Saúde

Lactação induzida e dupla amamentação: uma nova perspectiva para a maternidade homoafetiva

Dr. Vinícius Bassega, ginecologista especialista em reprodução humana

11 Nov 2024 - 16h54 | Atualizado em 11 Nov 2024 - 16h54
Lactação induzida e dupla amamentação: uma nova perspectiva para a maternidade homoafetiva Lorena Bueri

Amamentar é uma das experiências mais intensas e transformadoras da maternidade. Para casais homoafetivos femininos, essa vivência não é um sonho distante. Graças aos avanços da medicina, a lactação induzida se tornou uma possibilidade, permitindo que ambas as mães participem ativamente da amamentação, fortalecendo o vínculo com o bebê. Ingrid Godoy, professora e paciente do Dr. Vinícius Bassega, ginecologista e especialista em reprodução humana, compartilha suas experiências e sentimentos sobre o processo de indução a lactação.

O Dr.Bassega destaca a importância da inclusão de ambas as mães no processo de amamentação. Ele afirma: “A lactação induzida permite que qualquer pessoa, independentemente de ter vivenciado a gestação, possa amamentar. Isso é um avanço imenso para casais homoafetivos e para todas as mulheres que desejam nutrir seus filhos com leite materno”. A paciente confirma a eficácia do método, compartilhando sua experiência: "O Dr. Vinícius foi extremamente importante em todo o processo. Ele foi nosso médico da FIV e confiávamos tanto nele que optamos por continuar com ele como nosso obstetra até a Cáli nascer."

Ingrid sempre teve o desejo de amamentar, mesmo sem ter o sonho de engravidar. Ela explica: "Eu sempre quis amamentar. Nunca tive o sonho de engravidar, mas sabia que, quando tivesse um filho, iria querer amamentar de qualquer jeito." Desde o início do procedimento com o Dr. Vinicius, Ingrid manifestou seu desejo de também participar da amamentação. O acompanhamento do especialista foi essencial para tornar esse desejo uma realidade. "Quando começamos o processo com o Dr. Vinicius, desde o começo avisei que gostaria de amamentar também. Então sempre conversamos sobre isso."

A lactação induzida é o método de estimular a produção de leite em mulheres que não estão grávidas ou que nunca passaram pelo ciclo gravídico-puerperal — a sequência natural da gestação e do parto. Com a combinação de medicações específicas, estímulos físicos e o uso de bombas elétricas que simulam a sucção do bebê, é possível iniciar e manter a produção de leite. "Quando estávamos com 8 meses de gravidez, o Dr. me deu alguns remédios fitoterápicos para estimular a lactação. Ele foi certeiro. Três semanas antes da Cáli nascer, eu tomei os remédios e fiquei estimulando com a bombinha, então, tive muito leite!" O apoio contínuo do Dr. Vinicius foi fundamental para que Ingrid conseguisse produzir uma quantidade significativa de leite.

O Dr. Bassega explica que o método pode ser especialmente emocionante para casais homoafetivos femininos que desejam que ambas as mães participem da amamentação. “Em muitos casos, tanto a mãe que gerou o bebê quanto a parceira que não gestou podem amamentar. Isso cria um laço único entre as duas e o bebê, um vínculo que vai além do nutrir – é um vínculo afetivo.”


Dr. Vinícius Bassega (Foto: reprodução/divulgação)


A parceira de Ingrid recorda que a parte hormonal para estimular a produção de leite foi a mais delicada, pois afetou seu estado emocional. "A parte hormonal para produzir e amadurecer os óvulos foi a parte mais delicada, porque os hormônios mexiam bastante com a Ingrid, ela ficava muito mais sensível." No entanto, ela menciona que todo o percurso foi positivo. "Foi muito maravilhoso todo o processo, do começo ao fim. Ver um ser crescendo tão de perto dentro de você ou da sua parceira é algo inexplicável." A paciente finaliza: “O sentimento foi maravilhoso, claro que cheio de medo e perrengues que existem na maternidade, mas poder passar por isso juntas foi incrível.”

Entretanto, o procedimento não é simples e requer dedicação. “Não existe uma receita única para todos os casos. Cada tratamento é personalizado, e a escolha dos medicamentos e métodos depende de uma avaliação individual”, comenta o especialista. Ele acrescenta que as medicações usadas, conhecidas como galactogogos, não foram originalmente desenvolvidas para induzir a produção de leite, mas têm como efeito colateral o aumento de hormônios como a prolactina, hormônio fundamental para a lactação.

Apesar dos avanços, a lactação induzida enfrenta desafios consideráveis. Um dos principais é que não há garantia de sucesso. “Infelizmente, não podemos prometer que toda mulher conseguirá produzir leite. Usamos todas as ferramentas disponíveis, mas alguns casos não atingem o resultado desejado”, explica o Dr. Bassega. “O empenho da mãe e o apoio do parceiro ou parceira são cruciais nesse processo.”

Outro desafio é encontrar profissionais capacitados e sensíveis às necessidades dos casais homoafetivos. “Nem todo médico está preparado para lidar com a dupla amamentação em casais em que ambas as mães desejam amamentar. É necessário buscar um profissional com experiência e um olhar empático, que entenda a importância dessa inclusão”, reforça.

Para que o processo tenha maiores chances de sucesso, o início do tratamento deve ser cuidadosamente planejado. A parceira que não está grávida precisa começar a indução na metade da gestação da outra mãe, proporcionando tempo suficiente para que a produção de leite esteja estabelecida próximo ao nascimento do bebê. “Iniciar no momento certo, acompanhado por um profissional especializado, faz toda a diferença. É um trabalho em equipe que envolve médico obstetra, paciente, enfermagem, consultoria de amamentação e pediatra”, destaca o ginecologista.

Uma experiência transformadora

Além dos aspectos técnicos, a lactação induzida proporciona benefícios emocionais e psicológicos profundos para as mães. “O leite que é produzido tem as mesmas características nutricionais, e, para as mães, o ato de amamentar cria um vínculo emocional fortíssimo com o bebê”, afirma o Dr. Bassega.

Ele compartilha um caso de sucesso que vivenciou com um casal de mães que optou pela gestação compartilhada: uma engravidou usando os óvulos da outra – através de uma fertilização in vitro. Durante o pré-natal, ele induziu a lactação da mãe que não gestou, e com muito esforço e dedicação, ela conseguiu amamentar o bebê. “Foi um processo desafiador, mas ao fim, ela estava produzindo uma quantidade significativa de leite. Ela só parou porque quis, depois de muitos meses de amamentação bem-sucedida.”

Amamentar é um direito de todas

Para Dr. Vinícius Bassega, divulgar informações sobre a lactação induzida é crucial para que mais mulheres conheçam essa possibilidade. “Muitas mulheres ainda não sabem que podem amamentar mesmo sem ter engravidado. O importante é mostrar que elas têm essa oportunidade e esse direito. É a realização de um sonho, o de poder nutrir seu filho com seu próprio leite e incluir ambas as mães em todos os processos do nascimento”, conclui.

A lactação induzida oferece uma nova perspectiva de maternidade, quebrando barreiras e criando espaços para que todas as mães, independente de suas condições, possam vivenciar plenamente a experiência de amamentar. Com orientação adequada, comprometimento e o apoio de profissionais capacitados, esse sonho pode se tornar uma realidade para mais famílias.

Instagram: @drviníciusbassega

Foto destaque: amamentação (reprodução/divulgação)

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