Um estudo publicado hoje (01), pelo consórcio internacional de pesquisadores NCD-RisC, com apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS), apontou os seguintes dados: a estimativa global mais recente da taxa de obesidade mostra que mais de 1 bilhão de pessoas estão obesas. O aumento é impulsionado principalmente pelo crescimento da prevalência de sobrepeso entre crianças e adolescentes, que quadruplicou em pouco mais de três décadas. As estatísticas são referentes a 2022, o último ano com dados coletados e compilados.
Tendências globais de obesidade
Em um artigo publicado hoje na revista médica britânica Lancet, mais de 1.500 pesquisadores detalharam os resultados de um estudo que apontou 879 milhões de adultos e 159 milhões de crianças e adolescentes como obesos. A taxa de obesidade entre crianças e adolescentes quadruplicou entre 1990 e 2022, com meninas atingindo 6,9% e meninos 9,3%. Em adultos, a taxa dobrou entre mulheres (18,5%) e triplicou entre homens (14,0%).
Pessoa com as mãos no abdômen (Foto: divulgação/Andres Ayrton/Pexels)
No Brasil, a obesidade está acima da média global em todas as categorias, com taxas de 33% para mulheres, 25% para homens, 14% para meninas e 17% para meninos. O estudo adotou o índice de massa corporal (IMC) acima de 30 kg/m² como critério para obesidade.
Desafios nutricionais globais
Apesar das limitações do IMC, é um indicador eficaz para avaliar a saúde nutricional em contextos populacionais. Em contrapartida, o número de pessoas abaixo do peso minimamente saudável está diminuindo.
Essa tendência oposta entre obesidade e magreza insalubre levou o mundo a um ponto de inflexão, com mais países enfrentando problemas de sobrepeso do que subpeso. A ligação entre pobreza e desnutrição apresenta desafios significativos, especialmente considerando a falta de acesso a intervenções médicas adequadas em populações mais pobres.
Os cientistas alertam para a ineficácia das abordagens atuais para lidar com a obesidade, destacando a necessidade de mudanças urgentes na produção de alimentos e políticas de saúde pública.
Foto Destaque: mulher medindo seu abdômen (Reprodução/sukanya sitthikongsak/Getty Images/CNN)