Após tantos anos sem casos é considerada erradicada, a poliomielite, causadora da paralisia infantil, voltou a aparecer. O caso ocorreu no país africano Malawi, a vítima foi uma garota de 3 anos, que apresentava sintomas de febre e mal-estar. Infelizmente, suas pernas acabaram paralisadas.
A porcentagem de casos com paralisia é de 1%, eles ocorrem quando o vírus (ou enterovírus), invade a medula óssea, atacando os neurônios do sistema nervoso, responsável pelo controle dos movimentos do corpo. O mais comum é que só as pernas fiquem inertes, mas também pode ocorrer com os braços.
Nos casos muito graves, a paralisia chega ao diafragma, comprometendo o funcionamento dos músculos respiratórios, mesmo que sobreviva, o paciente acaba necessitando de aparelhos para respirar pelo resto da vida.
Sabendo do caso, a OMS (Organização Mundial da Saúde), declarou alerta vermelho no Malawi, mesmo que apenas uma caso tenha sido notificado, existe uma grande preocupação da doença já esteja se espalhando, pois, de acordo com a pediatra Luiza Helena Falleiros-Arlant, em 70% dos casos não apresentam sintomas, outros 29% são confundidos com uma virose simples.
Médico segurando vacina (Foto: Reprodução/Pexels)
A poliomielite foi o pesadelo de muitas mães e pais nos anos de 1950, o retorno dela é muito preocupante, principalmente em países que têm dificuldade em campanhas de vacinação.
O tempo que uma pessoa infectada pode transmitir o vírus também é preocupante.
"Varia muito. O poliovírus pode ficar no intestino por seis, sete, oito meses, e sendo excretado durante todo esse período. Em alguns casos, isso chega a persistir por anos." declarou Falleiros-Arlant quando entrevistado pelo Uol.
Devido a isso, ninguém tem certeza de como está o estado do Malawi em relação à doença, e muito menos se já chegou até países vizinhos.
Os cientistas, mais uma vez, voltam a reforçar a importância da vacinação, para que doenças como pólio, possam ser erradicadas de verdade.
Foto Destaque: Mão de criança recebendo soro. Reprodução/Pexels