Saúde

Estratégias para vacinação contra dengue no Brasil são discutidas

A priorização de crianças e adolescentes na vacinação contra a dengue no Brasil é recomendada pela OMS e os desafios incluem logística e colaboração estadual

16 Jan 2024 - 16h30 | Atualizado em 16 Jan 2024 - 16h30
Estratégias para vacinação contra dengue no Brasil são discutidas Lorena Bueri

Nesta segunda-feira (15), os técnicos do Ministério da Saúde se reuniram para deliberarem sobre as estratégias de vacinação contra a dengue no Brasil. A decisão preliminar indica que a imunização será aplicada em crianças e adolescentes com idades entre seis e 16 anos. Essa escolha foi orientada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde outubro do ano passado e surge como resposta ao aumento da incidência da doença em determinadas regiões do país.

A câmara técnica de imunização - composta por especialistas, representantes de entidades civis e gestores de secretarias municipais e estaduais de Saúde - recomendou formalmente ao Ministério da Saúde essa priorização. Contudo, a decisão final sobre a faixa etária específica a ser contemplada será tomada em uma reunião posterior com os secretários estaduais e municipais de Saúde, marcada para a última quinta-feira do mês de janeiro.


Criança sendo vacinada (Foto: reprodução/BBC)


Estratégias para implementação 

O diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti, afirmou que a estratégia de vacinação será pautada não apenas pela faixa etária indicada pela OMS, mas também pela análise das regiões com maior incidência de dengue. A avaliação de grupos prioritários levará em consideração dados como hospitalizações e casos graves, visando a maximização dos resultados epidemiológicos.

O Ministério da Saúde anunciou em dezembro a incorporação da vacina Qdenga, também conhecida como TAK-003, no Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, a estratégia proposta pela fabricante, que sugere a imunização de crianças de quatro anos e adultos de 55, está sujeita a ajustes após a reunião com os secretários estaduais e municipais de Saúde. O primeiro lote, composto por 460 mil doses, chegará no próximo mês, sendo que a expectativa é de receber até novembro um total de cinco milhões de doses, incluindo uma doação de um milhão de doses.


Foto Destaque: OMS alerta que 390 milhões de casos de dengue acontecem todo ano no mundo (Reprodução/Banco de Imagens/Serviços e Informações do Brasil)

Mosquito da dengue (reprodução/Banco de Imagens/Serviços e Informações do Brasil)


Detalhes sobre a Vacina Qdenga

A vacina Qdenga, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso no Brasil em pessoas de quatro a 60 anos, protege contra os quatro sorotipos do vírus da dengue. Aplicada em duas doses, demonstrou eficácia geral de 80,2% para evitar infecções e 90,4% para casos graves, conforme resultados de testes clínicos. A vacina já está disponível em clínicas particulares desde julho, com custos variando entre R$ 400 e R$ 500 por dose.

A Qdenga não é a primeira vacina contra a dengue recomendada pela OMS, que aprovou a Dengvaxia em 2015. Contudo, a Dengvaxia teve uma adesão limitada devido ao público-alvo restrito e a possíveis riscos em pessoas não previamente infectadas. Diferentemente, a Qdenga busca abranger uma faixa etária mais ampla, contribuindo para uma estratégia mais abrangente de combate à doença.

 

Foto destaque: criança sendo vacinada (Reprodução/FreePik)

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