A depressão deixou de ser uma sintoma de tristeza e passou a ser reconhecida pela população mundial como uma doença crônica faz apenas alguns anos, que ainda não tem cura e precisa de acompanhamento. Apesar de a Organização Mundial de Saúde (OMS) estimar que mais de 250 milhões de pessoas globalmente sofrem com a condição, ainda há muito sem saber sobre a doença.
A depressão é uma doença psiquiátrica que afeta o emocional da pessoa, que passa a apresentar tristeza profunda, de baixa auto estima e falta de energia que afeta a vida diária do paciente. A condição é causada por uma combinação de fatores genéticos, biológicos e psicológicos, e estima-se que 60% dos casos tenham relação com o ambiente no qual o indivíduo está inserido. No meio do ano, foi divulgada um estudo confirmando que a doença não é causada apenas por uma baixa na serotonina.
O procedimento inicial para diminuir a depressão, são os medicamentos antidepressivos e acompanhamento psicológico, que resolvem o problema de 33% dos pacientes. Caso não funcione, os especialistas continuam tentando com o uso de medicamentos para saber qual é o melhor para o paciente. O desafio está no último terço dos pacientes, que possuem casos de depressão profunda e são resistentes a todos os tratamentos existentes.
“Por volta dos anos 2000, foi discutido bastante sobre os efeitos antidepressivos relacionados com a ketamina o que surgiram novas ideias para tratamento. Observamos uma limitação nos antidepressivos monoaminérgicos, que lidam com a serotonina e a dopamina”, explica o especialista Leonardo Sodré, professor de medicina na Universidade de Brasília (UnB).
A ketamina é apontada como um psicodélico, uma vez que proporciona momentos dissociativos. A substância atua no reparo e na restauração de caminhos cerebrais e vem mostrando bons sinais contra a depressão quando injetada nos pacientes. A escetamina, uma “purificação” da ketamina, comporta-se de um jeito aproximado, mas é aplicada em forma de spray nasal. A ideia é que as substâncias sejam usadas no hospital, com acompanhamento de especialistas.
Consulta médica. (Foto: Reprodução/Pexels)
“Esses procedimentos possuem um efeito muito interessante. É importante ressaltar que eles não suspendem os tratamentos anteriores. Quando usamos esses novos métodos, fazemos de maneira complementar ao convencional. O paciente continua fazendo a prática dos tratamentos iniciais”, alerta Leonardo.
Outro psicodélico examinado foi a psilocibina, uma substância originada de cogumelos alucinógenos que está sendo estudada em pesquisas clínicas e, até agora, apresenta bons resultados contra a depressão.
Leonardo ainda explica que, apesar das medicações com efeito psicodélico estarem se mostrando promissoras, ainda possuem riscos. O medicamento deve ser usado na dose certa, não de forma automedicada. Pacientes que têm quadros psicóticos ou suspeita de transtorno bipolar não devem tomar essa classe de medicamentos, pois afetam diretamente e podem até fazer mal ao paciente.
Foto destaque: Depressão. Reprodução pexels.