Atualmente, muito se fala sobre como o consumo de alimentos processados pode ser altamente prejudicial à saúde, principalmente ao se comparar com os naturais. A verdade é que o processamento de alimentos é algo presente na vida do ser humano há, pelo menos, 400 mil anos, sofrendo constantes mudanças com o passar do tempo, evoluindo juntamente a civilização humana.
Inicialmente, técnicas como o salgamento, a pasteurização eram utilizadas como formas de prolongar a durabilidade dos alimentos e adicionar mais sabor. Dessa forma, os seres humanos foram capazes de passar por longas viagens, além de sobreviverem a longos períodos de frio, já que era possível armazenar os alimentos por mais tempo. Um exemplo prático disso foi a utilização da água com gás nas viagens marítimas no século 18, que eram conhecidas por serem extremamente lentas e longas. Desse modo, a água armazenada nas embarcações ficava semanas ou meses no porão, apodrecendo e adquirindo gostos terríveis. Sendo assim, o 4º Conde de Sandwich buscou ajuda do químico Joseph Priestley que desenvolveu um método para produzir a água com gás, chamada por ele de água medicinal. Tal produto foi um sucesso entre os europeus, principalmente a água tônica com quinino, amplamente consumida a partir de meados do século 19.
(Foto: Reprodução/ Patrick Hofrichter)
Com o passar do tempo, a sociedade foi criando demandas por alimentos com mais sabores, cheiros e cores. Os fabricantes de águas gaseificadas, por exemplo, buscaram sempre sabores mais exóticos, como as bebidas estimulantes e cafeinadas com extratos das nozes de cola. Isso mostra que a motivação inicial do processamento de alimentos foi mudando ao longo do tempo. O que antes partia de uma necessidade, agora passa a ser movido por questões estéticas, de prazer.
Atualmente, temos os chamados “alimentos ultraprocessados” que possuem alta adição de açúcares, gorduras, substâncias sintetizadas, conservantes. De um modo geral, esse tipo de alimento possui pouca composição nutricional, com alto índice calórico, sendo pouco benéfico para a saúde do consumidor.
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“O problema quando você pensa sobre essas substâncias é que isoladamente elas não adicionam nada particularmente nutritivo à comida. O alimento é mais do que a soma dos nutrientes que ele contém. Não há antioxidantes e fitoquímicos que encontramos em alimentos integrais, se eles são retirados no processamento”, diz Priscila Machado, Nutricionista de saúde pública da Universidade Deakin, em Geelong, na Austrália.
Além da quantidade excessiva de açúcar e gorduras não saudáveis, esses alimentos recebem aditivos que, mesmo sendo de uso legalizado, possuem efeitos duvidosos na a saúde dos consumidores a longo prazo.
Foto destaque: Reprodução/ pixabay/ Tama66