No último dia 8, uma unidade do SAMU foi acionada sentido a Escola de Referência em Ensino Médio (Erem) Ageu Magalhães, em Recife, com relato quê 26 alunos estavam com sintomas de falta de ar, crise de choro e tremores, outros apresentavam baixa saturação, taquicardia e sudorese também. Os alunos manifestaram uma onda de crise de ansiedade generalizada e foram atendidos no local por 16 profissionais, seis ambulâncias e duas motocicletas. A Secretaria de Educação e Esporte de Recife informou que os alunos foram liberados após o atendimento médico.
Distúrbios e transtornos mentais são caracterizados por ansiedade e medo que se manifestam das mais diversas formas, as mais conhecidas são síndrome do pânico, fobias, ansiedade generalizada, conhecida como TAG, ansiedade social, transtorno de estresse pós-traumático e o transtorno obsessivo compulsivo (TOC).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o índice de transtorno de ansiedade subiu 25% só no primeiro ano de pandemia da covid-19. O levantamento aponta que os mais atingidos foram mulheres e jovens, e a região que mais sofre com os distúrbios é a região das Américas, com mais de 58 milhões de pessoas, indica a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
Uma das formas que a crise de ansiedade se manifesta é através do choro. (Foto: Reprodução/Getty Images)
De acordo com o neurocirurgião Fernando Gomes, o caso registrado em Recife é raro: “(...) Existe uma explicação psicológica com base neurobiológica para explicar isso, a gente chama de efeito manada. Uma pessoa, por exemplo, em uma sala começa a bocejar, não é incomum você perceber várias pessoas bocejando”.
Para o especialista, os sintomas clínicos de ansiedade podem estar relacionados com preocupação em excesso, crise de choro e medo extremo. Podem ser causadas por muitos fatores, incluindo alguns gatilhos específicos e traumas. Para o tratamento da condição, além do uso de medicamentos transcritos pelo psiquiatra, em conjunto com acompanhamento médico profissional de psicologia ameniza a intensidade dos sintomas fazendo com que o paciente consiga conviver mais facilmente com ela.
Segundo médico Érico de Oliveira, clínico geral do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, recomenda algumas ações para ajudar a passar pela situação de forma menos conturbada, como respirar devagar e profundamente, compartilhar os sentimentos com uma pessoa de confiança e procurar um local calmo, é o início para tranquilizar a pessoa que está passando pelo momento de crise.
Foto Destaque: Crise de ansiedade por pânico. Reprodução/Adobe Stock