Um estudo, publicado na revista científica Science, aponta que as reinfecções por Covid-19 podem acontecer agora com um intervalo menor de tempo. Pesquisadores da Universidade Stellenbosch, na África do Sul, descobriram casos de reinfecções em intervalos de até 3 meses pela variante Ômicron, o valor é metade do tempo observado nas variantes beta e delta.
Para se chegar a essa conclusão os pesquisadores analisaram quase 3 milhões de testes de pessoas diagnosticadas com a doença até janeiro deste ano. A descoberta explica porque algumas pessoas foram diagnosticadas duas ou mais vezes com Covid-19 nos últimos meses.
Para os especialistas a vantagem da variante Ômicron está nas múltiplas mutações da proteína Spike. “A principal vantagem dessa variante é sua capacidade de evitar a imunidade adquirida naturalmente (por infecção anterior)".
Apesar do aumento no número de casos e da Ômicron e suas subvariantes serem mais mutáveis, uma nova onda de Covid-19 com mortes e hospitalizações não é esperada pelos pesquisadores e infectologistas.
Variantes e vacinas
As reinfecções levantam um debate importante sobre a importância da vacinação, uma vez que as novas variantes possuem mais facilidade de escapar à proteção das vacinas.
Vacina Covid-19. (Foto: Reprodução/Fábio Rodrigues Pozzebom)
Uma pesquisa desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado em abril mostra que a vacinação é importante mesmo para as pessoas que já se contaminaram com a Covid-19.
Tendo como foco as pessoas que tomaram doses das vacinas Coronavac e Pfizer, o estudo confirmou que ocorre uma diminuição no nível de anticorpos presentes no organismo após 6 meses da aplicação da segunda dose, mas que com a dose de reforço a proteção é reestabelecida.
Até o momento, a terceira dose ou dose de reforço tem sido suficiente para evitar novas hospitalizações ou mortes pela variante Ômicron, mas nesta quarta-feira (18) o Ministério da Saúde recomendou a vacinação da população com 60 anos com a segunda dose de reforço da vacina contra a Covid-19. A segunda dose de reforço era recomendada apenas para população acima dos 70 anos, imunocomprometidos e pessoas com mais de 60 anos que vivem em instituições permanentes.
Foto Destaque: Variante Ômicron. Reprodução/Rede Brasil Atual