero, próximo de 0,08% por dia.

Os pesquisadores afirmam que essa realidade indica que a vacinação está chegando ao limite, com 74,95% da população que tomou a primeira dose do imunizante.

Segundo o estudo, uma das alternativas para contornar esse cenário é a ampliação das faixas etárias selecionáveis à vacinação, com a imunização de crianças e elaborar novos métodos para a campanha alcançar a população localizada em regiões remotas. Pesquisadores afirmam que o motivo da estagnação está ligada mais à dificuldade de acesso do que à recusa em tomar a vacina.

Recentemente,  nessa quinta-feira (16), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu sinal verde para a utilização da vacina produzida pela Pfizer-BioNTech em crianças de 5 aos 11 anos. 


Vacinação em crianças é estratégica. (Foto: Reprodução/Camila Batista)


Já nessa sexta-feira (17) o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu o prazo de 48 horas para que o governo federal manifeste-se a respeito da atualização do Programa Nacional de Imunização com o acréscimo da vacinação em crianças (com idade de 5 a 11 anos). Segunda-feira, o prazo foi adiado  até o dia 5 de janeiro.

O Ministério da Saúde informou, no último fim de semana, que a decisão sobre a vacinação contra a covid-19 em crianças irá ocorrer em 5 de janeiro. Porém, antes disso, o assunto será debatido por uma audiência pública.

Mesmo com a autorização da Anvisa para a aplicação do imunizante da Pfizer em crianças, por enquanto não há expectativas para o início da vacinação de tal público no Brasil. Caso o Ministério da Saúde inclua essa faixa etária no Programa Nacional de Imunização no ano que vem, a farmacêutica Pfizer, de acordo com a pasta, irá fornecer as doses específicas para o grupo. 

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A análise da Fiocruz teve como período de referência a Semana Epidemiológica 47 (última semana de novembro) e evidencia uma desigualdade nacional quanto ao Norte e Nordeste. As duas regiões apresentam as piores coberturas, de ambas as doses. Um dos motivos, que explica a baixa cobertura, está relacionado ao fato de a população do Norte ser mais jovem. 

O estudo frisa que a estratégia de imunização como forma de abrandar a pandemia tem funcionado tanto no Brasil como no mundo. Quanto à vacinação infantil, a pesquisa informa da existência de imunizantes com eficácia garantida para tal grupo e análises de segurança  apontam que a utilização é possível.

 

Foto Destaque: Garoto sendo vacinado. Foto: Reprodução/iStock

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