Na sexta-feira (31), o Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra (NHS, em inglês), anunciou que realizou o primeiro teste de uma vacina personalizada contra câncer em um paciente que possui a doença no intestino. Até o momento, 30 hospitais do país já se inscreveram para o recrutamento de voluntários e espera-se que milhares de pacientes vão poder ter a chance de participar desse estudo revolucionário.
Outros países como Alemanha, Bélgica, Espanha e Suécia também irão participar dos ensaios clínicos, podendo receber até 15 doses das vacinas personalizadas. O estudo tem previsão para terminar em 2027.
Primeiro paciente testado
O professor de ensino superior Elliot Phebve, de 55 anos, foi a primeira pessoa a realizar o teste. Ele recebeu o diagnóstico de um câncer de cólon quando fez exames de rotina em 2023. Desde então, Elliot realizou uma cirurgia para retirar o tumor, tendo que perder 30 centímetros de seu intestino, e foi submetido as sessões de terapia. Entretanto, exames mostraram fragmentos do câncer em seu sistema sanguíneo, o que caracteriza uma possibilidade de volta da doença.
Quando soube dos testes, o professor se voluntariou para realizar os estudos clínicos e relatou estar emocionado com a chance de poder ajudar pessoas na mesma situação que ele a ter esperança de vencer essa enfermidade. Ele tomou a dose da vacina no Hospital Queen Elizabeth, na cidade de Birmingham, e teve apenas uma leve febre como efeito colateral.
Elliot Phebve e equipe do Hospital Queen Elizabeth (Foto: Reprodução/Instagram/@uhbtrust)
Como a vacina funciona
Utilizando a mesma tecnologia das vacinas do Covid-19, o imunizante criado pela BioNTech e Genentech, foi desenvolvido para preparar o sistema imunológico para reconhecer e eliminar células remanescentes do câncer. Ele é criado a partir do material genético, conhecido como RNA, do tumor do paciente para identificar mutações da doença, sendo feita de forma individual.
Após a introdução da vacina, anticorpos são produzidos para identificar e eliminar células cancerígenas remanescentes no corpo para impedir a volta da doença nos pacientes. É esperado que esse novo tratamento diminua os efeitos colaterais causados pelas sessões de quimioterapia.
Foto destaque: Médico manuseando um imunizante (Reprodução/Pexels)