Saúde

Pesquisas revelam a boa capacidade de adaptação do Aedes aegypti

Estudos de profissionais mostram que, o transmissor do vírus da dengue Aedes aegypti, tem capacidade de se adaptar em ambientes e colocar seus ovos em locais inabitáveis, mas que conseguem se tornar criadouros

06 Mar 2024 - 11h40 | Atualizado em 06 Mar 2024 - 11h40
Pesquisas revelam a boa capacidade de adaptação do Aedes aegypti Lorena Bueri

Foi comprovado que, no inverno que a incidência de inseto é baixa, mas o mosquito transmissor do vírus da dengue tem a capacidade de adaptação muito grande, de acordo com o Instituto Butantan, ligado a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, responsável pelas pesquisas. 

Pesquisas do Instituto Butantan 

O instituto é responsável por pesquisas científicas. Localizado em São Paulo, fez a pesquisa sobre o mosquito da dengue, que teve duração de, aproximadamente, 14 meses, e foi desenvolvido nos arredores do bairro Butantan, acompanhando a evolução do transmissor em todas as estações climáticas. Segundo o instituto, foi feita a coletagem dos ovos, pupas e larvas de 150 fêmeas, em seis áreas, além de ter levado em consideração os espaços de dispersão e evolução dos insetos em áreas urbanas. 


Instituto responsável pela pesquisa de evolução da dengue (Foto: reprodução/CNNBrasil)


Capacidades do mosquito da dengue

Sérgio Luz, pesquisador da fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), informa que o mosquito tem a capacidade de se adaptar em diversos ambientes, fazendo com que a reprodução dos mosquitos seja constante em qualquer época do ano, podendo estar presente até em lugares não favoráveis a espécie. 

"O mosquito evoluiu junto com o homem urbano. Ele foi se adaptando aos ambientes criados pelo homem de maneira muito efetiva.", diz Maria Anice Mureb Sallum, professora de epidemologia, da USP. Existem três pontos em comum em pesquisas de diversos especialistas que se aprofundam no caso. Elas são: reprodução em água contaminada, ampliação no horário de circulação, ocupação de áreas desfavoráveis à espécie.

Antigamente, era observado as fêmeas colocarem ovos em águas limpas, mas atualmente há criadouros até em águas salobras, ou seja, águas salgadas, em barcos abandonados, acumulando também águas da chuva. Diante desse cenário, podemos concluir que o criadouro pode ser feito pelo próprio homem e vemos a importância de seguirmos as recomendações dos profissionais de saúde. 

Assim como o mosquito transmissor do vírus da dengue colocava ovos somente em águas limpas, costumavam circular durante o dia, sendo a segunda característica mudada no comportamento dos aedes. Com a adaptação clímaticas, eles circulam em qualquer horário por conta também dos dias quentes serem constantes, observa o sérgio Luz, pesquisador da Fiocruz Amazônia. 

Os mosquitos gostam de lugares iluminados e a iluminação artificial ajudam na circulação dos mosquitos, principalmente durante a noite. Mas, apesar das mudanças de hábitos do Aedes, a maior probablidade de picada é durante o dia. 

Foto Destaque: Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue (Foto: reprodução/jornaldaUSP)

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