Na última quarta-feira (19), um novo estudo liderado pelo Instituto Wellcome Sanger, e que envolveu outras instituições, descobriu o motivo de algumas pessoas não se infectarem pela Covid-19. A pesquisa foi a primeira do mundo a infectar voluntários com o vírus.
Estudo com 36 voluntários infectados
A pesquisa foi realizada com 36 voluntários que foram totalmente expostos ao vírus. Os pesquisadores injetaram o vírus Sars-Cov-2 no nariz dos envolvidos totalmente saudáveis e sem histórico de Covid-19.
O revestimento do nariz e o sangue foram monitorados detalhadamente para verificar se não havia infecção e como as células imunológicas estavam reagindo. Dos 36 voluntários, seis desenvolveram a infecção.
No estudo, foi utilizado uma tecnologia que permitia rastrear o sequenciamento unicelular para um conjunto de 600 mil células individuais. No estudo, os pesquisadores descobriram que as pessoas que não desenvolveram o vírus, apresentaram respostas imunológicas que ainda não tinham sido descobertas, o que permitiu o aumento da resistência.
A partir da descoberta, os pesquisadores puderam entender e estudar as novas células que envolviam essa proteção.
O novo estudo mostra como o vírus se comporta no organismo e como ele é indetectável pelo sistema imunológico (Foto: reprodução/Angela Ponce/REUTERS)
A análise
Segundo a análise, publicada na revista científica Nature, algumas pessoas podem apresentar respostas imunitárias únicas que podem ajudar na imunidade. Essas respostas imunológicas mostraram que alguns voluntários, em vez de apresentar uma resposta imune generalizada típica, apresentaram, na verdade, respostas imunes e que ainda não haviam sido identificadas pela ciência do nariz.
Os pesquisadores também apontam que há uma probabilidade destes voluntários que ficaram imunes, apresentarem um alto nível de um gene chamado HLA-DQA antes de serem expostas aos vírus, o que pode ter dado ainda mais imunidade ao voluntário.
De acordo com Marko Nikolic, autor sênior do estudo na UCL, o estudo foi muito importante para que houvesse uma compreensão muito maior sobre a gama de respostas imunitárias, o que permite, agora, desenvolver estudos de tratamentos e vacinas que possam emitir respostas positivas contra a doença.
Foto destaque: vírus (Reprodução/BlackJack3D/GettyImages)