Nesta sexta-feira (26), médicos britânicos divulgaram as primeiras fotografias de um homem recebendo um imunizante que pode diminuir a recorrência do melanoma, um tipo de câncer, em pacientes que já lutaram contra a doença. A vacina também teve resultados positivos na prevenção do reaparecimento do câncer no pulmão, rins e bexiga.
O paciente que se voluntariou para testar a última fase do imunizante se chama Steve Young, um músico de 51 anos que descobriu ter melanoma nível II no ano passado. A vacina pode ser a solução contra o retorno da doença no organismo do músico.
"Sinto-me sortudo por fazer parte deste ensaio clínico. É claro que não me senti tão sortudo quando fui diagnosticado com câncer de pele; na verdade, foi um grande choque, mas agora que fiz tratamento, estou ansioso para garantir que não volte a ocorrer. Esta é a minha melhor chance de parar o câncer”, diz o paciente em comunicado.
Método diferente
A nova vacina utiliza método semelhante aos imunizantes contra a Covid-19 (Foto: reprodução/National Cancer Institute/Unsplash)
"Esta é uma terapia individualizada e muito mais inteligente, em alguns sentidos, do que uma vacina”, disse Heather Shaw, oncologista e coordenadora nacional do ensaio clínico de fase 3 da mRNA-4157 (V940), ao jornal britânico The Guardian, mostrando grande expectativa com os resultados. “É absolutamente personalizado para o paciente – você não poderia dar isso ao próximo paciente na fila porque não esperaria que funcionasse.”.
O imunizante tem o diferencial de "treinar" o sistema imunológico do paciente contra a doença antes presente no corpo. "A ideia por trás desta imunoterapia é que, ao estimular o corpo a produzir essas proteínas, ele pode preparar o sistema imunológico para identificar e atacar rapidamente quaisquer células cancerígenas que as contenham, com o objetivo de prevenir a recorrência do melanoma"
A doença
O melanoma é o tipo mais raro da doença (Foto: reprodução/freestocks/Unsplash)
O câncer de pele é um dos mais mortais no mundo por conta da facilidade maior do tumor em se espalhar pelos demais órgãos, a chamada metástase. No Brasil, é o mais frequente entre todos os diagnósticos de tumores malignos, mas o melanoma, o mais agressivo, corresponde apenas a 4% dessa porcentagem.
Especialistas ainda afirmam que a vacina não busca prevenir a doença, mas evitar que volte a se manifestar em pacientes já curados.
Foto Destaque: Nova vacina que pode revolucionar o tratamento do cancer entra em última fase de testes (Reprodução//Instagram/@steveyounguk)