Nesta segunda-feira (5), o estado de Pernambuco registrou dois novos casos de Candida auris, conhecida como super fungo. Com isso, sobe para nove o número de infectados em 2023 no Brasil pelo fungo, que tem sido considerado uma ameaça à saúde pública global, pela capacidade de resistência ao medicamentos.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), os dois últimos registro da infecção foram em dois pacientes homens, de 50 e 54 anos, que estão internados no Hospital do Tricentenário, em Olinda, onde três pessoas já haviam recebido o mesmo diagnóstico. Como é típico da infecção, que costuma acometer pessoas com sistema imunológico comprometido, os pacientes pernambucanos foram diagnosticados com o fungo após serem internados para tratar outras condições.
Um dos homens trata sequelas de um AVC e outro, uma infecção do trato urinário. Mas nenhum dos dois apresenta complicações decorrentes da Candida auris, sendo o diagnóstico de ambos parte do protocolo da vigilância sanitária que recomenda a realização de exames em pacientes que tiveram contato com pessoas diagnosticadas a infecção causada pelo fungo.
Hospital do Tricentenário, em Olinda, tem dois novos caos de infecção por Candida Auris (Foto: Reprodução/Divulgação)
Um dos sintomas do superfungo é um quadro de calafrios e febre que não cessam após o uso de antibióticos. Além disso, as pessoas contaminadas podem permanecer sem manifestações clínicas por meses e transmitir o fungo para dezenas de pessoas, o que contribui para uma propagação em massa e surtos da infeção. A transmissão também acontece através do contato com superfícies contaminadas, principalmente de ambientes como hospitais. Por isso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda cuidados de higienização enquanto melhor forma de prevenção, exigindo colaboração conjunta entre profissionais de saúde e pessoas próximas de infectados.
Na última sexta-feira (2), a SES-PE, junto à direção do Hospital Miguel Arraes (HMA), deu início ao processo de desbloqueio dos leitos da unidade. , que poderão ser utilizados por pacientes internados para tratar complicações da infecção por candida auris. Ao todo, 56 leitos foram liberados, sendo 28 de cirurgia geral e outros 28 de ortopedia.
Foto destaque: ilustração do fungo Candida Auris. Reprodução/Getty Images/BBC News Brasil