Saúde

Veja os perigos de armazenar drogas no organismo

Além de correrem risco de morte, os traficantes (mulas) que transportam drogas no estômago, reto e vagina têm desmaios e convulsões devido ao rompimento das cápsulas

24 Nov 2023 - 16h18 | Atualizado em 24 Nov 2023 - 16h18
Veja os perigos de armazenar drogas no organismo Lorena Bueri

O tráfico internacional de drogas recorre a uma tática perigosamente audaciosa para driblar a fiscalização policial nos aeroportos. Utilizando as chamadas “mulas”, pessoas incumbidas de transportar narcóticos dentro de seus próprios corpos, os traficantes internacionais buscam infiltrar substâncias proibidas em territórios estrangeiros.

No entanto, a ingestão de cápsulas de cocaína ou a inserção das mesmas na vagina e no reto são métodos repletos de perigos, trazendo consigo uma série de riscos à saúde. Estes incluem convulsões, desmaios provocados pela dor intensa, intoxicação, ruptura de órgãos internos e, em casos extremos, até mesmo a morte.

Em São Paulo um homem foi detido, na última quinta-feira (23), por treinar mais de 30 "mulas" incumbidas de engolir drogas para transportá-las à Europa.

Na semana anterior, em 14 de novembro, seis passageiros nigerianos também foram presos no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, portando cápsulas de cocaína em seus estômagos.

Risco de rompimento

A farmacêutica e especialista em toxicologia pela Universidade de São Paulo (USP), Paula Carpes Victório, detalha que as drogas geralmente são envolvidas em material plástico, seja em várias cápsulas ou pequenos sacos.

Estes invólucros são gradualmente ingeridos para permanecerem no estômago durante a viagem, ou então são inseridos na vagina ou colocados no reto.


Passageiros em aeroporto (Foto: reprodução/Pixabay/Rudy and Peter Skitterians).


No entanto, o ácido clorídrico secretado pelo estômago para a digestão dos alimentos representa um fator crucial. Victório destaca que esse ácido, de elevada intensidade, provavelmente corroerá o plástico que envolve a droga. O risco de rompimento é minimizado, mas existe.

A especialista alerta ainda para o fato de que as partes do corpo naturalmente contraídas, seja por surpresa, ao caminhar ou ao sentar, podem ocasionar o rompimento dos invólucros, resultando em lesões.

No caso de rompimento, ocorre a liberação de uma quantidade significativa de entorpecentes no organismo. A substância é absorvida pela mucosa (do estômago, vagina ou reto), irrigada por vasos sanguíneos, chegando ao sistema circulatório.

Os sintomas de overdose variam conforme o tipo de substância, podendo incluir convulsões, hemorragias e até mesmo morte instantânea.

Dores intensas

Mesmo se as cápsulas permanecerem intactas, as ‘mulas’ podem enfrentar dores intensas no estômago, desmaios, vômitos, sangramentos e cólicas severas.

Os tratamentos possíveis variam de lavagem hospitalar estomacal e intestinal, remoção por endoscopia, uso de carvão ativado para controlar a chegada da droga à corrente sanguínea, remoção manual via vagina ou ânus.

A cirurgia imediata é uma opção de último recurso, de alto risco, especialmente quando o estômago ou outro órgão já foi perfurado. A probabilidade de óbito antes ou durante esses procedimentos é significativa.

Perigos extremos

Para além dos riscos à saúde, os ‘mulas’, termo atribuído aos traficantes que transportam drogas internamente, enfrentam perigos extremos.

Engolir cápsulas de drogas, frequentemente envolvidas em preservativos ou balões para evitar detecção durante as verificações de segurança, acarreta riscos graves.

Estes incluem intoxicação aguda, obstrução intestinal, perfuração do trato gastrointestinal e infecções graves.

Riscos à saúde

Os "mulas" também suportam dores excruciantes e desconforto físico extremo durante o processo de ingestão e na recuperação das cápsulas, seja por meios naturais ou cirúrgicos.

Além dos riscos à saúde, enfrentam graves consequências legais, incluindo longas penas de prisão em caso de detecção.

Assim, embora possa parecer uma maneira aparentemente fácil de ganhar dinheiro, os riscos associados ao tráfico interno de drogas são vastos e potencialmente fatais.

Foto destaque: Imagens de raio-X revelam a perigosa realidade do tráfico de droga (Reprodução/G1). 

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