Na segunda-feira (18), o jogador Cristiano Ronaldo e sua esposa, Georgina Rodríguez, anunciaram que um de seus esperados filhos gêmeos, morreu. O que ocasionou a morte do bebê ainda não foi esclarecido. O casal não divulgou mais detalhes sobre o que motivou o falecimento e nem se o óbito aconteceu antes ou depois do parto.
Com esse caso em evidência, o G1 entrevistou diversos especialistas da área e os mesmos deixam claro que uma gravidez de gêmeos é uma situação sempre de “alto risco” e que precisa de atenção redobrada sobre a saúde tanto da mãe quanto dos fetos.
As complicações durante a gravidez de gêmeos
Gravidez de gêmeos podem ocasionar em: Aumento da pressão arterial e riscos de diabetes gestacional. (Foto: Reprodução/Meu Parto)
Ouvida pelo portal de notícias G1, a especialista em reprodução humana e professora de medicina do Centro Universitário São Camilo, Fabia Vilarino, afirma que as principais complicações acontecem durante a própria gravidez, como o parto prematuro.
Vilarino diz: “Partos do tipo ocorrem antes do bebê completar 37 semanas de gravidez e, segundo alguns estudos, são cerca 7 vezes mais comuns no caso de gêmeos do que em gestações únicas”.
Além disso, são muito comuns as complicações que acometem as mães, exemplos são o aumento da pressão arterial e risco de diabetes gestacional.
A médica também aponta: “Por isso muitas dessas mães não conseguem trabalhar até os últimos dias de gravidez. Em algumas situações de gemelidade a mãe precisa ficar internada no hospital sob observação. É uma gestação que exige muitos cuidados”.
Fora essa explicação, Vilarino também aponta que há o risco dos bebês desenvolverem uma comorbidade chamada de restrição de crescimento intrauterino (RCIU), uma complicação grave reconhecida em 3% a 10% das gestações únicas e em 9% de todos os gêmeos.
Outro profissional entrevistado foi Paulo Martin Nowak, obstetra especializado em Medicina Fetal da Unifesp; ele acrescenta à fala que o risco relacionado à gravidez de gêmeos está ligada ao tipo de gestação. A questão tem bastante a ver com a quantidade placentas desse tipo de gravidez, no linguajar médico, também chamada de corionicidade.
Se cada gêmeo está em uma placenta separada, por exemplo, mesmo que eles sejam gêmeos idênticos, o especialista explica que os riscos são muitos menores quando comparados com gravidez de gêmeos que ocorrem em um único órgão placentário.
Placenta em gravidez de gêmeos. (Foto: Reprodução/Dra Adriana Goes)
No último caso, a comorbidade principal é a Síndrome da Transfusão Feto Fetal (STFF), quando esta ocorre a passagem de sangue de um feto para o outro, o que pode culminar em complicações para o gêmeo “doador”. Além disso, nesses casos, RCIU também tem risco de ocorrer.
O médico afirma que: “Por isso, entender [o tipo de gestação] é uma das coisas mais importantes da gravidez nesses casos”.
Nowak explica, de forma generalizada, que a maior parte desses problemas de saúde tem conexão com a placenta ou com os hormônios produzidos pela placenta, já que uma gestação de gêmeos irá estimular a formação de uma massa placentária maior que, por consequência, irá produzir mais hormônios.
Foto Destaque: Cristiano Ronaldo e Georgina perdem um de seus filhos gêmeos. Reprodução/SP NOTÍCIAS.