Desde de 2020, após este cenário pandêmico, o mundo foi prejudicado de diversas maneiras, tanto financeiramente quanto psicologicamente. A realidade imposta por essa mudança drástica, gerou vários transtornos mentais e agravou aqueles já existentes. Inclusive, nesse contexto, o índice de doenças mentais, como depressão e ansiedade, cresceu - e ainda continua - gradativamente.
Com isso, inúmeros estudos surgiram para comprovar que a Covid-19 é sim outro fator que desencadeia o risco de aparecimento dessas doenças. Uma das mais recentes foi a pesquisa feita nos Estados Unidos, a partir de registros de saúde de 154 mil indivíduos infectados com Covid-19. O resultado mostrou que dentro de um ano, após a infecção, essas pessoas têm um maior risco de desenvolverem doenças mentais e serem diagnosticadas com transtornos psiquiátricos. Anteriormente, outra pesquisa feita na USP apresentou resultados parecidos entre as pessoas que se recuperaram do coronavírus.
Em outro estudo, demonstrado em evento do tema da saúde mental de crianças e adolescentes na pandemia de COVID-19, produzido pelo Guilherme Polanczyk, professor de Psiquiatria da Infância e Adolescência da FM-USP, mostra que juntamente com a pobreza pode ser um outro potencializador. “A pobreza é o fator de risco mais consistente para transtornos mentais. E o Brasil tem 20 milhões de crianças, entre 0 e 14 anos, vivendo na pobreza”, afirma Polanczyk ao abordar a temática. Nos resultados, o pesquisador reveleu que, entre crianças de 7 a 10 anos como base, 18,3% demonstraram uma condição de doença crônica e 12,8% de transtorno mental.
Mulher deprimida. (Foto: Reprodução/ Kat Smith/Pexels)
Ademais, a descoberta é que, além dessas análises, outros estudos mostram que o potencializador desses problemas em pacientes recuperados da doença está ligado ao efeito do vírus em si. Não é somente por razões psicológicas e ambientais que as pessoas com Covid-19 podem ser afetadas. Existem também outras razões como stress, desemprego, problemas financeiros, isolamento social, luto, mudanças na dieta e na atividade física. Circunstâncias que se amplificaram na pandemia.
Posto isso, o tratamento recomendado por médicos para pacientes com doenças mentais associadas à Covid-19 é o mesmo indicado para outros casos. Em casos leves, o ideal é a realização de uma alimentação melhor e praticar atividade física. Para os outros quadros que se encaixam nos moderados e graves, é de suma importância buscar a ajuda de um especialista e ter um acompanhamento médico.
Foto Destaque: Saúde mental. Reprodução/Mohamed Hassan/Pixabay