Recentes pesquisas, realizadas por pesquisadores brasileiros, identificaram que o vírus sincicial respiratório, pode ser combatido através de um composto da microbiota no trato intestinal, que pode impactar o aparecimento de doenças respiratórias como a bronquiolite, muito comum em bebês de até dois anos de idade. Esse vírus é responsável por uma estimativa de mortes de aproximadamente 100 mil por ano.
O artigo propõe que uma bactéria do intestino produz um ácido graxo de cadeia curta, o acetato, capaz de tratar o vírus e diminuir as consequências dele. Desse modo, abre portas para um tratamento que não existe ainda para o VSR.
Atualmente, os médicos acompanham o quadro e tentam diminuir os sintomas e consequências, enquanto o próprio organismo da criança combate à doença. Em casos de bebês prematuros, recomenda-se o uso de um anticorpo monoclonal palivizumabe, só que é um tanto quanto fora da realidade para o bolso da maioria da população. O acetato, por outro lado, possui um baixo custo de produção e, portanto, para compra também.
A pesquisa recrutou 30 crianças internadas com idade de até 12 meses, internadas no hospital São Lucas, todas com o vírus sincicial respiratório. Dessas, 17 tiveram fezes coletadas e estimou-se que quanto maior a concentração do ácido graxo, menor era a gravidade do quadro infeccioso.
Monitor de hospital (Foto: Reprodução/ Pixabay)
Além disso, foram coletadas células do trato respiratório das crianças infectadas, e posteriormente tratadas com o acetato. Novamente o teste se mostrou efetivo com a redução da carga viral e uma maior ativação das moléculas antivirais.
Como era de se esperar, a equipe tentou o mesmo composto para combater o vírus do COVID 19, porém não houve observação positiva. Por ser um vírus diferente, as ativações deles no trato respiratório também são distintas, por isso o acetato não consegue combater o SARS-COV-2 e não impede a sua ação.
Foto Destaque: Imagem de vírus. Reprodução/ Pixabay.